Cobrança de ações para limpeza das praias marcam Diálogos da Rede Gazeta

Participantes cobraram apuração de denúncias quanto despejo irregular de esgoto

Por Comunicação - atualizado em 08/04/2016 as 14:08

Bruna Borjaille

Bruna Borjaille

Representantes de ONGs cobraram posição dos governantes quanto o tratamento de água e esgoto

Transparência da cobrança de taxas, divulgação dos endereços de quem não se liga à rede de esgoto e tratamento da água. Estas foram as principais questões debatidas no primeiro encontro Diálogos Água, Esgoto e Praia Limpa, que lotou o auditório da Rede Gazeta na manhã desta terça-feira (22), reunindo cerca de 200 participantes.

No Dia Mundial da Água, prefeituras, Ministério Público e Cesan discutiram ações e alternativas para o tratamento de esgoto na Grande Vitória. Os altos índices de contaminação em praias foram alvos de muitas críticas pelos participantes do evento, que cobraram medidas duras dos representantes dos órgãos públicos.

O médico infectologista Crispin Cerutti, logo no início do debate, alertou que o reflexo do não tratamento do esgoto é o alto custo para a saúde, especialmente de idosos e crianças. “Prevenir traz mais benefícios à população. É necessário investir em saúde do que gastar com hospitalização. Saúde não é só ausência de doença. Água saudável marca desenvolvimento”, frisou.

Com mediação do diretor Corporativo de Jornalismo, Abdo Chequer, os prefeitos de Vitória, Luciano Rezende, de Cariacica, Juninho, de Vila Velha, Rodney Miranda, e da Serra, Audifax Barcellos, apresentaram ações e investimentos realizados para o saneamento básico dos municípios nos últimos dois anos.

Bruna Borjaille

Bruna Borjaille

Diretor-presidente da Cesan, Pablo Andreão

O diretor-presidente da Companhia Espírito Santense de Saneamento Cesan, Pablo Andreão, revelou os resultados do investimento de R$1,5 bilhão no tratamento da água no Estado. “Há 10 anos, a situação de saneamento do Estado era considerada uma das mais precárias do país. Atualmente temos 65% do esgoto tratado”, apontou Andreão que propôs parcerias com as prefeituras para melhoria do índice.

Representantes de ONGs e instituições cobraram posicionamento da companhia quanto ao tratamento eficaz. Moradora de Ponta da Fruta, em Vila Velha, Luzinet Maggioni, evita tomar água da rede de abastecimento. “Eu prefiro usar água da chuva, que capto na minha residência, pois a água é muito contaminada naquela região. Pagamos por água limpa, mas não temos tal benefício”, disse.

O Ministério Público Estadual, representado pelos promotores Marcelo Lemos e Isabela Cordeiro, pediu maior transparência nas taxas cobradas pela Cesan. Por outro lado, o MP também foi cobrado por ongs para apuração de denúncias sobre despejo irregular de esgoto no manguezal Lameirão, próximo à Reta do Aeroporto, em Vitória.

Foi proposta uma reunião entre Cesan e prefeituras para dar andamento às questões colocadas no debate, bem como a realização de um novo evento Diálogos “Água, Esgoto e Praia Limpa” no dia 22 de setembro.

Represa pode abastecer três municípios

O diretor-presidente da Cesan, Pablo Andreão, anunciou que um projeto prevê a solução de abastecimento na Grande Vitória. Um estudo vai avaliar a possibilidade de construção de uma represa capaz de armazenar 20 bilhões de litros de água do Rio Jucu. A quantidade armazenada equivale a 20 milhões de caixas d’água e é capaz de dar conta de todo abastecimento de Vila Velha, Cariacica e Vitória por três meses.

Um edital para a contratação de estudos técnicos para a represa foi lançado e o edital será publicado no Diário Oficial desta terça-feira (22). A expectativa é de que os estudos durem até oito meses e que a construção seja finalizada em 2019. A contratação está estimada em R$ 480 mil. De acordo com a Cesan, a represa terá a finalidade de não desperdiçar a água que passa pelo Jucu. O debate foi transmitido ao vivo pelo Gazeta Online. Reveja na íntegra:  http://goo.gl/ZN2VnR

Diálogos

Opine

Envie o seu comentário para a Rede Gazeta. A sua participação é muito importante para nós.