Patrocínio:

Realização:

Patrocínio:

Realização:

Interação com a audiência: estratégias para o jornalismo se aproximar do público nas redes sociais

Saber se comunicar bem com os usuários da Internet é um caminho proveitoso para aumentar o engajamento e a relevância de um jornal
Redes sociais
Os usuários nas redes sociais curtem, comentam e compartilham notícias (Foto: Freepik)

Um portal de notícias publica uma matéria. Instantaneamente, vão aparecendo dezenas, centenas e, por vezes, milhares de comentários. Nisso, surge a dúvida: é preciso responder aos leitores? Usando como base a vivência na Rede Gazeta, o editor de distribuição Danilo Meirelles afirmou em uma palestra virtual no 24º Curso de Residência em Jornalismo, nesta terça-feira (28), que ignorar a audiência deve ser uma opção apenas em situações específicas. Afinal, um veículo jornalístico, geralmente, consegue dois pilares valiosos a partir da interação com o público: engajamento e relevância.

Com o momento conturbado entre a imprensa e uma parcela de brasileiros, é comum achar matérias de cunho político repletas de xingamentos e afrontas ao trabalho dos jornalistas. Especificamente, nessas notícias, Meirelles explicou que o veículo precisa sair de cena e não responder os comentários. É uma forma de fugir de conflitos ideológicos e radicais, bem como evitar brigas diárias.

“Se temos certeza que a nossa apuração está correta e as informações estão bem claras, esperamos que os usuários mais racionais defendam a nossa informação contra aquele usuário irracional que ofende o veículo”, contou o editor de distribuição na palestra concedida aos focas da Rede Gazeta.

Se, por vezes, ignorar é uma opção. Em outras situações, a prática de “deixar no vácuo” é refutada no núcleo de distribuição de conteúdo do qual Meirelles faz parte. Prova disso é que, nas matérias leves, curiosas e que fogem do escopo político, o editor incentiva que a sua equipe não apenas curta alguns comentários, mas também realize uma interação real com a audiência, seja agradecendo ou colocando um simples emoji.

O objetivo dessa estratégia é claro. Mostrar que do outro lado da tela há humanos, apesar de ser um perfil de uma empresa. Tanto que a interação não é apenas passiva, ou seja, responder apenas quando os “arrobas” de A Gazeta são mencionados. Mas sim, também ocorre de forma ativa ao interagir em postagens de perfis de capixabas da timeline. Dessa forma, o veículo consolida uma presença de marca além da área noticiosa.

“Diariamente, peço para a equipe curtir e comentar fotos de pessoas que postaram fotos com as hashtags #agazetaES e #somoscapixabas no Instagram. Justamente, para fidelizar e mostrar que estamos próximos do público. Temos a função de divulgar conteúdos jornalísticos, mas, se a pessoa chegar no perfil através de outro motivo, está valendo. Em algum momento, pode ser que ela se torne uma consumidora de notícias”, ressaltou Meirelles.

Em paralelo, o perfil de A Gazeta no Instagram publica fotos de belezas capixabas – enviadas pela audiência – em seu próprio feed, seja para dar “bom dia” ou “boa noite” para os seguidores. Para o jornalista, é uma estratégia que traz diretamente engajamento, já que várias pessoas sempre repostam no stories, animadas por terem saído no jornal. O que faz, por consequência, a “arroba” do veículo se espalhar mais e mais para outros usuários da plataforma.

Conteúdos que engajam

Perfil de A Gazeta no Instagram
Perfil de A Gazeta no Instagram (Foto: Reprodução)

Seguir apenas estratégias de atrair público não basta. Para continuar com engajamento, tem-se a necessidade de lançar um olhar atento aos conteúdos que são publicados nas redes sociais, desde os assuntos abordados, passando pela linguagem até os formatos.

Em relação às temáticas, Meirelles contou que a redação de A Gazeta tem como uma das atribuições a produção de conteúdos que atinjam pessoas fora do Espírito Santo, porque a pesquisa no Google é ainda a maior fonte de acessos únicos do site. Mesmo assim, o foco principal não pode sair dos capixabas.

E, com isso, há uma missão. Além de cobrir factuais, os repórteres devem pensar em matérias que criem a sensação de pertencimento, seja falando sobre o turismo na região serrana ou algum capixaba premiado internacionalmente. “O capixaba gosta muito de se reconhecer como capixaba. Então, precisamos mostrar para ele que no Estado há coisas legais. Cultivar sempre o sentimento de orgulho”, acrescentou o jornalista.

Linguagem e formatos

Para se sentir motivado a ler determinada matéria, o usuário precisa entender do que ela se trata logo na chamada do conteúdo. Daí, percebe-se a importância de adotar a linguagem de forma adequada.

Mas, devido ao imediatismo e produção acelerada, nem sempre o repórter consegue simplificar o mote de um assunto complexo. Dessa forma, segundo Meirelles, a equipe de distribuição entra em ação e coloca – depois de pedir autorização ao jornalista – um título diferente nos cards das redes sociais, que são as artes feitas para divulgação da matéria. Tudo isso para facilitar o entendimento de uma audiência tão diversificada.

“Lidamos com públicos de todas idades e classes sociais. Muitas vezes, alguns deles, por exemplo, não sabem nem a divisão de responsabilidades entre os entes municipais, federais e estaduais. Logo, precisamos traduzir a notícia para essas pessoas. É um processo de educação da audiência. De tradução do que significa aquela notícia”, disse o jornalista.

Por fim, há a questão do formato. Para o editor de distribuição, nem todas as notícias são cobradas para terem audiência, ou seja, fazer o usuário da rede social clicar no link e ser direcionado para o site. Por consequência, isso faz aumentar as possibilidades de divulgação. Vídeo, carrossel, reels? Opções não faltam.

Inclusive, dentro do perfil de A Gazeta no Instagram, há vários exemplos de postagens que fogem do padrão de divulgação. Uma delas aborda um conteúdo sobre lugares da Grande Vitória que realizam exames de Covid-19 de forma gratuita. Em vez de apresentar a notícia com um card e uma breve descrição na legenda, a equipe de Meirelles apresentou ela em formato de carrossel. E com todas as informações. “Essa postagem deu muito engajamento. Afinal, é um serviço relevante para o público em um momento de pandemia”, citou o editor.

Conhecendo mais Danilo Meirelles

Danilo Meirelles
Danilo Meirelles trabalha na Rede Gazeta há 9 anos (Foto: A Gazeta)

Danilo Meirelles começou como estagiário na Rede Gazeta em 2011. Depois de dois anos na função, foi efetivado e se tornou repórter do Gazeta Online (hoje, A Gazeta). Em paralelo à produção de conteúdo, na época, era o responsável por fazer a postagem de matérias do portal nas redes sociais, sendo o pioneiro na redação a realizar essa atividade.

Pouco tempo depois, passou para a função de social media, onde ficou até ocupar o cargo atual de editor de distribuição de conteúdo. No seu setor, hoje, é responsável por traçar e realizar as estratégias para divulgar a produção noticiosa de A Gazeta, seja nas redes sociais – Facebook, Instagram e Twitter – como em newsletters.

Ponto a ponto

Carrossel – Formato do Instagram que funciona como um álbum, no qual é possível ter até 10 itens em uma mesma postagem. Basta arrastar para o lado para ver as imagens ou vídeos da sequência. 

Reels – Recurso do Instagram para gravar vídeos curtos e criativos. Apresenta limite máximo de um minuto. 

Newsletters – Boletins informativos enviados por e-mail para uma lista de assinantes já cadastrados. São usados para comunicar ofertas de uma empresa ou divulgar eventos e sites. No jornalismo, é comum o envio de notícias por esses boletins. 

Que tal compartilhar?

Share on facebook
No Facebook
Share on twitter
No Twitter
Share on linkedin
Share on Linkdin
Share on whatsapp
No Whatsapp

Leia também:

Deixe seu comentário