“Acostumamos a ter um cotidiano sem intervalo”

A afirmação é de Sandra Niskier Flanzer, durante o Encontros do Saber

Por Comunicação - atualizado em 17/07/2018 as 15:27

IMG_6255A psicanalista Sandra Niskier Flanzer esteve no auditório da Rede Gazeta nesta terça-feira (17) para mais uma edição do Encontros do Saber. Ela falou sobre “Relacionamentos na modernidade”.

O evento é uma realização da Rede Gazeta, com curadoria da Casa do Saber Rio e apresentação da Revista AG. Esta edição teve o patrocínio das Óticas Paris.

“A gente vive um excesso de informação. Acostumamos a ter um cotidiano sem intervalo”, alertou Sandra, no início da palestra. Para ela, é preciso encontrar o equilíbrio. Até mesmo as crianças estão sobrecarregadas, na visão da psicanalista. “A educação foi na esteira da modernidade. A criança tem excesso de atividades, com muitas oportunidades e nenhum espaço para escolha”, afirma.

Sandra destaca ainda que as novas tecnologias mudaram a forma como as pessoas passaram a se relacionar. “O contato visual, fundamental para o sujeito, fica prejudicado”, ressalta. Ela também aborda o quanto o ambiente virtual se tornou necessário no cotidiano. “O real passou a derivar do virtual. E não o contrário. Se não estiver nas redes sociais é como se não existisse. Isso é uma inversão da forma como nos relacionamos com o parceiro, os amigos e colegas”, diz.

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Para Marília Dalla, vice-presidente da Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc), a discussão em torno do tema contribui para a sociedade. “Achei interessante todas as colocações da psicanalista. Temos que discutir o impacto da tecnologia nos relacionamentos cada vez mais”, sugere.

Outra que conferiu a apresentação foi a engenheira Talita Guimarães. “Tenho dois filhos, uma menina de 4 anos e um menino de 9, e vivo parte dos conflitos abordados pela psicanalista. Minha geração não foi criada com esta mesma realidade, vivemos outro momento agora. É bom escutar para lidar melhor com as mudanças”, comenta.

A empresária Maria Elzira, conhecida como Zirinha, trabalha com crianças e adolescentes há 36 anos e acompanhou de perto as alterações no comportamento impostas pela modernidade. “Quando eu organizava viagens com adolescentes para o exterior há alguns anos, deixava um telefone disponível para eles falarem com os pais. Hoje até tem, mas não é mais necessário. De cinco anos para cá, muita coisa mudou na comunicação com a família e entre os jovens”, observa.

Próximos eventos

Até o final do ano, o público vai acompanhar outras apresentações. Em agosto, a médica geriatra Tânia Guerreiro fala sobre “Vitalidade cognitiva: caminhos para a conquista de uma memória feliz”; em setembro, a antropóloga Mírian Goldenberg fala sobre “Amor, casamento e felicidade”; e em outubro, o público confere “Dicas e truques de Micaela Goés”.

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