A Gazeta investe em tecnologia digital, lança novo site de notícias e reformula impresso para fim de semana

As mudanças foram anunciadas na tarde desta quarta-feira (31) pelo diretor-geral da Rede Gazeta, Café Lindenberg

Por Lara Rosado - atualizado em 11/11/2019 as 17:01

A Rede Gazeta anunciou, na tarde desta quarta-feira (31), uma mudança profunda na produção e distribuição de notícias: para acompanhar os novos hábitos de consumo de suas audiências, a empresa vai investir mais para melhorar e ampliar suas operações digitais e reduzirá seus produtos impressos. A partir desta sexta-feira (02) o jornal Notícia Agora (Na!) será descontinuado. Já o jornal A Gazeta terá um novo, sofisticado e mais dinâmico site e uma variedade de outros produtos digitais, enquanto sua edição impressa passará de diária a semanal a partir de 30 de setembro. 

A estratégia para reformular o jornal A Gazeta é resultado do projeto TDigital, que vem sendo desenvolvido há um ano e meio por uma equipe multidisciplinar da Rede Gazeta. O trabalho também envolveu a participação de consultores internacionais, viagens de estudos a vários países e parcerias em projetos com empresas globais como Google, Facebook e Apple. 

Uma das premissas do projeto é levar, para dentro da Redação de A Gazeta, especialistas em inteligência artificial, SEO, marketing e análise de dados para indicar estratégias de distribuição de conteúdo para melhor servir às audiências digitais com jornalismo de qualidade multiplataforma e em tempo real. Esse grupo formará a chamada Sala de Performance e atuará em conjunto com os jornalistas, para ampliar o alcance das notícias e a fidelização de leitores/assinantes. 

Para ancorar esta nova fase, o Gazeta Online se transformará em um novo site, planejado para alcançar dois tipos de público: por volume de tráfego on-line, com notícias gratuitas e de interesse público, que geram repercussão e buzz em redes sociais; e premium, que são os interessados em análises, opiniões e conteúdos exclusivos, mediante cadastro e assinatura. A marca A Gazeta também será entregue em novas newsletters diárias, podcasts e por aplicativos de voz desenvolvidos por Apple e Google. 

“O projeto TDigital reflete o que está acontecendo no mundo. A forma de se comunicar mudou e os hábitos das pessoas também. Os leitores têm, claramente, trocado os jornais impressos pela informação em tempo real, na internet. Além disso, o cenário econômico, no Brasil e no mundo, impactou muito o modelo de negócio do jornalismo profissional, o que exigiu uma mudança de posicionamento. A produção e distribuição de jornais impressos diários tornou-se inviável, além de o jornal impresso ser, hoje, um meio ineficiente de distribuir informação atualizada”, diz o diretor-geral da Rede Gazeta, Café Lindenberg. 

Tecnologia e customização 

O projeto TDigital não se restringe à migração do jornal impresso para o formato digital. As novas plataformas digitais de A Gazeta trazem ferramentas de medição de tráfego, hábitos de consumo dos internautas e performance das notícias. O sistema ainda possibilita a distribuição customizada de conteúdo em diversos formatos, de acordo com o perfil do leitor, seus hábitos de consumo de informações e geolocalização. 

A nova plataforma foi desenvolvida por equipes de desenvolvimento digital do próprio grupo, que agregou as principais inovações do jornalismo on-line. Segundo Café, o processo de transformação de A Gazeta vai resultar em mais oportunidades de negócios. “Com ajuda da inteligência artificial, vamos poder conhecer melhor os nossos clientes e, a partir daí, poderemos pensar soluções e ofertas de mídia não só para quem navega no site de A Gazeta, mas também para o mercado anunciante, que vai conseguir dialogar melhor com seu público-alvo”, ressaltou. 

Jornal de fim de semana 

A transformação digital, no entanto, não vai resultar no fim dos jornais impressos da Rede Gazeta. Na primeira semana de outubro, será lançada uma edição semanal impressa de A Gazeta, que circulará aos sábados na Grande Vitória e nas principais cidades do Espírito Santo. 

Esse novo jornal foi pensado para aquele leitor que mantém a predileção pelas páginas em papel e que faz questão de uma leitura analítica para formar opinião, como complemento às informações em tempo real que recebem on-line. A Gazeta de fim de semana será um novo produto, diferente da edição diária à qual o leitor já está acostumado. Ela vai trazer matérias especiais, textos aprofundados de colunistas e articulistas, além de reportagens exclusivas sobre o cotidiano do capixaba. 

A Revista.ag também será reformulada e passa, a partir do primeiro fim de semana de outubro, a publicar mais conteúdo jornalístico sobre lifestyle, comportamento, relações familiares, entretenimento e serviços. Assim como ela, os cadernos Motor e Imóveis circularão com o novo jornal impresso. 

Mudanças na Redação 

A implementação do projeto TDigital mudou a estrutura da redação. O comando passa para Elaine Silva, que desde 2014 ocupava o cargo de editora-executiva de A Gazeta. Elaine foi aluna do 1o Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, que hoje está em sua 22ª edição. 

Formada pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a nova editora-chefe de A Gazeta tem MBA em Gestão de Empresas de Mídia pela Universidade de Vila Velha e pós-graduação em Gestão de Empresas de Comunicação no Master em Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra. 

“A Redação nunca esteve tão preparada para este momento. Ao longo dos últimos 5 anos, e de forma mais focada dos últimos 3, estamos invertendo a lógica da produção focada no produto impresso. A expressão “digital first” não é só um conceito. Já se tornou realidade. O que vamos fazer daqui pra frente para chegar a todos esses públicos é estudar cada vez mais o consumo dos usuários, oferecendo o conteúdo na hora que eles querem, na plataforma que preferirem”, adianta a nova editora-chefe. 

Outra novidade da redação é área distribuição. Este núcleo definirá a forma como o conteúdo chega para o público, planejando e executando formatos além do que o internauta encontra no site – como vídeos, podcasts, newsletters diárias e posts para redes sociais. “Não se trata apenas de uma ruptura para a lógica digital. É uma escolha feita pelos próprios usuários”, sentencia Elaine Silva. 

(Texto: Eduardo Fachetti)

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