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Uma vacina pode matar ou te deixar doente? Entenda se há riscos

Especialistas avaliam que toda medicação apresenta algum risco, no entanto, defendem que tomar uma vacina é muito mais seguro do que ficar sem a imunização. Pessoas com asma e com alergia devem ter mais atenção

A cada caso divulgado de reações graves relacionadas à vacinação, são feitos novos questionamentos sobre a segurança dos imunizantes. Nesta quarta-feira (21), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que foi comunicada da morte de um dos voluntários que participava dos testes da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. Afinal, a vacina pode matar uma pessoa ou deixá-la doente? 

Segundo o médico infectologista Paulo Peçanha, qualquer medicamento pode, sim, ter alguma reação adversa relacionada. Ainda assim, afirma, baseado em seus 20 anos de experiência com imunizantes, que as vacinas aprovadas no período de teste são extremamente confiáveis.

“Todas as vacinas disponíveis, tanto no sistema público quanto no privado, são comprovadamente seguras e eficazes no ponto de vista dos fabricantes e, também, dos órgãos reguladores. As publicações e trabalhos científicos têm mostrado que os riscos da não vacinação são inúmeras vezes maiores que o risco de um evento adverso”, explica.

O especialista ressalta que qualquer reação grave ocorrida em voluntários de uma vacina em desenvolvimento, principalmente com caso de óbito, precisa ser muitíssimo bem estudada e esclarecida. “A informação que temos é que ele recebeu placebo [formulação sem efeito ativo] e foi a óbito pela Covid-19, por trabalhar na linha de frente da pandemia. Mesmo assim, é importante que se tenha um desfecho científico para tranquilizar a comunidade médica e a população em geral de que não há uma relação causa-efeito com a vacina”, afirma o especialista.

Sobre este caso, que não interrompeu o processo de testes, a farmacêutica Astrazeneca informou que “as avaliações do caso não levaram a quaisquer preocupações sobre a continuidade do estudo em andamento”; e a Universidade de Oxford publicou que “depois de uma cuidadosa análise do caso, não há preocupações sobre a segurança do ensaio clínico”.

Ethel Maciel, professora da Ufes e Pós-Doutora em Epidemiologia

A enfermeira e  epidemiologista Ethel Maciel defende que o processo de testes para a aprovação de uma vacina é extremamente rigoroso e que a segurança destes imunizantes está mais que comprovada. “A vacina é responsável pela nossa civilização ter chegado até aqui. Nossos antepassados não passavam de 30 ou 40 anos, morriam de várias doenças para as quais hoje já se tem vacina”, pontua.

“O maior problema que vejo, hoje, é uma pandemia de desinformação, afinal, as fake news são mentiras que atrapalham a população de ter segurança no que hoje é uma das maiores humanas”, defende.

EFEITOS COLATERAIS

Os médicos Ethel Maciel e Paulo Peçanha listam os efeitos colaterais mais comuns relacionados às vacinas, em geral: “Dentre os eventos adversos leves podem observados dor e vermelhidão no local da vacina, que costuma sumir em 24 horas; algumas pessoas podem desenvolver um pequeno mal-estar, como febre baixa, dores no corpo e cansaço, em até 48 horas após a vacina. Estes são eventos relativamente frequentes”, explica a epidemiologista.

“Já os sintomas mais sérios, considerados raros, podem ser: choque anafilático, que pode acarretar em falta de ar, taquicardia (aumento da frequência cardíaca), sudorese (suor excessivo) e hipotensão (pressão baixa). Ao sentir algum destes sintomas, é preciso buscar um atendimentos de emergência, já que pode haver, nestes casos, risco de morte”, aponta o infectologista. “Pessoas com asma e com alergias, seja cutânea, alimentar ou a medicamentos, devem informar ao profissional, antes de tomar a vacina”, alerta o médico.

SEGURANÇA QUESTIONADA

Recentemente, os estudos da fórmula da Oxford/AstraZeneca chegaram a ser suspensos após o diagnóstico de mielite transversa, síndrome inflamatória, em um dos voluntários do grupo de testes de vacinas contra a Covid-19. O caso levantou a hipótese de que a vacina poderia ter provocado a doença.

 

Especialista aponta que o desenvolvimento de vacinas é a melhor resposta ao novo coronavírus. Crédito: Miguel Noronha/Futura Press/Folhapress

Peçanha é enfático ao dizer que o desenvolvimento de vacinas é a melhor resposta que se pode dar ao novo coronavírus. “Como médico infectologista, também fico preocupado que ocorram casos assim durantes os testes e cada situação precisa ser analisada. É isso que tem sido feito durante a fase 3. O importante é que já se teve informações suficientes para retomar as pesquisas”, disse o médico. 

“Na época do desenvolvimento da vacina da gripe, levantaram uma discussão sobre o risco de se contrair a Síndrome de Guillain-Barré, distúrbio autoimune”, recorda o infectologista. “No entanto, a correlação foi rarissimamente estabelecida e comprovou-se que a vacina da gripe traz muito mais benefícios que risco.”

Um dos muitos argumentos mencionados pelo especialista em favor da vacinação é o caso do sarampo. Segundo ele, houve aumento de mortes relacionadas à doença quando a cobertura vacinal na população foi baixa.

“Todas as 18 vacinas que dispomos, hoje, no Programa Nacional de Imunização são seguras. A cada ano, são milhões de doses aplicadas em cidadãos do país inteiro, e, comprovadamente, os casos com reações graves são raríssimos. Tenho expectativas muito positivas em relação às novas vacinas”, conclui Peçanha. 

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