Patrocínio:

Realização:

Patrocínio:

Realização:

Jingle eleitoral: conheça o processo de criação dos hits das campanhas

Produtores musicais explicam que processo vai de conversa com o candidato até finalização do áudio em estúdio. Preço das canções pode chegar até R$ 3,5 mil.

Em períodos eleitorais, uma coisa é certa: um jingle político vai colar na sua cabeça. Independentemente se for uma paródia, um remix ou uma melodia inédita, é uma ferramenta estratégica usada pelas campanhas. Quem escuta nas rádios ou nos carros de som as músicas que “grudam”, talvez não imagina que a tarefa de compor os hits sazonais das eleições não é simples. Referência e destreza musical são necessárias para a criação do jingle da vitória.

O processo de produção varia entre os profissionais do ramo, mas algumas etapas se repetem para eles. Antes de afinar os instrumentos e preparar as vozes, os produtores musicais conversam com os candidatos em busca das informações básicas, como nome, número na urna, local de moradia e cargo a ser disputado.

Em seguida, exploram a história e os posicionamentos defendidos por quem tenta um mandato eletivo. Com o rascunho elaborado e as ideias alinhadas, os profissionais preparam a letra, criam a melodia e entram em estúdio para gravar os instrumentos, adicionar os vocais e finalizar o áudio.

Dependendo da demanda de trabalho na eleição, todo esse processo precisa ser repetido várias vezes. Só em 2020, o cantor e assessor parlamentar Leo Gomes compôs 30 jingles.

“Quando veio a pandemia, os shows diminuíram bastante e eu patrocinei alguns posts nas redes sociais para divulgar o meu trabalho. Foi uma loucura. Quase não dei conta de tanto jingle que fiz neste ano”, contou Leo, que atua há mais de 10 anos como produtor musical.

E com uma campanha eleitoral curta – de 45 dias –, o prazo de entrega da música para os candidatos também pode ser crucial. No caso do Leo, o período pode ser de apenas 48 horas.

Produtor musical há 25 anos, Warley Kaiser sabe bem como é a correria para elaborar as canções que vão ficar na cabeça dos eleitores. No início da carreira, ele se trancava em estúdios com outros amigos compositores para cumprir as altas demandas nos períodos de campanha eleitoral.

Apenas em 2006, Warley produziu 54 jingles. Agora, já mais experiente, possui uma visão diferente dos processos de produção e pensa duas vezes antes de aceitar um trabalho. “Quero acreditar que o candidato com que estou trabalhando é digno do meu voto. Se isso não acontece, sinto que estou em dívida comigo, porque vou acabar compondo algo que eu não acredito”, afirmou.

O produtor e assessor de marketing Walber Morais também avalia ser importante ser fiel às próprias ideias ao aceitar um trabalho em uma campanha eleitoral. Ele afirmou, contudo, que nunca precisou recusar uma proposta por não concordar com um candidato.

“Temos de ter princípios e defender nossas causas e bandeiras e precisamos manter o profissionalismo. Às vezes, me deparo com algumas coisas e penso ‘Meu Deus, que isso?’, mas não cheguei ao ponto de ver algo tão absurdo que eu tenha negado a participação”, disse.

Walber produz jingles desde 2016. No total, 40 canções eleitorais levam a assinatura dele, sendo 15 apenas neste ano.

Assim como varia o valor que os candidatos têm para desembolsar com as campanhas, também há preços diferentes para a confecção dos jingles. No mercado, o preço pode ir de R$ 500 a R$ 3,5 mil. Isso porque a precificação das canções considera o tempo das canções, os instrumentos utilizados e a complexidade dos acordes musicais.

NAS RUAS, JINGLES ESTÃO MENOS PRESENTES

A produção de jingles ainda é alta, mas eles não estão tão presentes nas ruas em 2020. Isso se deve, em grande medida, de acordo com o especialista em Marketing Político Darlan Campos, às regras destas eleições.

“Nas eleições de 2020, houve algumas limitações, principalmente, no uso de carros de som. Agora, eles só podem circular onde está o candidato. Uma mudança dessas já diminui bastante a utilização dos jingles”, explicou.

Morador de Vila Velha, o produtor musical Warley Kaiser diz que é até difícil acreditar que a votação está tão próxima – o 1º turno ocorre no próximo domingo, dia 15. “Tem sido uma campanha atípica. Acho que é um desserviço para a democracia, porque os candidatos não são expostos”, observou.

A chamada publicidade volante, com uso de carros de som, trios elétricos e minitrios, foi regulamentada em 2020. De acordo com a nova norma eleitoral, as propagandas sonorizadas só podem ser utilizadas em passeatas, reuniões e carreatas, respeitando o limite de 80 decibéis de nível de pressão sonora. Esses veículos não podem circular aleatoriamente pelas cidades.

Confira a matéria em A Gazeta.

Que tal compartilhar?

Share on facebook
No Facebook
Share on twitter
No Twitter
Share on linkedin
Share on Linkdin
Share on whatsapp
No Whatsapp

Leia também:

Deixe seu comentário