Reportagem de A Gazeta é finalista em “Oscar” do jornalismo de dados

"A caixa-preta dos sindicatos" concorre na categoria "pequenas redações". As repórteres Mikaella Campos e Vilmara Fernandes se debruçaram sobre o tema durante cinco meses

Por Rede Gazeta - atualizado em 30/05/2017 as 12:16

Edson Chagas

Edson Chagas

Série de reportagens revelou fraudes em sindicatos milionários

A série de reportagens “A caixa-preta dos sindicatos”, publicada em A Gazeta entre os dia 1º e 5 de maio de 2016, é finalista do Data Journalism Awards 2017, a maior premiação de trabalhos de jornalismo de dados do mundo, segundo publicação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

A matéria é de autoria das repórteres Mikaella Campos e Vilmara Fernandes, que se debruçaram sobre o tema durante cinco meses e chegaram até a criar um robô para conseguir analisar os dados sobre cerca de 300 sindicatos e associações de trabalhadores do Espírito Santo. Confira a série clicando aqui.

A reportagem concorre na categoria “Small newsrooms”, ou “pequenas redações”, em tradução livre. O resultado será divulgado no dia 22 de junho em cerimônia no Hofburg Imperial Palace, em Viena, na Áustria.

“Foi a matéria mais complexa que Vilmara e eu já fizemos. Principalmente porque os dados existiam, mas não eram disponibilizados de uma forma transparante. Tivemos que recorrer à Lei de Acesso à Informação para conseguir a lista de sindicatos. Somente com os CNPJS e os nomes oficiais das organizações era possível raspar o conteúdo disponibilizado no site do governo. No entanto, a obtenção desse material foi bem difícil. Entramos com vários recursos, até que o caso chegou ao ministro do Trabalho da época, que autorizou a entrega da lista de sindicatos”, explicou Mikaella.

A reportagem identificou uma série de fraudes e sindicatos milionários que se beneficiavam da contribuição de trabalhadores, com gestores que chegavam a ficar até 30 anos a frente das instituições.

“Durante os dias em que íamos publicando as matérias, vinha uma enxurrada de denúncias, com pessoas nos procurando na Rede Gazeta, por telefone ou por e-mail. Algumas dessas denúncias já foram publicadas, outras ainda estamos investigando até hoje”, conta.

Mikaella e Vilmara concorrem com outros quatro veículos em sua categoria. O The Marshall Project e o Tampa Bay Times, dos EUA; o Balkan Investigative Reporting Network, da Macedônia; e o OuesMediaLab, da França. Entre os finalistas da “Investigação do Ano” estão o The New York Times (EUA), La Nación (Argentina) e o Der Spiegel (Alemanha).

Além de A GAZETA, outros dois veículos brasileiros concorrem à premiação, como a Folha de S. Paulo, na categoria aplicativos, e a Abraji, no segmento website.

“A caixa-preta dos sindicatos” também venceu o Prêmio Findes de Jornalismo, principal premiação do jornalismo no Espírito Santo, e o Prêmio Especial MPT de Jornalismo.

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