Primeiro dia do 13º Encontro de Lideranças reúne políticos e empresários em Pedra Azul

Evento contou com as presenças do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, e do apresentador Luciano Huck debatendo sobre renovação na política brasileira

Por Caroline Mauri - atualizado em 11/12/2018 as 15:38

Os cenários político e econômico, do Espírito Santo e do Brasil, são os temas que movem o 13º Encontro de Lideranças, com início nesta sexta-feira (23), em Pedra Azul, município de Domingos Martins (ES). No primeiro dia, o evento trouxe o painel “A renovação política brasileira e os desdobramentos futuros”, com a presença do governador do Estado, Paulo Hartung, o apresentador Luciano Huck e o idealizador do movimento RenovaBR, Eduardo Mufarej.

Foto: Guilherme FerrariEm sua fala, Hartung ressaltou dois momentos em que o país formou lideranças massivamente: na década de 60 e no momento da redemocratização, e afirmou que, hoje, o Brasil tem um “déficit de lideranças”. O governador ainda contou que pretende, a partir de janeiro, participar de um conselho de administração de empresas e fazer outros dois trabalhos voluntários: um de formação política e outro atuando em programas voltados à educação básica.

Ao lado dele, Mufarej, que prepara novas lideranças para o meio político, destacou que a sociedade brasileira não vê com bons olhos quem pretende entrar nessa área. “O problema de liderança no país é gigantesco. A gente sente nas empresas e organizações. E se a gente quer ser uma sociedade solidária, o primeiro passo é todos dividirem esse ônus, fazendo com que a jornada de quem quer entrar na política seja menos complexa”.

Luciano Huck falou sobre sua motivação ao discutir o tema, um incômodo pessoal. “Quero que minha geração possa participar de uma revolução que inclua todo mundo. Enquanto tiver favela no Brasil, não teremos um país justo”. O apresentador contou também que se uniu a Mufarej no RenovaBR por acreditar que “o que transforma a vida das pessoas é o Estado, e o Estado é a política”.

Mais cedo, a tarde começou com o painel sobre Regulação e Controle, com a presença do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e o diretor de Finanças, Riscos & Tecnologia da Informação da ArcelorMittal, Paulo Wanick.

Foto: Caroline MauriSegundo Dantas, os principais problemas enfrentados pela fiscalização realizada pelo TCU dizem respeito a três fatores: planejamento e projetos, orçamento e paralisação das obras públicas. “Em 2017, foram identificados indícios de irregularidades graves em 80% das auditorias. Como solução para os obstáculos que estão impedindo o desenvolvimento do país, o TCU defende um processo de desestatização, com investimento em concessões privadas”, afirmou ele.

Já Wanick destacou a crescente importância da reputação dentro do ambiente empresarial, sendo prioridade para cerca de 75% dos administradores. “Os ativos intangíveis (como reputação, tecnologia, recursos humanos, estilo de vida) atualmente representam mais de 80% do valor das empresas, de acordo com dados de 2015. Em pesquisa anterior, esses ativos eram equivalentes a 17% do valor”.

Na programação paralela, o especialista em negociação estratégica pela Harvard Business School, Breno Paquelet, falou sobre como podemos tornar nossos acordos mais colaborativos. “Somos criados a não confiar nas pessoas. Isso parte de uma visão tradicional, de que uma pessoa tem de perder para outra poder ganhar. É importante pensar que podemos construir pontes ao invés de muros, e tornar nossas negociações mais frutíferas para todos os envolvidos”, defende.

Opine

Envie o seu comentário para a Rede Gazeta. A sua participação é muito importante para nós.