Em Vitória, eleitores acima de 60 anos chegam mais cedo para votar

Josefina Zouain, aos 81 anos, votou em escola de Vitória na manhã deste domingo (15). (Crédito: Lorraine Paixão)

Nestas eleições municipais, o eleitor foi às urnas depositar seu voto um pouquinho mais cedo. Diferentemente dos anos anteriores, em que a votação se iniciava às 8h, desta vez o horário de abertura foi às 7h. A ampliação de uma hora foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como medida para evitar aglomerações em meio à pandemia da Covid-19.

Além da ampliação no horário, o TSE determinou ainda as três primeiras horas do dia como prioritárias, mas não exclusivas, para eleitores acima de 60 anos. Ou seja, entre 7h e 10h da manhã, eleitores nesta faixa etária tiveram prioridade na hora de votar. O objetivo foi também para evitar a aglomeração de pessoas como forma de prevenção à doença causada pelo novo coronavírus.

Josefina Zouain, de 81 anos, moradora da Praia do Canto, em Vitória, acordou cedo para votar na escola municipal Maria Eleonor Pereira da Silva, na Avenida Rio Branco. Não havia filas e nem aglomerações neste primeiro horário. A aposentada disse que votar é um direito importante e que enquanto estiver viva o exercerá.

Além de Josefina, outro eleitor prioritário que compareceu nas urnas foi o aposentado José Fernando, de 62 anos. Ele disse que, apesar de preocupado com o novo coronavírus,  optou por votar. “É preocupante e precisamos de cautela. Mas é essencial o nosso voto”.

José acrescentou ainda que em seu local de votação não havia aglomerações e todos estavam seguindo as orientações das autoridades de saúde quanto ao uso da máscara e o respeito ao distanciamento social.

Apesar da pandemia da Covid-19, o aposentado José Fernando, de 62 anos, decidiu votar. (Crédito: Lorraine Paixão)

MUDANÇAS DE LOCAIS DAS SEÇÕES GERAM RECLAMAÇÃO

Na escola estadual Irmã Maria Horta, em Vitória, por volta de 8h20, havia uma fila com eleitores aguardando permissão para entrarem na escola. Alguns reclamavam sobre mudança de local da seção eleitoral.

Em Jardim Camburi a movimentação de eleitores acima de 60 anos era grande. Na escola municipal Adevalni Ferreira de Azevedo, o aposentado Pedro Paulo de Souza, 67 anos, chegou por volta de 7h15 para exercer o direito ao voto.

De acordo com ele, apesar do fluxo de pessoas, elas estavam respeitando o distanciamento social e o uso obrigatório da máscara. A única reclamação do eleitor também foi em relação à mudança de algumas seções, que prejudicou eleitores desavisados.

Bloquinhos, caneta e uma camisa tricolor

“Gooooool. Ééééééé do Goiás! Aos cinco minutos do segundo tempo o Goiás abriu o placar contra o Iporá. Agora o Goiás tem um, e o Iporá tem nada”. Essa foi a primeira narração em campo feita pela gaúcha Maiara Dal Bosco. A partida narrada foi entre o time do Goiás (1) e do Iporá (0) durante o Campeonato Goiano, em março de 2020, no Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. Mesmo sendo sua primeira narração oficial, a gaúcha já havia experimentado as outras possibilidades do jornalismo esportivo.

Gremista de coração, Maiara sempre se encantou pelo universo do futebol e, apesar de não ser boa com a bola nos pés, ela bate um bolão quando o assunto é falar de futebol. Durante a graduação em jornalismo, fez parte do projeto de extensão Doutores da Bola, um programa esportivo da Rádio Universitária da Universidade Federal de Goiás (UFG). No projeto, experimentou as diferentes áreas que o jornalismo esportivo permite: foi narradora, âncora, repórter de campo e comentarista.

Maiara Dal Bosco comentando uma partida de futebol. (Créditos: Arquivo Pessoal)

 

“Essa vivência de estar no ao vivo, na rádio, em que você está sendo os olhos de quem não está assistindo é muito incrível. Reportagem de campo era um sonho que eu tinha. É uma coisa única. É uma sensação fantástica que só quem está ali embaixo, atrás do gol narrando sente. Você escutar os jogadores e ver o gol tão de perto é apaixonante”, conta.

Aos 28 anos, Maiara possui duas graduações: uma em Relações Públicas e a outra em Jornalismo. Para o trabalho de conclusão de curso de ambas, ela produziu projetos sobre o time do coração. Na apresentação do projeto no curso em jornalismo para a banca avaliadora, a tricolor teve que dar um drible e tanto, pois dois dos professores presentes eram colorados. Porém, o lance foi certeiro e garantiu a aprovação final no curso e o título de jornalista.

Com o Grêmio e onde o Grêmio estiver

O Grêmio, time de coração da jovem Maiara Dal Bosco, tem uma história interessante sobre seu hino. A letra, de autoria do compositor Lupicínio Rodrigues, imortalizou as manifestações organizadas por trabalhadores dos serviços de bondes da cidade de Porto Alegre. O refrão “Até a pé nós iremos / Para o que der e vier / Mas o certo é que nós estaremos / Com o Grêmio onde o Grêmio estiver” é em referência à paralisação dos bondes em março de 1953 e também à paixão dos gremistas pelo time.

E paixão pelo Grêmio é o que Maiara mais tem. Torcedora tricolor desde pequenininha, ela se manteve fiel ao time mesmo quando deixou o Rio Grande do Sul, estado natal, e se mudou para Goiânia, em Goiás, junto com a família. Uma oportunidade de emprego para o pai fez com que eles partissem para Goiás em meados de 2000. Em 2014, os pais da jovem se separaram e, atualmente, ela vive no bairro Jardim América, em Goiânia, junto com a mãe e a irmã.

Foi na capital Goiânia que a gremista de coração realizou o sonho de ser repórter esportiva e de trabalhar durante a última rodada do Campeonato Brasileiro de 2019 entre Goiás e Grêmio. Os clubes se enfrentaram no estádio do Serra Dourada, em Goiânia, e Maiara Dal Bosco estava escalada para cobrir a reportagem do programa de rádio da UFG, o Doutores da Bola.

O jogo teve início às 16 horas daquele domingo e o Goiás bateu o Grêmio por 3 a 2. Empolgada e feliz por ver de perto o time do coração, Maiara não pode comemorar a vitória naquele dia, porém, mesmo com a diferença de pontos, o time tricolor gaúcho terminou o Campeonato Brasileiro na quarta posição, com 65 pontos e sua vaga já garantida na Libertadores 2020; o Goiás, ficou na décima, com 52 pontos.

Do Rio Grande do Sul para Goiás e agora para o Espírito Santo. Maiara Dal Bosco faz parte da 23ª turma de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Ela está entre os 12 residentes selecionados do programa e durante três meses irá experimentar a rotina do jornalismo no veículos da Rede Gazeta. Em novembro, a jovem irá se mudar para a capital Vitória, onde realizará a fase presencial do curso. Na bagagem é certo que vêm: bloquinhos, caneta e uma camisa tricolor.