Fotos mostram o interior dos apartamentos após incêndio em Jardim Camburi

Explosão e incêndio em condomínio de Jardim Camburi. Crédito; Mônica Moreira

Por Mônica Moreira e Larissa Avilez

Imagens revelam os prejuízos causados pela explosão que aconteceu na manhã desta segunda-feira (2), em Vitória; quatro unidades foram atingidas.

Paredes pretas, janelas destruídas e móveis completamente consumidos pelo fogo. Esse é um breve retrato que resume como ficou o apartamento de um condomínio localizado em Jardim Camburi, em Vitória, na manhã desta segunda-feira (2), depois de o local sofrer uma explosão, segundo relatos de moradores, e ser tomado por um incêndio.

Fotos feitas pela equipe de A Gazeta no prédio também mostram a destruição parcial do apartamento de Ricardo Rafaski, que mora na unidade em frente a que entrou em chamas. Com a força da massa de ar causada pelo estrondo, a porta de entrada das duas residências foram parar no meio da sala de estar dele.

“Eu estava sentado na sala, trabalhando. Do nada, eu vi a minha porta voando; e em seguida, a porta do apartamento que explodiu. Saí e vi aquela labareda de fogo dentro do apartamento. Quando eu fui para a minha porta, veio o dono do outro apartamento, todo ferido. Explodiu com ele lá dentro. Peguei meu filho no quarto e desci, com o apartamento já pegando fogo”.

De acordo com uma nota do Corpo de Bombeiros, quatro apartamentos foram atingidos pelas chamas. “Dois ficaram bem destruídos, inclusive a unidade que foi o foco do fogo, e dois pouco atingidos”, detalhou a Corporação. Sete pessoas estão desalojadas. O condomínio fica na Avenida Doutor Herwan Modenese Wanderley, próximo ao Hospital e Maternidade Santa Paula.

De acordo com testemunhas, o incêndio começou por volta das 10h30. Vídeos mostram o fogo atingindo o terceiro andar do prédio e a forte fumaça preta. Com a força do ar quente, janelas, portas e aparelhos de ar-condicionado voaram e caíram nas áreas comuns do condomínio Residencial Club Jardim Camburi. Três pessoas também precisaram ser socorridas no local.

HOMEM DO APARTAMENTO INCENDIADO RECUSOU AJUDA

Apesar de muito ferido, o proprietário e morador do apartamento onde o incêndio começou teria recusado a ajuda dos vizinhos e saiu do condomínio dirigindo o próprio carro. O relato foi passado por Ricardo Rafaski (vizinho da frente) e por Elisângela Pereira de Oliveira, que mora no primeiro andar do prédio. “Ele tinha um cabelo grandinho e estava todo agarrado na cabeça. Não tinha parte do corpo que não estivesse queimada. Na parte de trás, a roupa ficou em pedaços. Ele passou por nós desorientado”.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, há suspeita “de que um homem tenha incendiado o local”. Sem causa definida, o incêndio será investigado. “O prazo mínimo para conclusão do laudo pericial é de 30 dias. Somente após finalizado, informações serão repassadas”, disse em nota.

DONO DO APARTAMENTO É ENCONTRADO MORTO

Horas depois do incêndio, o proprietário e morador do apartamento onde tudo começou foi encontrado morto no bairro Mata da Praia, em Vitória – a menos de cinco quilômetros do condomínio. Identificado como Marcelo Agostinho Gonçalves, ele tinha 52 anos, era dono de uma oficina e deixa um filho.

De acordo com a Polícia Civil, o corpo dele foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) da Capital e liberado por familiares pouco depois. As informações são de que teria tirado a própria vida com um tiro de arma de fogo. O caso foi registrado como suicídio pela Polícia Militar.

VEJA A GALERIA DE FOTOS de Mônica Moreira

Ultramaratonistas capixabas encaram desafio inédito no Rio de Janeiro

Jorginho e Gusmão, capixabas selecionados para a ultramaratona One Hundred.

Jorge Fernando Coutinho Júnior e Carlos Gusmão foram escolhidos entre 100 atletas de diversas partes do mundo, para participarem da One Hundred, que terá início no próximo sábado (21).

Ter que cumprir uma prova com percurso de 160,94 km em no máximo 24 horas, e em subida, gradativamente, até alcançar 3.000 metros acima do nível do mar, não é uma tarefa das mais fáceis. Mas esse é o desafio que Jorge Fernando Coutinho Júnior, 39 anos, e Carlos Gusmão, 41, vão enfrentar. Os dois atletas, que moram em Vila Velha, representarão o Espírito Santo, a partir do próximo sábado (21), na ultramaratona One Hundred que acontecerá, pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro (RJ).

A largada da prova acontece em Barra do Pirai, com trajeto pelo interior do Rio de Janeiro e, em sua maior parte, por estradas de terra, passando por Valença, Conservatório, Vassouras, Vale das Princesas, com chegada a Catedral de Petrópolis. Esse percurso é conhecido como o Caminho do Imperador. O One Hundred é uma competição inédita, lançada aqui no Brasil e no próximo ano terá etapas na Itália e em Portugal. O processo de seleção dos atletas para a prova foi, a partir da análise curricular dos ultramaratonistas.

Jorginho será o primeiro dos capixabas a competir neste sábado (21), às 17 horas, quando a One Hundred etapa Brasil terá início. Serão quatro baterias, com cinco competidores cada uma. Gusmão correrá no dia 5 de dezembro. Os atletas vão competir entre si – mesmo em baterias diferentes – e contra corredores dos Estados Unidos, Minas Gerais e do Rio de Janeiro (RJ).

O primeiro lugar nesta corrida terá garantido a isenção na taxa de inscrição, a passagem e os custos da equipe de apoio, pagos pela organização, para a disputa em 2021. Os classificados, do segundo ao quinto lugar, terão isenção na taxa de inscrição das etapas fora do país.

Gusmão e Jorginho são treinador e aluno e, nesta prova, estão na disputa entre si, mas não rivalizando. “A ultramaratona é um desafio pessoal, a superação dos nossos limites. O resultado final é o importante para nós enquanto atletas e não a rivalidade na disputa”, afirma o treinador, que nesta primeira etapa, sábado (21), acompanhará Jorginho, fazendo parte da equipe de apoio e no dia da sua competição em 5 de dezembro, será apoiado pelo aluno.

A pandemia do novo coronavírus modificou a realização de diversas etapas esportivas pelo mundo. Esta ultramaratona, por exemplo, foi preparada em cinco baterias com apenas quatro competidores, para que não haja aglomeração dos participantes. Com relação à preparação física para a competição, Jorginho declara que não houve muita mudança. “A ultramaratona já é um esporte meio solitário, então para treinar eu não precisei mudar muito o meu ritmo, apenas procuro lugares ao ar livre, mais distantes”, disse.

ULTRAMARATONA

As ultramaratonas são provas longas de corridas, acima de 50 Km, e são realizadas em 12h, 24h e 48h, obrigatoriamente com carro de apoio e equipe durante todo o trajeto, para auxiliar na alimentação e ajudar, caso o atleta precise.

Neste tipo de competição, não há parada e o percurso total é feito dentro do limite de horas estipulado, correndo durante o dia e a noite, sem interrupção para nada. “O carro de apoio é importante e obrigatório para o atleta ultramaratonista. A gente não pode interromper a corrida para nada e a equipe nos acompanha o tempo todo, nos apoiando o tempo todo”, descreve Jorginho.

PRINCIPAIS CONQUISTAS DOS CAPIXABAS PELO MUNDO

Jorginho escolheu correr para aliviar o estresse, há oito anos e, quando atingiu 21 Km (corridas curtas), migrou imediatamente para a ultramaratona (acima de 50 Km). De lá para cá ele acumula diversas conquistas nesta modalidade como: 3° lugar na Ultramaratona do 38° BI de Vila Velha; 1º lugar na Ultramaratona Caminhos de Rosa-MG (250 Km em 27 horas, realizando o percurso de Guimarães Rosa, autor de Grandes Sertões Veredas), em revezamento com a atleta Dian Bellon; 3º lugar na Ultramaratona Desafio Vitória-Anchieta (110 Km em 11h52min); vice campeão da Ultramaratona Sul-americana, realizada no Uruguai; e o 4º lugar na Brazil 135 Ultramarathon, prova que tem como desafio 217 Km, altimetria de 9 mil metros e tempo limite de 60 horas, que Jorginho realizou em 35.

Gusmão destaca no seu currículo como ultramaratonista: quatro vezes Finisher Spartathlon nos 246 Km na Grécia, sendo considerado o maior brasileiro ‘finishers’ nessa competição, ou seja, o competidor que conseguiu finalizar essa competição por quatro vezes; campeão recordista dos 250 Km da Caminhos de Rosa-MG; duas vezes Finisher BR-135, 217 Km na Serra da Mantiqueira-MG; duas vezes campeão na Ultramaratona 12h de Niterói-RJ; Atleta da Seleção Brasileira de Ultramaratona de 24h que disputou o Mundial em Belfast/IRL; e Finisher da Badwater, 217 Km no Deserto de Mojave no Death Valley, California/EUA.

Consórcio imobiliário atrai investidores. Confira como modalidade funciona

Consórcio tem taxas menores que o financiamento. Fonte: Freepik

Procura por consórcios aumentou 14% durante a pandemia e volume de créditos disponibilizados cresceu 82,8%. Especialistas explicam as diferenças com relação ao financiamento tradicional.

Com a queda dos juros e, consequentemente, na rentabilidade de aplicações como fundos de renda fixa e poupança, a busca pelo investimento em imóveis vem aumentando. E uma modalidade que tem atraído cada vez mais investidores é o consórcio. Dados da Associação Brasileira de Administradores de Consórcio (Abac) apontam que, no primeiro semestre deste ano, o produto  imobiliário cresceu 14%, com relação ao mesmo período do ano passado.

Já o volume de créditos disponibilizados, no acumulado de janeiro a junho deste ano, alcançou R$ 6,89 bilhões, uma alta de 82,8%, em relação aos primeiros meses do ano passado. Ainda segundo a Abac, no fechamento do primeiro semestre deste ano, a participação do Sistema de Consórcios foi de 7,3% sobre o Produto Interno Bruto (PIB) deste mesmo período.

Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Sandro Carlesso, esse aumento tem ocorrido porque pessoas que antes aplicavam dinheiro ou deixavam em poupança têm percebido que investir em imóveis é mais rentável, e o consórcio é uma opção atrativa.

O especialista em consórcio Vinícius Santos explica que as principais diferenças entre a modalidade e o financiamento tradicional são o custo final e o tempo de pagamento.

Enquanto o financiamento imobiliário tem cobrança de juros, que hoje estão em 7% ao ano, em média, no consórcio não há juros, mas sim uma taxa de administração sobre o valor da carta de crédito, de 1% ao ano, em média, que é diluída nas prestações. Quanto ao prazo, ele explica que, no consórcio, as parcelas são menores e pagas em menos tempo, em média 200 meses, contra até 420 meses dos financiamentos.

Outra característica é que o cliente poderá receber a carta de crédito por meio de sorteio ou lance, e pode, inclusive, usar o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para isso.

Vinícius Santos, especialista em consórcio imobiliário, explica o passo a passo para quem deseja investir no segmento. Crédito: Acervo pessoal
Vinícius Santos, especialista em consórcio imobiliário, explica o passo a passo para quem deseja investir no segmento. Crédito: Acervo pessoal

Outro ponto destacado pelo especialista é que, caso o investidor, por algum motivo, não consiga mais arcar com a parcela do consórcio, ele tem a opção de passar para terceiros, como um bem que se coloca à venda, ou reaver o dinheiro investido, respeitando as regras no contrato, que pode prever a retenção de um percentual pago.

Além disso, caso o consorciado desista de comprar um imóvel após a aquisição do consórcio, pode receber o rendimento do valor da carta de crédito, como se fosse um dinheiro aplicado em títulos públicos, conforme as taxas vigentes no mercado econômico.

“O primeiro passo para fazer um consórcio é buscar um consultor para orientar sobre em qual tipo o cliente mais se enquadra. Depois, é preciso contratar e se programar para dar um lance ou aguardar ser sorteado. Por fim, contratar um consórcio que melhor se encaixe na sua necessidade, há modalidades para comprar imóveis novos, construir, reformar ou comprar um terreno e construir”, orienta Vinícius Santos.

O empresário Renan Lyrio Ribeiro, 35 anos, morador de Vila Velha, viu no consórcio a melhor opção de investimento, tanto que, num intervalo de três meses, ele contratou dois e considera essa uma modalidade menos burocrática. “A experiência de adquirir um imóvel por consórcio foi muito boa para mim. É uma forma de planejar a aquisição do bem e, como eu já tive financiamento, percebi que a diferença é bem grande, principalmente porque é mais simples, menos burocrático e adaptável ao nosso perfil”, declara.

Empresário Renan Lyrio Ribeiro, morador de Vila Velha, decidiu investir em consórcios. Crédito: Acervo pessoal
Empresário Renan Lyrio Ribeiro, morador de Vila Velha, decidiu investir em consórcios. Crédito: Acervo pessoal

Uma dica que Renan dá é buscar ajuda profissional, antes dessa empreitada. “É importante ficar atento e procurar quem tem experiência para orientá-lo, especialmente para adequar a parcela ao valor que você deseja adquirir e às regras, como funcionam os grupos consorciados”, orienta o empresário que, além de dois consórcios imobiliários, possui um de carro e outro de moto.

PLANEJAMENTO É PRIMEIRO PASSO

Quem também cita o planejamento como ponto de partida, tanto para quem deseja comprar um imóvel para morar, como para investir,  é o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES) Sebastião Demuner. Ele afirma que o consórcio imobiliário é um modelo que vem crescendo, devido à baixa taxa em comparação aos juros do financiamento. Porém, fazer as contas e se organizar antes de contratar esse tipo de produto é fundamental para a saúde financeira familiar.

“A educação financeira precisa estar presente na vida das pessoas e o primeiro passo é planejar os gastos com relação aos seus rendimentos. Na hora de adquirir um bem como um imóvel, por exemplo, é preciso antes avaliar: quanto do meu orçamento eu posso comprometer com as parcelas, sem prejudicar o meu dia a dia?”, aconselha o economista.

Outra orientação de Demuner é ter bem determinado o imóvel que se deseja comprar. “O planejamento para aquisição de um consórcio deve levar em conta detalhes de onde se quer morar e qual o tamanho do imóvel, porque se deixar para pensar nisso depois, o valor da carta de crédito pode não corresponder ao seu desejo de morar em determinados bairros ou até permitir que você more onde deseja, mas num imóvel com o tamanho inadequado às suas expectativas”, orienta.

O presidente da Ademi-ES,  Sandro Carlesso, também aconselha que os interessados em contratar um consórcio busquem antes referências sobre as empresas atuantes no mercado, por meio do Banco Central, em canais de atendimento disponibilizados por meio do site da instituição.

Uso de eletrônicos aumenta casos de estrabismo em crianças, diz médica

No estrabismo, os olhos ficam desviados para qualquer direção. Crédito: Freepik

Celulares e tablets deixaram de ser utilizados apenas para lazer e agora fazem parte da rotina de estudos também, elevando o risco de surgimento da doença.

A pandemia da Covid-19 afeta a saúde não apenas daqueles que são infectados pelo novo coronavírus, mas também dos que alteraram hábitos para se adaptar à nova realidade. É o caso de crianças que, em função do uso excessivo de telas – celulares, tablets, computadores – estão mais suscetíveis ao desenvolvimento do estrabismo, uma doença que atinge os olhos e tem aumentado significativamente no público infantil. O alerta é da oftalmologista Cláudia Maestri, precursora do “exame do olhinho” no Espírito Santo.

Os eletrônicos já faziam parte do cotidiano de muitas crianças. Com a crise sanitária, porém, além de aumentar o tempo de utilização das telas para lazer, a rotina de estudos também passou a depender dos equipamentos.

Segundo a médica, o estrabismo é uma doença em que os olhos ficam desviados, e  seu aparecimento está diretamente ligado ao tempo em que a criança fixa seu olhar numa só direção e, potencializada pela luz das telas,  provoca fadiga no músculo ocular.

“O estrabismo é quando os olhos não estão em paralelo e passam a ficar desviados: para cima, para baixo, lado esquerdo ou direito. Nas crianças, pode acontecer em decorrência de grande exposição aos aparelhos eletrônicos com tela”, reforça Cláudia Maestri.

A oftalmologista explica que, até os oito anos, o olho humano está em formação e quanto menor a criança, maiores os danos porque os músculos oculares não estão fortalecidos.  Cláudia Maestri lembra que, conforme orientações também da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), menores de 2 anos não devem usar telas, e a partir dessa idade, existe um tempo máximo de utilização por faixa etária, que chega a até 3 horas diárias, com intervalos.

A oftalmologista Cláudia Maestri aponta os riscos do uso excessivo de telas pelas crianças. Crédito: Divulgação
A oftalmologista Cláudia Maestri aponta os riscos do uso excessivo de telas pelas crianças. Crédito: Divulgação

“Hoje em dia os eletrônicos fazem parte da vida de todo o mundo, mas devemos ter cautela também quanto tempo de uso. E, quando a exposição for necessária, é importante respeitar os intervalos, bem como exercitar os olhos, olhando para o horizonte ou longas distâncias, por dez a quinze minutos”, ensina a médica.

Cláudia Maestri orienta, ainda, que as pessoas adotem a regra 20/20/20. “A cada vinte minutos de uso, parar vinte segundos e olhar a vinte pés (o equivalente a 6 metros de distância).”

Ainda sobre a distância dos aparelhos em relação aos olhos da criança, o ideal é que seja sempre maior que 40 centímetros. Se for menor, e conforme o tempo que passa exposta às telas, mais risco de fadiga ocular e espasmo, que causam o estrabismo, cansaço na leitura e até visão dupla. Além disso, a luz desses equipamentos pode causar também outros distúrbios para a saúde da criança. “Estudos não tão recentes já apontavam a luz dos eletrônicos como uma das causas de ansiedade, sono agitado, insônia, dificuldade de memorização, atraso escolar, alterações de comportamento e até déficit de atenção”.

Cláudia Maestri acrescenta que o estrabismo é uma doença que pode ser tratada e que as famílias devem observar os sinais. “É importante que os pais e responsáveis fiquem atentos aos sintomas da doença, que podem ser: piscar e lacrimejar menos, ressecamento dos olhos, fotofobia, dor de cabeça, enjoo, crises de enxaqueca, pálpebras inchadas, dentre outras alterações nos olhos da criança sem motivo aparente”, relaciona.

O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, diz que o estrabismo atinge 5% da população do país, mas está em ascensão. Quando provocado pelas telas, explica a assessoria do médico, está associado ao excesso de informação visual e à velocidade das imagens. Ele também chama a atenção dos pais. “Muitos demoram para consultar um oftalmologista porque algumas crianças têm estrabismo intermitente, em que o desalinhamento só acontece durante as atividades de maior esforço visual. A descontinuidade do sintoma é interpretada como regressão do problema. Por isso, acabam colocando a visão do filho em risco”, adverte.

O especialista aponta que o estrabismo pode anular a visão do olho que enxerga menos. O resultado, segundo Queiroz Neto, é o olho preguiçoso ou ambliopia, maior causa de cegueira monocular no país. “A ambliopia só pode ser revertida até os 10 anos. Depois disso, não tem cirurgia ou transplante que recupere o olho mais fraco. Por isso, a observação da criança, diagnóstico e tratamento precoces são essenciais”, conclui.

Aplicativos de hospedagem, seja de pet ou humanos, garante renda extra para capixabas

Cachorros e gatos. Crédito: Shutterstock

Vanessa, moradora da Praia do Canto e Paula, atualmente em BH, aderiram aos apps abrindo as portas das suas residências para cachorros e pessoas.

A nova era dos aplicativos que resolvem tudo ou quase todas as nossas necessidades chegou, se consolidou e, pelo visto, tende a continuar, a cada dia, com mais inovação e resolução para o dia a dia. Associada a essa tendência na palma da mão, muitas oportunidades também chegaram, trazendo fôlego na renda extra.

Assim como os taxistas perderam a exclusividade com a chegada dos motoristas de aplicativo, a hospedagem deixou de ser específica para hotéis e pousadas. E não apenas para humanos, como fez Paula Camargo, mas também para pets, como inovou Vanessa Capucho.

A saudade da cachorrinha fez Vanessa Capucho abrir a casa para hospedar cachorros,  com a Fiona
A saudade da cachorrinha fez Vanessa Capucho abrir a casa para hospedar cachorros, com a Fiona. Crédito: Acervo Pessoal

Saudade. Esse foi o gatilho que vez com que Vanessa Capucho, de 33 anos, moradora da Praia do Canto pensasse na ideia de hospedar pets no seu apartamento. “Eu tenho uma petzinha, a Amy, e atualmente ela não fica comigo aqui em Vitória, fica em Linhares com os meus pais. E a ideia surgiu por conta da saudade que estava dela. Ao mesmo tempo que eu não podia ficar com ela aqui, tinha a necessidade de ter um cachorrinho, de tomar conta, de cuidar. Saudades de ter um cachorrinho pertinho de mim”.

Sabendo dessa saudade de Vanessa por sua spitz alemã, uma amiga resolveu indicar um aplicativo para hospedagens de pets, o Dog Hero, que atualmente tem mais de 1,4 milhão de pets cadastrados, sendo 20 mil somente no Espírito Santo e 7 mil em Vitória. A ideia central do serviço é cadastrar pessoas que necessitem deixar cachorros ou gatos em residências, com pessoas que gostem e possam cuidar dos seus bichinhos. Além da hospedagem, há, ainda, o serviço de passeio com o pet, que é remunerado.

Vanessa já hospedou mais de um pet de uma vez, como aconteceu com Boris, Lola, Sol e Millie
Vanessa já hospedou mais de um pet de uma vez, como aconteceu com Boris, Lola, Sol e Millie. Crédito: Acervo pessoal

O serviço funciona da seguinte foma: os interessados em hospedar precisam ter mais de 18 anos de idade, passar por um processo seletivo, com preenchimento de formulários, testes e envio de fotos da residência, que possam garantir o cumprimento dos requisitos exigidos. Após esta fase, os dados são analisados por especialistas da plataforma e os hóspedes recebem treinamento para depois estarem aptos a receber o contato de interessados em deixar seus pets em hospedagem. “Tem todo um perfil para você entrar no aplicativo e hospedar cachorro ou gato. O meu perfil mesmo é só cachorro. Eu só hospedo cachorro”, contou a moradora da Praia do Canto.

De acordo com a plataforma, os valores por serviço variam conforme a região e o período de reservas. Para hospedagem, o preço médio é de R$ 45,00 e para creche e pet sitting (babá do pet), R$ 35,00. Já para passeios os valores são fixos, conforme duração e cidade. No caso de Vitória, custam a partir de R$ 19,90 e para todos os serviços a DogHero permanece com 25%.

Vanessa, que é coordenadora de comunicação, contou que já chegou a faturar R$ 2 mil por mês, somente com hospedagem de cachorros. Mas atualmente só presta esse serviço nos fins de semana. “Esse tipo de atividade pode ser uma renda extra com certeza. Eu conheço muitos anfitriões que têm esse serviço como principal, inclusive. Atualmente eu mantenho o meu trabalho, na minha profissão, e somente nos finais de semana eu faço hospedagem. Já até garanti muitos clientes fiéis, que costumam me procurar também durante a semana”, finalizou a anfitriã, dizendo que já chegou a hospedar até quatro cachorros juntos na sua residência e deixando uma dica para quem deseja entrar neste ramo: “O cachorro precisa entender que você é um amigão, que você tá ali por alguns momentos, como se ele fosse passar férias. Você precisa gostar e não tratar isso como uma renda extra apenas”, conclui a anfitriã Vanessa Capucho.

Paula Camargo cadastrou seu apartamento em um aplicativo de hospedagem
Paula Camargo cadastrou seu apartamento em um aplicativo de hospedagem. Crédito: Acervo pessoal

Renda extra

Foi na intenção de se hospedar num fim de ano, entre 2017 e 2018, que Paula Camargo, 35 anos de idade, na época moradora de Jardim Camburi, conheceu o Airbnb. “Eu pedi indicação de um amigo. Estava procurando um hotel ou pousada para me hospedar numa viagem que iria fazer. Foi quando ele me apresentou ao aplicativo e eu gostei muito”, disse.

Já no início de 2018, após uma mudança, Paula pensou na possibilidade de alugar seu apartamento por mês. Mas lembrou da experiência com o aplicativo de aluguéis por temporada e resolveu arriscar. “Eu estava com o apartamento sem mobília e resolvi ver se, mesmo assim, daria certo”, lembrou já afirmando que “deu muito certo”. Com a experiência ela pôde investir em mobília e, de lá para cá, não parou mais com o negócio que atualmente considera como se fosse um ‘investimento em ações’. “O retorno é variável, a renda é incerta, como investir em ações, por exemplo. Mas ainda assim a principal vantagem é a financeira”, declarou dizendo que na alta temporada o retorno é de cinco vezes mais que um aluguel mensal e, na baixa, três vezes.

Dados do aplicativo informam que no Brasil, no ano passado, 50% dos anfitriões brasileiros utilizaram o App como renda extra para manter as suas residências e 22% usaram para deixar as contas em dia. Além disso, 71% declararam que essa é a principal fonte de recursos para sobreviver.

Paula explicou ainda que a comodidade de poder usar o seu imóvel em casos eventuais é outro ponto vantajoso. “Quando eu quero reunir a família e vir para o Espírito Santo, deixo de alugar pelo período que eu preciso e acomodo todos comigo no meu apartamento”, comentou a coordenadora de produção que atualmente mora em Belo Horizonte (MG).

Meu vibrador parou de funcionar. O que fazer?

Mulher com vibrador e brinquedinhos sexuais. Crédito: Shutterstock

Em Vitória, uma eletrônica, tradicionalmente conhecida por reparar brinquedos, passou a realizar o conserto dos conhecidos ‘brinquedinhos’ dos adultos.

“Um dia uma cliente chegou aqui na loja para consertar um brinquedo de criança. Quando ficou pronto e ela veio buscar, muito tímida, me perguntou: ‘moça, eu posso te fazer uma pergunta bem em particular?’ Aí ela me disse que tinha um outro ‘brinquedinho’ em casa que precisava de conserto. Eu logo percebi que se tratava de um vibrador”.

O relato é de Jaciara Barbosa Ribeiro Custódio, funcionária de uma loja especializada no conserto de eletrônicos, conhecida como hospital dos brinquedos, localizada em Vitória. A pergunta inusitada deu início ao um novo nicho de serviços ofertados pela empresa, bem como um alívio para os clientes que, como a que procurou a loja que Jaciara trabalha, muitas vezes não sabem o que fazer quando o famoso ‘brinquedinho’ apresenta defeito – seja por timidez ou por não saber mesmo que existe esse serviço disponível. “Pelo jeito que ela me abordou, eu deixei que ela ficasse bem à vontade. Eu disse: ‘amiga, é um vibrador né? Não se preocupe, eu te entendo’”, lembrou a funcionária.

O atendimento por esse tipo de demanda ainda é bem baixo, 2% apenas em relação aos outros serviços prestados pela loja, que realiza reparos em micro-ondas, brinquedos, chapinhas de cabelo, tudo que seja alimentado por bateria ou energia elétrica. “Desde que seja aparelho eletrônico, não importa qual, nós consertamos. Agora o mais curioso foi que ela disse assim pra mim antes de ir embora: ‘moça, não se preocupe, ele tá bem limpinho, viu?’”, comentou Jaciara, rindo.

Especialistas no assunto explicam que a conservação e manutenção dos vibradores geram muitas dúvidas porque, infelizmente,  o uso da peça é julgado por muitas pessoas, o que gera a tal timidez de falar sobre o assunto. A proprietária de um sexy shop virtual Juliana Dutras sempre recomenda a seus clientes muita atenção nesse quesito. “Eu sempre falo para eles que temos que ter uma relação com o vibrador. Precisamos cuidar dele. Precisamos lavar antes e após o uso com água e sabão neutro, e secar, de preferência, com um papel toalha”, aconselhou a empreendedora. Ela lembrou também que o uso do preservativo contribuir para a durabilidade da peça, bem com a higiene de quem vai utilizá-lo.

Lixo eletrônico

De acordo com a legislação vigente no Brasil, é considerado lixo eletrônico todo material originado de equipamentos eletrônicos como: peças de computador, aparelhos telefônicos, baterias, televisores, dentre outros, inclusive vibradores que funcionam a base de pilha ou bateria. A Central de Serviços da Prefeitura de Vitória informou que todo material considerado lixo eletrônico, conforme rege a Política Nacional de Resíduos Sólidos, deve ser descartado nos locais onde foram comprados.

Serviço:

Hospital dos Brinquedos

Av. Rio Branco – Santa Lúcia, Vitória – ES. Telefone: (27) 3227-3880.

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Seguro residencial: vale a pena investir ou é apenas mais uma despesa?

A população brasileira não tem hábito de contratar o serviço, que pode reduzir prejuízos no reparo de danos provocados, por exemplo, em incêndios.

Imagine o seu imóvel sendo atingido por explosão, incêndio, queda de raio ou aeronave? Por mais inimagináveis que possam parecer, há um risco dessas situações acontecerem. Nos últimos meses, somente em Vitória e, em menos de 30 dias, dois incêndios foram registrados causando danos que se estenderam até os imóveis vizinhos. No último registro, os prejuízos foram na estrutura física do imóvel, bem como na mobília. Para evitar o prejuízo material, uma alternativa é fazer o seguro residencial.

Esses incidentes acendem o alerta para os riscos, e também despertam o interesse sobre os produtos existentes no mercado, os caminhos para a contratação e se vale a pena investir.

O economista Antônio Marcus Machado observa que, no país, a contratação de um seguro residencial é tratada como uma despesa, uma vez que não se trata de um serviço obrigatório. “Em países como Suíça e Alemanha, por exemplo, não há como você adquirir uma unidade de imóvel sem seguro. O que por aqui se vê como despesa, na verdade é um investimento, porque preserva o patrimônio, mas, acima de tudo, preserva a vida.”

Conforme informações da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o seguro residencial está no eixo daqueles que abrangem residências individuais, casas e apartamentos, habituais ou de veraneios, e tem um plano que contempla vários ramos ou modalidades numa mesma apólice. Os planos chamadas compreensivos, do grupo patrimonial, garantem, em geral, três riscos: incêndio, queda de raio e explosão. Além desses, conjugam coberturas adicionais como: vendaval, queda de aeronaves, perda de aluguel, dentre outras.

A corretora de seguros Mariana Sales explica que a contratação do seguro residencial pode ser feita por qualquer pessoa, seja inquilino do imóvel, seja proprietário e que os requisitos são simples: “o seguro pode ser contratado por qualquer pessoa, apenas de posse dos documentos pessoais, data de nascimento e endereço. Tudo pode ser feito de maneira virtual, inclusive. Contratar um seguro é um ato de boa-fé do interessado”, afirma a corretora, acrescentando que o prazo de validade é correspondente ao pagamento. “Pagou está valendo, não pagou é suspenso.”

Quanto ao valor, a corretora salienta que o plano básico existente no mercado atualmente, que cobre incêndio, raio, explosão ou queda de aeronave, tem custo aproximado a partir de R$ 170 por ano e, conforme aumentam as coberturas dos riscos, que podem ser desde um vazamento de água ou perda das chaves, por exemplo, o preço aumenta. Segundo ela, a variação está associada também ao tipo de imóvel e localização.

“Há diferenças na hora da contratação para casos como: é casa ou apartamento? Qual o bairro está localizado? É condomínio fechado ou individual? Todos esses questionamentos são feitos e tudo é levado em consideração na hora de se fechar um contrato. Porque, dependendo do imóvel, pode não haver risco de incêndio, ou é em escala menor, quando se compara a arrombamento ou roubo”, explica Mariana Sales.

Sobre os incidentes causados por terceiros, a exemplo do que ocorreu recentemente em um condomínio em Jardim Camburi, Mariana deixa claro que é possível haver cobertura.

“Nesses casos, o trâmite é o mesmo que ocorre em seguros de automóveis; a seguradora cobre os danos e depois aciona o causador do prejuízo para reaver a despesa.” A corretora deixa ainda um alerta para quem tem imóvel em condomínios. “Após esses incidentes em Vitória, muitas pessoas me procuraram dizendo que o condomínio tem seguro e se era mesmo necessário contratar um individual. Na maioria dos casos, sim. Isso porque o seguro do condomínio contempla, na grande maioria dos casos, somente os danos existentes em áreas comuns a todos os moradores e não no incidente ocorrido no seu imóvel”, esclarece.

Após incêndio, 3º andar de prédio é interditado e 7 ficam desalojados

Unidade do condomínio onde começou o incêndio em Jardim Camburi.

A liberação do terceiro andar dependerá da realização de  intervenções que já foram informadas ao condomínio, segundo a Defesa Civil.

O terceiro andar do prédio localizado em Jardim Camburi, que teve um apartamento incendiado na manhã desta segunda-feira (2), foi interditado pela Defesa Civil. Após perícia, o órgão constatou que outros três apartamentos foram afetados e, no total, sete pessoas estão desalojadas.

Ainda segundo a Defesa Civil, a administração condomínio já foi informada sobre a realização de intervenções necessárias para seja feita a liberação do andar interditado. O conjunto de prédios onde ocorreu o incêndio está localizado na Avenida Dr. Herwan Modenese Wanderley, próximo ao Hospital Maternidade Santa Paula. A suspeita é de que um homem tenha incendiado o local.

Segundo testemunhas o incêndio começou por volta das 10h30 e com a força da explosão janelas, portas e até aparelhos de ar-condicionado foram arremessados, caindo nas áreas comuns do condomínio.

Os apartamentos vizinhos ao incendiado ficaram bastante danificados e em um imóvel localizado em frente, a porta de entrada foi arremessada para a sala, em consequência da explosão. Não houve vítimas.

Por volta das 11h30, o incêndio já havia sido controlado pelos bombeiros. Vídeos feitos por moradores mostram a forte coluna de fumaça preta saindo dos apartamentos. Com a força das chamas, janelas, portas e equipamentos de ar condicionado voaram e caíram no chão das áreas comuns do condomínio.

Por causa da grande quantidade de fumaça inalada, três pessoas precisaram de atendimento médico, incluindo o síndico do prédio. Embora muito ferido, o proprietário do apartamento onde aconteceu o incêndio recusou a ajuda dos vizinhos e saiu do local dirigindo o próprio carro.

Durante a tarde, o Corpo de Bombeiros esteve no Residencial Club Jardim Camburi para fazer o trabalho de rescaldo dos apartamentos e de perícia. O prazo mínimo para que o laudo seja concluído é de 30 dias. “Somente após finalizado, informações serão repassadas”, informou a Corporação, por meio de nota.

DONO DO APARTAMENTO É ENCONTRADO MORTO

Horas depois de sair com queimaduras do apartamento, o dono do imóvel incendiado foi encontrado morto em uma rua do bairro Mata da Praia, também em Vitória. Identificado como Marcelo Agostinho Gonçalves, de 52 anos, ele é o principal suspeito de ter causado o fogo.

De acordo com a Polícia Civil, o corpo dele foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) da Capital e liberado por parentes. Segundo familiares, ele era dono de uma oficina, formado em direito e tinha um filho. Na ocorrência registrada pela Polícia Militar, o caso é tratado como suicídio.

13° salário vai injetar R$ 3,8 bilhões na economia do ES

13° salário vai injetar R$ 3,8 bilhões na economia do ES

Montante é 5% menor que o do ano passado, mas expectativas com intenção de consumo das famílias são positivas para o comércio, que já prevê a contratação de 2 mil.

A economia capixaba será impactada com a injeção de R$ 3,8 bilhões do 13º salário dos trabalhadores com carteira assinada. Esse valor é uma estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e o montante representa 2% do que será injetado em toda economia brasileira, que corresponde a R$ 208 bilhões.

O valor é 5% menor em relação ao ano passado. Mas, mesmo com essa redução, a expectativa do setor de bens de consumo e serviços do Estado é positiva. Tanto que o comércio prevê a abertura de 2 mil vagas de emprego para o fim do ano, já projetando um aumento nas vendas.

Em um ano de grandes perdas para o setor, devido à pandemia do novo coronavírus, com lojas fechadas por meses, queda nas vendas e desemprego, a expectativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) é positiva, com a proximidade do fim de ano, já que a intenção de consumo das famílias tem aumentado gradativamente, acompanhando a recuperação do mercado de trabalho.

Essa recuperação vem sendo impulsionada, justamente, pelos setores de comércio e serviços. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na quinta-feira (29), apontam que, pelo terceiro mês consecutivo, o Espírito Santo registrou saldo positivo na balança do emprego. Em setembro foram criadas 6,9 mil vagas com carteira assinada no Estado, sendo quase 4 mil postos de trabalho nessas duas áreas.

A avaliação da Fecomércio é que, mesmo em um ano atípico, não houve explosão negativa do endividamento e da inadimplência dos capixabas, após o período de isolamento social. Segundo a federação, somente nos meses de agosto e setembro, houve uma melhora significativa nas vendas e no índice de confiança do consumidor, que chegou à casa dos 108 pontos em outubro, um aumento de 100% em relação aos meses anteriores.

Na avaliação do economista e professor Antônio Marcus Machado, mesmo com o recuo em 5% no abono com relação ao ano passado, a tendência é que o montante seja investido no comércio local, o que é muito importante para o fortalecimento setor.

“A tendência do dinheiro do 13º é ser investido nos segmentos comerciais e de produtos e serviços. Esses nichos de mercado são o ponto forte do Espírito Santo e o impacto será positivo não só para o comércio, como também para os trabalhadores informais, de maneira indireta”, ressalta.

O impacto do 13º salário no comércio é visto como positivo também para a geração de novas oportunidades de emprego. Segundo José Lino, a previsão é de 2 mil novas frentes de trabalho temporário. “Já agora, com a Black Friday em novembro e o mês de dezembro, que sempre foi o melhor mês para o comércio, estamos otimistas, inclusive para o número de empregos que serão gerados”, afirma.

QUEDA POR CONTA DO DESEMPREGO E DA SUSPENSÃO DE CONTRATOS

O valor extra no contracheque pode ser pago em duas parcelas: a primeira até o dia 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro.

De acordo com a Fecomércio-ES, o recuo de 5% em relação ao ano passado está relacionado à queda da atividade econômica e seus efeitos no mercado de trabalho, como, por exemplo, o alto índice de desemprego, o trabalho informal e o aumento do número de microempreendedores individuais.

Ainda segundo a federação, essa diminuição também se deu pelos efeitos da Medida Provisória nº 936, do governo federal, aprovada em abril e prorrogada até o final deste ano. A MP regulamentou a redução da jornada de trabalho proporcional ao salário, em até 70%, e a suspensão temporária do contrato de trabalho como forma de preservar os empregos.

No Espírito Santo foram firmados 333 mil acordos do tipo entre patrões e empregados, segundo dados do Ministério da Economia. Dentre eles, 150 mil foram de suspensão do contrato e 70 mil, de redução da jornada e salário em 70%. Ao todo, os acordos atingiram 179 mil trabalhadores – já que um trabalhador pode ter assinado mais de um acordo.

Com isso, o valor a ser pago pelas empresas poderá ser afetado. Isso porque, a MP não especificou como ficaria esse cálculo e, segundo a CLT, o benefício é proporcional aos meses trabalhados. No entanto, não há um consenso. Tanto que o Ministério da Economia informou, recentemente, ter o entendimento que o valor deve ser pago de forma integral.

Temendo uma onda de judicialização sobre o tema, o ministério, por meio da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, enviou neste mês uma consulta à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), sobre como deve ser feito o pagamento do abono de Natal a esses trabalhadores.  O resultado dessa consulta, no entanto, ainda não foi divulgado.

Reta final do Curso de Residência é marcada por clima de saudades, expectativas e dever cumprido

Os residentes encerraram esta penúltima semana do curso num clima de saudosismo, expectativas para o futuro e dever cumprido. Em home office, devido às medidas de prevenção à proliferação do novo coronavírus, eles não estiveram presencialmente nas redações e atuaram de maneira remota nas editorias do rodízio semanal que é proposto pela coordenação do 23ª Curso de Residência da Rede Gazeta.

Além de cumprirem a produção das pautas direcionadas pelos editores – Daniel Reis (Revista AG), Israel Magioni (TV Gazeta), Karolyne Mayra (Esportes), Lorraine Paixão (Radar), Maiara Dal Bosco (Divirta-se), Maria Fernanda Conti (Economia), Mônica Moreira (Em Movimento), Nádia Prado (Estúdio Gazeta), Rafael Carelli (Cotidiano), Taísa Vargas (Política), Vinicius Viana (Promo TV Gazeta) e Vinicius Zagotto (Cotidiano) –, os residentes participaram de duas palestras: uma com Amarildo, chargista de A Gazeta, e outra com Aglisson Lopes, editor de performance da redação A Gazeta e CBN. Ambas por videoconferência. O chargista e o editor compartilharam experiências e dicas preciosas para os alunos.

Residentes em home office

Amarildo, no auge dos seus 34 anos de trabalho na Rede Gazeta, mesclou bom humor, música e motivação, contando um pouco da sua trajetória, e explicando peculiaridades como a diferença entre charge e cartoon e enfatizando que o seu trabalho, embora artístico e muitas vezes engraçado, não é humorístico. “Charge não é piada, ela é jornalismo”. [Confira matéria sobre essa palestra].

Com Aglisson Lopes, os residentes tiveram a oportunidade de entender a importância das métricas de audiência por trás dos textos jornalísticos e o quanto elas são importantes para as redações. “O jornalismo tem que entender o que é audiência e conteúdo e beber dessa fonte. Porque senão ele não dialoga com os diversos públicos”, explicou o editor durante a palestra.

Em meio ao trabalho home office, uma das novidades inevitáveis deste ano de Residência, os alunos começaram a sentir as emoções sobre o fim do curso. Os preparativos para a formatura, que será virtual, o alinhamento dos horários por conta dos residentes de outros estados e que retornarão para suas casas ao fim do curso, trouxeram à tona o clima de encerramento dessa imersão no jornalismo da Rede Gazeta, através da Residência, algo tão sonhado por todos.

Israel Magioni, envolvido neste sentimento, produziu e compartilhou, no grupo de mensagens, o texto ‘Isto não é uma matéria’, seguido da frase “Mandaram postar e sair correndo”, reforçando sua timidez. Ele disse que a inspiração surgiu após as palestras, as falas dos convidados e da coordenadora do curso, que deram um tom de reta final. “Acho que é uma forma de deixar um pouco de carinho pelo que eu senti, de mostrar para as pessoas que elas são pessoas maravilhosas e são boas naquilo que elas fazem”, confessou, referindo-se aos colegas, à coordenadora Ana Laura Nahas e a Sara Aguiar Gama.

A experiência pelas editorias do curso, a convivência com os colegas residentes e as novas amizades também são ponto forte na fala de Maiara Dal Bosco. A gaúcha, que mora em Goiás, além de aprendizado e amigos, vai levar felicidade e gratidão, na bagagem de volta.  “O coração fica apertado pela proximidade do encerramento, mas o sentimento, hoje, é de felicidade pela experiência e novos amigos conquistados e também de gratidão pela oportunidade em ser residente da Rede Gazeta”.

Daniel Reis também cita os novos amigos como pilar das experiências e aprendizagem adquirida. O jornalista avalia que a prática do jornalismo na Rede Gazeta foi fundamental para o seu futuro profissional. “Eu me deparei com um novo ritmo de trabalho, mais intenso, com deadline batendo na porta bem cedo, algumas vezes, também melhorei o meu texto, a apuração, fiz grandes amigos e vou continuar colocando tudo isso em prática no futuro como profissional”.

Cansaço e dever cumprido. Ao relatar sobre a penúltima semana da Residência, Nádia Prado, mineira de Belo Horizonte, deixou claro que as duas sensações misturam-se, devido aos dias presenciais e também aos a distância, que não foram diferentes em volume de atividades e aprendizado. Além, é claro, de mencionar a tristeza de deixar a capital do Espírito Santo. “Essas últimas duas semanas estão sendo bem emocionantes, ao mesmo tempo em que a gente já tá muito cansado de ter trabalhado tanto, mas com aquela sensação de dever cumprido. E ir embora de Vitória vai ser um pouco sofrido”, relatou, dizendo ainda que já anseia pelo futuro pós-curso. “Estou cheia de expectativa pelo futuro e o que virá depois disso?”, perguntou Nádia.

Aprendizado, gratidão e expectativa também fazem parte dos sentimentos de Lorraine Paixão. Ela declarou que tudo passou muito rápido e essa reta final a fez refletir sobre os sentimentos de saudade e por toda a vivência, que, segundo ela, certamente deixam marcas. “Desde a graduação eu já sonhava em fazer parte da Residência e fico imensamente feliz e grata por ter chegado até aqui. Tenho certeza que hoje eu sou uma jornalista muito melhor do que quando eu entrei no curso. Acho que agora é hora de agradecer e me organizar para o futuro que já está aí batendo na porta”.

Gratidão também é citada por Maria Fernanda Conti, ao falar sobre a semana que antecede a última da Residência. Ela conta que não só o seu lado profissional foi impactado com o curso, como também o pessoal, citando que aprendeu a lidar com seus próprios limites e com os limites dos outros, além de conviver mais com as pessoas e conciliar sua vida pessoal com a profissional. “Tantas coisas boas aconteceram durante o curso e agora, nessa reta final, não tem como olhar para trás e ser eternamente grata. Eu sinto que sou uma profissional melhor e que agora está preparada para entrar no mercado de trabalho, como eu não me sentia antes de entrar na Residência”, afirma.

Na penúltima semana, Taísa Vargas mergulhou na editoria dos seus sonhos e, na semana que antecede o segundo turno das Eleições 2020, experimentou produzir conteúdo para a editoria de política. Entusiasta da tecnologia e da inovação, Taísa já faz planos para o futuro, após o curso. “A minha expectativa é continuar trabalhando com comunicação e estudar novas práticas de fazer jornalismo. Algumas áreas da produção da notícia que eu não conhecia e acho que tem muitas para serem melhor desbravadas como a utilização da internet e da inovação dentro dos canais de comunicação”, contou sobre a experiência proporcionada pelo curso.

A experiência da Residência, almejada por todos que estão e já passaram pelo curso, dá oportunidade aos recém formados ou formandos jornalistas de vivenciarem o dia a dia da produção da notícia, nas diversas editorias e para todos os canais. Na Rede Gazeta, a TV Gazeta, A Gazeta digital e as rádios são os pilares, atualmente, do veículo de comunicação mais importante do Estado. E, nesta última semana, os residentes puderam gravar notícias para serem veiculadas na Rádio CBN, além do portal A Gazeta.

A dinâmica de fazer jornalismo para esses canais, em um ano cheio de desafios e com o fim, de fato, do impresso, foi ressaltada por Vinícius Zagoto, como um dos principais aprendizados. “A gente aprendeu a fazer jornalismo numa dinâmica nova, pegando o fim do impresso e essa ida mais para o digital. A gente teve contato mesmo como produzir o jornalismo e impactar as pessoas na forma digital. Então, a gente já tá preparado para o novo mercado de trabalho”.

Além da pandemia, das restrições que ela impôs, Karolyne Bertordo foi protagonista de experiências ainda mais desafiadoras. A jovem jornalista passou por editorias como economia e esportes, em momentos que revelam a verdadeira montanha russa que o jornalismo impõe no dia a dia. “Eu já imaginava que a Residência seria uma experiência desafiadora, mas estar na editoria de Economia, na semana de lançamento do Pix, e estar em Esportes no dia da morte do Maradona foi surreal. Ser responsável por pautas que todo mundo está acompanhando, como a polêmica da obrigatoriedade das vacinas, é um mix de alegria e medo. Mas, no fim, ver que deu tudo certo mostra o quanto cresci e me superei”, declarou Karolyne.

Jornalista e também músico, Vinícius Viana relata sua penúltima semana de residência e expectativa para a derradeira, com um tom poético: “Ao mesmo que estamos vivendo experiências incríveis, a reta final tem um sabor agridoce com o início de despedidas que não queríamos fazer”. Viana, nesta semana, esteve na Promo TV, um dos poucos setores da emissora que não está em home office, por lá, ele conheceu os processos de produção das chamadas e entendeu a dinâmica de funcionamento da programação para a televisão.

“Foi num piscar de olhos”. Rafael Carelli resume assim essa penúltima semana do curso de Residência e a proximidade do fim do curso. Ele garante que as experiências foram fundamentais para o conhecimento adquirido na faculdade. “A gente teve experiências como jornalista que a Rede Gazeta proporcionou, que a gente não teria em outros lugares, nem na faculdade. O saldo geral foi bem positivo e dá uma saudade já, passou num piscar de olhos e vamos para a última com gás total”, disse com relação a última semana do curso.

AINDA NÃO ACABOU

No próximo domingo os residentes participarão do plantão do segundo turno das Eleições 2020 e já na segunda-feira retomam as atividades, em home office ainda, cada um em uma editoria, que ainda não passou ou que gostaria de retornar.

Além da produção das pautas, conforme as editorias, os residentes também terão palestras, com Fernanda Queiroz, editora-executiva e âncora da Rádio CBN Vitória e Elaine Silva, editora-chefe Redação A Gazeta e CBN, além das orientações sobre o encerramento do curso e formatura, que será virtual.