Mesmo impactados pela pandemia e com recursos menores que grandes negócios, pequenas empresas e microempreendedores podem ter práticas de diversidade e inclusão (D&I), como legendar vídeos em redes sociais, por exemplo. É o que indica a especialista e ativista Gabriela Augusto, fundadora da consultoria Transcendemos, que presta serviços de D&I a empresas. A empresária falou sobre o tema em entrevista coletiva virtual com a 24ª turma do Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, na última sexta-feira (15).
Na entrevista, Augusto explica que geralmente programas de diversidade e inclusão são voltados para grandes empresas, com centenas de funcionários. Ainda assim, os pequenos empreendimentos podem aplicar os conceitos e conscientizar colaboradores. “Em um restaurante, por exemplo, o gestor pode fazer uma curadoria de informações: como atender um cliente trans, como evitar comportamentos machistas e racistas que a gente reproduz sem perceber”, exemplifica.
No contexto atual, a empresária aponta que os pequenos empreendedores podem investir em ações de acessibilidade sem custo. “Esses negócios foram bem impactados pela pandemia, eu acho difícil investirem muito nessa temática agora, mas é importante destacar que algumas coisas não têm custo, como acessibilidade digital. Colocar legendas nos stories não custa, tem aplicativo gratuito que faz automático, você coloca e já se torna acessível. Vai postar uma imagem, coloca uma descrição”.
Para Augusto, as grandes empresas podem reverter desigualdades, aliando interesses e gerando impactos positivos. Além da responsabilidade social com trabalhadores e consumidores, investir em D&I é estratégico, uma vez que traz benefícios como inovação e investimentos. Isso porque negócios com práticas de ESG (ambiental, social e governança), o que inclui diversidade e inclusão, têm prioridade na captação de recursos. “Uma empresa que não está olhando para a diversidade tende a ficar para trás e perder espaço”, finaliza.