Uma nova mulher: autoajuda e protagonismo feminino em Baixo Guandu

Alessandra Garcia é natural de Alegre, município localizado no Sul do Espírito Santo, e mudou-se para Baixo Guandu, no noroeste do Estado, com a sua família, aos 6 anos de idade. Ela tem 33 anos, é psicanalista, terapeuta em Barra de Access, técnica terapêutica que, por meio de toques em pontos específicos da cabeça contribui para o processo de eliminação de crenças, pensamentos e comportamentos negativos, palestrante e está se graduando em Tecnologia em Coaching e Desenvolvimento Humano. A jovem que desenvolveu depressão ainda na adolescência encontrou seu propósito de vida na psicanálise. Desenvolveu o projeto “Uma nova mulher”, um grupo de autoajuda que tinha a finalidade de prestar apoio psicológico e financeiro para mulheres de Baixo Guandu e região.

Foto divulgação

Atualmente, Alessandra continua o trabalho voluntário em escolas, realiza palestras para alertar os adolescentes sobre os sinais de transtornos psicológicos e como procurar ajuda.

Acredita que assim ela pode contribuir com a melhora da saúde mental de outras pessoas, da mesma forma que encontrou ajuda um dia.

O projeto teve início em abril deste ano e atendia semanalmente de 12 a 15 mulheres de diversos perfis, a maioria sem condições de pagar um tratamento para a melhora da saúde mental. “Comecei a divulgar e chamar mulheres que não tinham condições de pagar consultas”, disse Alessandra.

A psicanalista contou que, além de relatar sobre aspectos da rotina, muitas mulheres recebidas no projeto sofreram abuso sexual e violência doméstica e no grupo encontravam o apoio necessário para minimizar os danos causados por estes problemas. “Tinham mulheres do interior que falavam o que elas faziam, tinham filhos pequenos e ainda trabalhavam na lavoura, mulheres que já tinham sofrido violência doméstica e contavam como elas estavam superando isso”, relatou.

O projeto “Uma nova mulher” também alcançava mulheres que estavam passando por quadros de depressão, crises de pânico e que faziam uso de medicamentos para amenizar problemas psicológicos. Atendia também mães com filhos portadores de deficiência, como o autismo, e que não possuíam condições financeiras para arcar com os tratamentos e acabavam entrando em depressão. “Fiz uma ficha para ver quem estava empregada e quem não estava. Quem tinha esposo e quem não tinha. Quem tinha filhos e quantos tinha, para ver quem mais necessitava.

O projeto contou com a ajuda de patrocinadores, a maioria comerciantes do município. As doações priorizaram as mães com filhos pequenos, as que precisavam receber cestas básicas e também mulheres que tomavam medicamentos caros. O atendimento também contemplava a beleza, para trabalhar a autoestima do grupo. “As farmácias mandavam potes de creme, tinham lojas que mandavam bijuterias. Quando conseguia muitos brindes, distribuía entre elas”, contou Alessandra.
A semente que deu origem ao projeto foi plantada assim que se formou em Psicanálise . Alessandra sempre se dedicou a trabalhos voluntários, principalmente em escolas, com palestras e atendimentos para adolescentes. Durante quase um ano, atuou em Conceição do Capim, distrito do município de Aimorés, em Minas Gerais, e viu de perto estes problemas. “Abria o meu consultório uma vez por semana para atender aos alunos que tinham problemas”, contou.

Alessandra relata que, nos trabalhos voluntários que fazia, sempre pensava: “Quem me dera se na época que eu estava doente eu recebesse um auxílio da forma que estou dando hoje, se tivesse um tipo de palestra”. A jovem começou a perceber que estava com problemas de saúde mental quando estava terminando o ensino médio, tinha 17 anos. Durante 10 anos teve depressão, síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno alimentar e automutilação, que a levaram a tentar contra a própria vida algumas vezes.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada em 2019, 5,2% dos estudantes brasileiros já se envolveram em eventos de autoagressão. Este índice, mostra como questões de saúde mental estão presentes na vida dos adolescentes e jovens. Em mais de 60% dos casos, estas ocorrências tinham relação com depressão, ansiedade e dificuldades de relacionamento com a família e a escola. Nas meninas, a auto percepção sobre a saúde mental negativa foi de 27%, mais do que o triplo dos casos relatados por meninos, que foi de 8%.
A psicanalista conta que conheceu a psicanálise durante o período de tratamento e recuperação na casa da irmã mais velha quando os problemas ficaram insustentáveis. Ela já havia feito várias terapias, tomava de 15 a 20 comprimidos por dia, mas os problemas continuavam, teve recaídas porque não fazia o tratamento da maneira correta. A jovem, que já havia passado por dois casamentos, conta que não conseguia manter um relacionamento.
Trabalhou por um tempo em um hospital de Vitória, mas precisou se afastar. “Fui para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), fiquei 6 anos pelo INSS e fui fazendo tratamento, trocava de médico direto até que um psicanalista me ofereceu ajuda”. O psicanalista ensinou algumas técnicas de PNL, Programação Neurolinguística, terapia trabalha a reprogramação mental, e foi o tratamento mais eficaz que encontrou para sua saúde. “Me ensinou algumas técnicas para sair daquilo ali, na época não via esperança, não via solução, nada. Já eram 10 anos e não 10 dias de sofrimento”, relatou.
Alessandra informa que o projeto Uma nova mulher não está com atendimentos no momento, porque encontrou dificuldades de conseguir mais patrocinadores. “Não estava conseguindo ajudar, até o aluguel de cadeiras estava ficando difícil, em muitos casos tirava do próprio bolso”.

O dia chegou: residentes já ocupam as redações

A segunda semana do 21º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta começou e, junto dela, um dos momentos mais esperados pelos jovens jornalistas que desfilam pela empresa de camisa branca e azul: a experiência prática nas redações. Cada residente foi distribuído para um setor diferente. Uns, foram para a TV. Outros, para as editorias do jornal A Gazeta, para o Gazeta Online e assim por diante. Orientados por seus editores, cada um irá contribuir durante uma semana. Depois disso, haverá um rodízio, permitindo que os residentes passem por todos os veículos da Rede.

Apesar da mudança na rotina dos residentes, as palestras ministradas pelos profissionais da Gazeta continuam a todo o vapor. A desta segunda (17) contou com a presença de César Fernandes, o Cesinha, editor de entretenimento da TV.

Ele está na empresa há 10 anos. Entrou como substituto de uma colega que estava de férias. Ficou um mês na editoria de Polícia e lá já dava sinais de sua criatividade. Cesinha passou pelo jornal na editoria de Cidades, pelo programa de TV Em Movimento, onde trabalhou por quase cinco anos; também foi repórter do ESTV2 por cerca de dois anos, e do ESTV1 por três. Há um ano e três meses, aceitou o desafio de comandar o entretenimento da televisão na Rede. “A questão era repaginar o produto que a gente tinha, o Em Movimento, e transformar ele em uma parte do núcleo de entretenimento”, contou.

De acordo com ele, a linha que a empresa segue hoje, com relação ao entretenimento, é a do conteúdo: “Entreter por entreter não é algo que fica. E queremos ficar na cabeça das pessoas”. Para Cesinha, o diferencial do programa Em Movimento, no ar há 17 anos, é seu caráter regional. “Estamos buscando falar exatamente com as pessoas do Estado”, explicou.

O editor de entretenimento adiantou, ainda, que o Em Movimento entrará em uma nova fase a partir de outubro. “Ele vai continuar jovem, mas diferente. Vamos focar no que acontece no Estado e contar sobre o Espírito Santo de uma forma leve”, disse. Além disso, o programa deve voltar à grade das tardes de sábado.

Quando descobriu que sua palestra coincidiu com o primeiro dia dos residentes na redação, ele deu a dica: “Sejam curiosos. Perguntem, conversem. Não existe pergunta errada, nem ruim. Procurem saber como funciona cada uma das funções. Todo mundo é importante numa redação, então, falem com todos”.

E o dia seguiu. Todos com a expectativa lá em cima. Os bastidores você confere no vídeo logo abaixo: