Três nomes em ascensão no rap e R&B do ES para ficar de olho

Afronta, Sayra e Matheus Nascimento mostram que estão prontos para levantar suas bandeiras por meio das rimas e swing

“O rap é compromisso. Não é binárie”. Essa é a descrição que você vai ler ao visitar o perfil da artista capixaba Afronta MC no Instagram. Em referência a um dos maiores nomes do rap brasileiro, o Sabotage, ela convida o público a refletir sobre o machismo e a homofobia dentro do movimento Hip Hop e também na sociedade. O tom de protesto aparece no trabalho da jovem de 20 anos que viu a música como instrumento de denúncia e de conscientização.

Nascida e criada no Morro do Jaburuna, em Vila Velha, Afronta conta que sua vivência e trajetória refletem nas composições e performances artísticas. “Estou dentro do guarda-chuva das pessoas trans, mas como uma pessoa não-binária: que é alguém que não se reconhece dentro da binaridade dos gêneros, homem ou mulher. Sou bicha, sou preta e pobre”, se descreve com orgulho.

A MC tem uma caminhada recente na música, mas sempre acompanhou de perto o movimento Hip Hop capixaba. Além de cantora, Afronta também é atriz e possui formação técnica em teatro.

Sua inserção na cena rap foi frequentando as batalhas de rima: encontros para competição de versos improvisados entre os aspirantes do gênero. Assistindo aos “confrontos”, nasceu dentro da artista a vontade de também cantar. Porém, como ela mesma relata, o espaço ainda era hostil. “Sempre gostei do estilo e de ir aos eventos, mas nunca me vi como parte do movimento por ser um lugar machista, transfóbico e homofóbico. Eu não me via representada ali”, conta.

A vida da artista mudou completamente a partir de 2019 quando assistiu a um vídeo da rapper paulista Monna Brutal competindo em uma batalha de rimas. Inspirada na artista trans, Afronta criou coragem para também entrar para as disputas líricas. E foi aí que a jovem começou a ganhar espaço e se tornou, como ela mesma diz: “a primeira bicha a batalhar nas competições de rap capixaba”.

Afronta MC se mostra como uma potência em ascensão no mercado musical do estado. Créditos: Arquivo Pessoal

Durante todo aquele ano, Afronta conciliava os estudos em Serviço Social, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e os rolês das batalhas que estouravam por vários cantos da cidade. As batalhas da Escadaria do Rosário, Batalha do Atlântica e do Projeto Boca a Boca foram as que a artista mais frequentou e onde aprimorou a técnica da rima improvisada, seja batalhando ou observando outros rappers duelando.

Em pouco tempo, ela ganhou visibilidade e conseguiu, alguns meses depois, lançar sua primeira produção no YouTube. O trabalho teve uma boa repercussão nas redes sociais e jogou luz sobre a artista. Visualizando um espaço para mostrar seu trabalho na arte, ela seguiu compondo mais e mais.

Sua escrita ganhou peso com as denúncias contra o racismo, o machismo e a homofobia. E essa é a base do trabalho da artista que como o próprio nome já diz, veio para afrontar. “Temos muitos desafios pela frente, mas vamos driblando tudo com a força da beleza do sol, como diria Emicida”, cita.

Há um mês, Afronta MC lançou o clipe de “Se Morde de Raiva” pelo selo independente da PERC Produções. Apesar de ter poucos recursos e a realização ser praticamente coletiva, o clipe é uma excelente obra audiovisual que mistura referências do vogue, estilo de dança popularizado entre pessoas LGBT e negras nos Estados Unidos na década de 1980, e o Hip Hop.

A mensagem da canção é toda trabalhada em metáforas e ironias com pitadas de críticas sociais. Afronta MC é um dos mais novos nomes do rap capixaba e se mostra como uma potência em ascensão no mercado musical do estado.

BATALHAS DE RIMA SÃO ESCOLAS PARA RAPPERS

As batalhas de rimas têm sido incubadoras para os artistas que desejam crescer com a música e serem representantes do gênero rap no Estado. Diversos rappers capixabas que já ganham espaço nacionalmente como César MC, Afari MC, Noventa e Dudu têm as batalhas como início de suas trajetórias. É na rua e travando uma disputa de versos improvisados que surgem os novos nomes.

Sayra, de 21 anos, também tomou gosto pela rima neste espaço. Mas o apreço pela música vem de dentro de casa, isso porque a mãe da artista, que mora em Laranjeiras, na Serra, sempre colocava alguma canção para a filha escutar antes de dormir. O hábito inocente fez crescer nela o desejo em se desenvolver artisticamente. Com 12 anos, a artista aprendeu a tocar violão e foi nessa mesma idade que passou também a compor e a cantar.

Sayra faz parte da nova geração de rappers que vem surgindo através de diversas iniciativas de batalhas de rima no Estado.  Créditos: Yuri Maretto e Matheus Rodrigues

O contato com o rap aconteceu quando ela estava no ensino médio. Durante as aulas de geografia, ministradas pelo professor André Luiz Angelo Martins, conhecido no universo Hip Hop capixaba como Adikto, a jovem se interessou pelo gênero. Encantada pelo movimento, Sayra passou a frequentar, assim como Afronta MC, as batalhas de rimas que aconteciam na cidade.

A primeira vez que assistiu uma foi na Escadaria do Rosário, santuário do movimento Hip Hop na Capital, e sua primeira participação encarando uma batalha de rima aconteceu no centro cultural Casa da Barão. Ela conta que a experiência não lhe garantiu uma vitória de primeira, mas isso não a impediu de continuar, pelo contrário, fez a jovem querer aprimorar e voltar para outra batalha. “Eu perdi, mas faz parte. E por um ano eu segui batalhando”, diz.

Como Afronta MC, a rapper Sayra também faz parte do selo independente PERC Produções que vem investindo nos novos artistas de rap e R&B do Espírito Santo. Em 2019, ela lançou o primeiro single intitulado “Mente Avante” com a produtora.

Adikto, um dos precursores dos projetos de batalhas de rima no ES, vê a nova safra com bons olhos, orgulhoso do que plantou em 2006. “Em 2006 eu batalhei com o Emicida, fui para a final com ele. Quando voltei, iniciei o projeto ‘Escola de Rima’, precursora para várias outras rodas de rimas que foram surgindo como o ‘Projeto Boca a Boca’. Eu continuo de fora observando todos os novos nomes e a maioria é formada por meus alunos. É muito bom saber que o trabalho feito lá atrás não foi em vão. Fico feliz em ver esse crescimento e por fazer parte de tudo”, conta Adikto.

INTERNET É UMA ÓTIMA VITRINE

Mas nem só de batalhas surgem os novos nomes. A internet possibilitou aos artistas independentes mostrarem seus trabalhos para um número maior de pessoas e com um custo menor.

É o caso do capixaba Matheus Nascimento que, desde 2018, vem mostrando ao mundo sua voz carregada no Rhythm and Blues. Naquele ano, o rapaz de 22 anos publicou em seu canal do YouTube o primeiro EP de quatro faixas autorais: “Quando cê vem me ver”, “Comigo não”, “No peito” e “Dose over”.

Toda a produção da obra foi feita pelo artista que apenas com um violão e um celular registrou em áudios suas composições. Com as canções gravadas de forma caseira, Matheus preparou um material visual de divulgação e publicou o trabalho na Internet. Ele conta que ficou surpreso com a repercussão positiva que teve, especialmente em suas redes sociais, e que recebeu incentivos de amigos e familiares para continuar com a música.

A trajetória do músico tem início dentro de uma igreja. Ainda criança, ele integrou o coral religioso e foi durante um culto evangélico que ele cantou pela primeira vez para um público. Desde os 13 anos, quando começou a tocar violão, Matheus escreve suas canções. As inspirações vêm de dentro, dos próprios sentimentos que perpassam o jovem. E por já ter algumas letras escritas é que ele decidiu em 2018 compilar e gravar dentro de casa seu primeiro trabalho.

Matheus Nascimento tem uma voz rouca e a língua presa, o que não prejudica sua musicalidade, ao contrário, agrega como características exclusivas do artista. Ele conta que bebe da fonte do R&B e da black music brasileira, tendo como primeiras referências musicais o grupo Fat Family. Pela infância no meio religioso, ele também carrega consigo inspiração em cantores da música gospel, como Cassiane e Aline Barros.

Morador de Cobilândia, em Vila Velha, o cantor diz que sendo um artista independente e novo no cenário musical, enfrenta algumas dificuldades, mas, por conta da Internet, percebe uma colaboração e incentivo vindo do próprio público que o acompanha. “Tenho minhas limitações financeiras. Mas ter pouco dinheiro não vai me parar. A arte não é feita sozinha. O apoio é muito necessário para os artistas iniciantes e eu vejo essa onda colaborativa na Internet. Eu sou a prova viva disso, meu microfone é de uma doação”, revela.

VALORIZAÇÃO

O cantor diz perceber ainda um olhar mais atento do público capixaba que passa a perceber e a valorizar mais os talentos da casa. Para ele, isso é por conta da projeção nacional de alguns nomes, como SILVA, por exemplo. “Há dez anos, era muito mais difícil de ter visibilidade, agora temos cantores mais famosos conquistando o seu espaço. Eles que já estão mais em evidência atraem o olhar para cá e isso já muda um pouco o cenário”, avalia.

E é neste contexto de possibilidades com a internet e aproximação do público capixaba com os artistas da terra que o cantor Matheus Nascimento apostou em lançar sua primeira canção produzida em estúdio. “Pirar” chegou ao mundo e às plataformas digitais na última quarta-feira, 11.

De forma independente ou com uma produtora, essa turma promete movimentar a cena da black music no Espírito Santo. Vale muito ficar de olhos e ouvidos ligados, pois tem muita produção chegando por aí.

Dez cidades do ES têm mais de 20 candidatos a vereador por vaga em 2020

Serra e Cariacica são as cidades com maior concorrência. Disputa acirrada se assemelha com a concorrência em alguns dos cursos mais procurados por vestibulandos na Ufes

Tentar ocupar uma cadeira em uma das Câmaras municipais do Espírito Santo é uma disputa e tanto. Em dez cidades capixabas, há mais de 20 candidatos a vereador para cada vaga no Legislativo nas eleições de 2020. A relação candidato por vaga se assemelha à de alguns dos cursos mais concorridos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), como Enfermagem, Arquitetura e Urbanismo, Odontologia e Direito.

As quatro maiores cidades da Grande Vitória são as com maior concorrência para o parlamento. Serra e Cariacica têm a relação candidato por vaga mais alta. São, em cada município, 32 pessoas pleiteando uma vaga para o cargo de vereador. O levantamento realizado por A Gazeta leva em consideração os dados registrados na Justiça Eleitoral e o número de cadeiras disponíveis nas Câmaras.

No total, 748 pessoas estão na corrida nas eleições municipais para vereador na cidade serrana, que possui 23 cadeiras na Câmara. Já em Cariacica, são, ao todo, 549 candidaturas para 17 vagas disponíveis.

Vitória e Vila Velha não ficam para trás no número expressivo de postulantes ao cargo. A Capital tem 15 cadeiras na Câmara municipal e 421 candidatos a vereador nestas eleições, ou seja, são 28 por vaga. Em Vila Velha, há 17 vagas para 509 concorrentes, acirrando a disputa em 29 candidatos por vaga.

Ao se comparar a concorrência para uma vaga em Câmaras municipais do Espírito Santo, percebe-se que o número é parecido com a disputa para entrar na universidade. O curso de Enfermagem e Obstetrícia da Ufes, por exemplo, tem 31,5 candidatos por vaga, de acordo com os dados divulgados pela Superintendência de Comunicação (Supec) da instituição referentes a 2020. Para Arquitetura e Urbanismo, são 29,4 concorrentes para cada vaga; Odontologia, 28,9; e Direito tem 28,3 candidatos por vaga.

FIM DAS COLIGAÇÕES PARA VEREADORES

A minirreforma eleitoral, aprovada em 2017, promoveu mudanças para a disputa aos cargos nos Legislativos. Neste ano, não é permitida mais a coligação de partidos para a eleição de vereador. O mesmo ocorrerá, em 2022, para os cargos de deputado estadual e deputado federal. Essa mudança é uma das possíveis explicações para o alto número de candidatos em 2020.

“Nestas eleições, o número de candidaturas bateu recordes, muito provavelmente, por conta das novas regras eleitorais, que proíbem coligações partidárias em eleições proporcionais”, afirmou a pesquisadora do Centro de Política Comparada, núcleo de pesquisas vinculado ao Departamento de Ciências Sociais da Ufes, Raysa Dantas Loureiro.

Nos sistemas proporcionais, leva-se em conta não somente o voto direto em um candidato e sim o conjunto de votos do partido ou da coligação. No Brasil, esse método era aplicado nas eleições de vereadores e de deputados estaduais, federais e distritais.

Com a emenda em vigor já para estas eleições municipais, o partido só pode lançar candidatos a vereador da própria legenda. Assim, sem alianças, cada sigla poderia lançar uma chapa completa de vereadores. Antes, como os partidos se aglutinavam, menos pessoas concorriam nas urnas.

“As eleições municipais deste ano serão a primeira experiência da aplicação desta nova regra. Por isso, os partidos lançam mais candidaturas para tentar uma cadeira no Legislativo municipal. Pela regra, cada partido pode lançar um número de candidaturas equivalente a 150% do número de cadeiras disponíveis. Por exemplo, se existem 20 cadeiras em disputa, cada partido poderá lançar até 30 candidatos”, explica a pesquisadora Raysa Dantas Loureiro.

MENOS PARTIDOS NO FUTURO

Para o cientista político João Gualberto Vasconcellos, a tendência, a partir destas eleições, é a redução do número de partidos políticos. “Um elemento importante deste período eleitoral é o seu contexto ímpar. Com o fim dos blocos partidários, a quantidade de partidos políticos no país tende a diminuir. Se os partidos não sobreviverem à nova regra, ao encerramento das coligações, eles deixarão de existir”, observa.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), existem hoje no país 33 partidos registrados. Com tanta pulverização partidária no Brasil, é impossível ao eleitor comum listar as três dezenas de partidos e diferenciar um do outro.

Com a Emenda Constitucional 97/2017, só permanecerão os partidos que obtiverem maior expressividade em quantidade de votos, acredita o cientista político. “A coligação é um instrumento de sobrevivência dos partidos inexpressivos. Só vão permanecer os partidos que têm mais expressividade, maior número de votos. Todos os partidos estão à prova nestas eleições e a tendência é o fim de muitos ou a fusão com partidos maiores”, reflete.

REELEIÇÃO NAS CÂMARAS

Além do número expressivo de candidaturas lançadas, há ainda outro dado que chama a atenção. Em todas as dez cidades com mais de 20 candidatos por vaga, há candidatos que disputam a reeleição. “O cargo de vereador passou a ser um trampolim de ascensão social e afirmação financeira. Logo, as reeleições são uma tendência natural”, analisa João Gualberto.

Câmaras municipais representam a primeira instituição democrática brasileira. Elas existem desde a metade do século XVI. São quase 500 anos de eleições municipais, o que consagra as Câmaras como importante instituição para a democracia no Brasil. João Gualberto lembra que, até a década de 1960, os vereadores não recebiam nenhuma remuneração.

O QUE FAZ O VEREADOR

Os vereadores são legisladores e a função principal deles é apresentar leis que vão melhorar a vida das pessoas nas cidades. Os parlamentares também são os responsáveis por fiscalizar os gastos públicos da prefeitura e avaliar se os serviços estão sendo executados corretamente.

No próximo 15 de novembro, ocorre o primeiro turno das eleições municipais. No Espírito Santo, 2,8 milhões de eleitores vão às urnas para votar em um candidato que vai ocupar o cargo de vereador. E os eleitos farão parte do seleto grupo que, nestas acirradas eleições, sentarão nas cadeiras do legislativo em uma das 78 Câmaras municipais do Estado pelos próximos quatro anos.

Bebês internados na Utin de hospital precisam de doação de leite materno

Estoque do Banco de Leite Humano do Hucam está reduzido. Atualmente, há 16 recém-nascidos em tratamento na unidade

O leite materno é alimento importante para o desenvolvimento da criação. Crédito: Divulgação / Flickr

Dezesseis bebês estão internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam-Ufes), em Vitória, precisando de doação de leite materno. O Banco de Leite Humano do hospital está com uma baixa no volume doado este mês. De acordo com a instituição, houve uma queda de 20% em comparação ao mês de setembro.

Em média, os bebês internados precisam de 6 litros de leite materno por dia. Segundo a coordenadora do Banco de Leite do Hucam, Mônica Pontes, qualquer mãe saudável que esteja amamentando o próprio filho pode fazer a doação. Para doar, basta ligar para o telefone (27) 3335-7515 e agendar com a instituição uma visita ao domicílio da doadora. A doadora não precisa ir ao local, a coordenação do hospital vai até a casa da pessoa para explicar como fazer o procedimento.

“Nesta visita, a mãe que doa irá receber orientações sobre como retirar o leite, como preparar o frasco e como manter ele congelado. A partir desse contato, agendamos uma visita semanalmente”, conta a coordenadora. “Um frasco de leite de 500ml alimenta uma média de 10 bebês na UTI neonatal”, acrescenta.

BEBÊ GAEL

Após ficar internado na Utin, o pequeno Gael pesa agora 12 quilos e esbanja saúde e fofura. Crédito: Arquivo Pessoal

Um dos bebês atendidos pela iniciativa é o pequeno Gael Pires Fraga da Silva, hoje com 10 meses. O menino gorduchinho e de bochechas rosadas é filho dos professores Raquel Pires Marques, 42 anos, e Thiago Fraga, 37. Durante a gravidez, Raquel precisou de atendimento médico especializado, pois, logo nos primeiros meses da gestação, teve graves complicações de saúde. “Minha pressão começou a oscilar demais. Fui ao médico no dia 30 de dezembro e já precisei ser internada”, conta a professora.

No dia seguinte da entrada ao hospital, o parto teve de ser induzido e Gael veio ao mundo com 7 meses da gestação. Desde o nascimento, a família recebeu todo o suporte médico e logo foi inserida no projeto de amamentação do Hucam. O pequeno nasceu com apenas 1 kg e 540g. Hoje, ele está pesando 12 kg de muita saúde. “Meu filho ficou um mês dentro da Utin. Depois, entramos no projeto de amamentação. Ao todo, fomos acompanhados por quase dois meses”, diz Raquel.

A família, que mora em Jardim da Penha, em Vitória, celebra a vida e saúde do primogênito e sente gratidão pelos profissionais do hospital e pelas mães que fizeram a doação. “O leite materno é muito importante. Eu queria poder amamentar o meu filho e ainda doar para outras crianças. Peço de coração que toda mãe que amamenta tenha a consciência de que o leite dela pode salvar outros bebezinhos”, afirma.

 

DOE LEITE MATERNO

O Banco de Leite Humano do Hucam, referência do Ministério da Saúde no Espírito Santo para o desenvolvimento de políticas públicas na área, está precisando de doações. Para doar, basta ser mãe, estar com a saúde em dia e amamentando.

As interessadas devem ligar para o telefone (27) 3335-7515 e agendar com a equipe uma visita técnica. A mãe não precisa ir ao local para doar, a coordenação do hospital vai até a casa da doadora para explicar como fazer a doação e para receber o leite.

“Rap Solidário” reúne BK, Dudu MC e mais artistas em live com doação

Rap Solidário terá transmissão ao vivo, no domingo (1), pela TVE e pelas redes sociais dos organizadores

Música, literatura e artes visuais. Essas são as manifestações artísticas que serão destaque no “Rap Solidário!”, evento realizado pelas secretarias estaduais da Cultura (Secult) e Direitos Humanos (SEDH) e pelo Instituto Das Pretas. A atividade será em formato virtual e terá transmissão ao vivo no próximo domingo (1), a partir das 14 horas, pelas redes sociais dos realizadores e pelo canal da TVE.

O evento abre o mês de ações em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, com muita música, arte, poesia e solidariedade. Serão cinco horas de uma rica programação que conta com artistas nacionais e locais. Estão na lista o rapper carioca BK, a artista paulista DJ Miria e os cantores capixabas Budah, Feijó, Erick Jack, Dudu MC, Fabriccio e o grupo Melaninas MCs.

Além da galera da música, a programação conta também com a participação da artista visual Kika Carvalho, que produziu uma obra exclusiva para o evento. Haverá ainda uma Batalha de Slam, que são “duelos de versos”, de poesia falada, semelhante ao repente nordestino.

O objetivo do evento é nobre: arrecadar donativos para o Programa ES Solidário, uma iniciativa do governo estadual para minimizar os impactos econômicos provocados pela pandemia. Durante a transmissão do evento, o público poderá realizar doação em dinheiro ou contribuir com cestas básicas, kits de higiene pessoal e de limpeza.

A arrecadação será destinada às pessoas que estão enfrentando dificuldades por conta do novo coronavírus, em especial artistas circenses, técnicos das artes e comunidades tradicionais, como as indígenas e quilombolas.

ANCESTRALIDADE

A artista visual de 28 anos Kika Carvalho produziu um quadro de 1,5 m de largura por 1m de altura exclusivamente para o Rap Solidário! Todo o processo de criação foi registrado em vídeo e será exibido durante a programação do evento. Inicialmente confirmada para o evento, Kika, que começou sua trajetória artística dentro do movimento Hip Hop através da linguagem do grafite, vai viajar no dia do evento para uma residência artística em Salvador, Bahia, e por isso não estará ao vivo na programação.

A tela, que já está pronta, será fotografada e depois reproduzida em uma série limitada assinada pela artista. Toda a venda das reproduções será convertida em doação para o programa ES Solidário. Quem adquirir uma reprodução da obra levará para casa uma mensagem de esperança e resistência. Nela, a artista resgata e referencia a ancestralidade africana.

“Esse trabalho é um desdobramento de uma pesquisa que tenho feito sobre as relações com o Panteão Africano, sobre esses símbolos que a gente é afastado a vida inteira, enquanto sociedade construída a partir das alianças coloniais”, conta. “A imagem que eu busquei representar no quadro fala de uma luz que emana de dentro para fora. É sobre encontrar a luz dentro da gente e fazer com que ela emancipe para o mundo”, descreve a artista.

Confira a lista completa com os artistas do Rap Solidário!

BK – Abebe Bikila Costa Santos ou BK, como é conhecido, tornou-se um dos principais nomes do rap nacional nos últimos anos. Com apenas quatro anos de carreira e três discos gravados, o compositor carioca, de 31, também é considerado um dos mais influentes de sua geração. Para ele, suas letras e músicas têm forte identificação com o público negro.

Budah – Nascida em Vila Velha – Espírito Santo, Brendha Rangel, ou simplesmente Budah, é dona de letras marcantes e envolventes, que costumam abordar temas de romance e situações rotineiras sempre carregadas de referências em R&B. É uma artista com múltiplas influências, que vão do Rap ao Samba. Suas composições giram em torno de suas próprias questões e vivências amorosas.

A cantora irá apresentar seus maiores sucessos desde o começo da carreira, como “Cola Comigo”, “Licor” e “Dopamina”, até seus lançamentos mais atuais como: “Estar com Você”, “Lingerie” e “Terra de Buda”. Em suas apresentações, também nos mostra o cover de “Final Feliz”, do artista Jorge Vercillo, em sua própria versão, que também fez sucesso nas redes sociais por ser diferente da original.

DJ Miria – Com 10 anos de carreira, DJ Miria Alves possui uma bagagem musical extensa e é referência na cena Hip Hop brasileira. A paulistana é conhecida por sua originalidade e habilidade em discotecar nos diversos gêneros musicais como o Hip Hop, R&B, MPB, Dance Hall, Funk entre outros.

Versátil e dedicada, a DJ conquistou o 2o lugar no campeonato de mixagem da Numark Brasil, foi apresentadora do programa Black TV, da AIITV, e se juntou ao grupo D’Quebrada Rap, com quem lançou o CD “Batidas e Rimas”.

Dudu MC – Eduardo Santos Lima, mais conhecido como Dudu, nasceu em Vitória, no Espírito Santo, em 2002. Apesar da pouca idade, acumulou diversos títulos nas batalhas de MCs, onde, com o passar do tempo e com seu flow diferenciado, ganhou notoriedade, com batalhas alcançando milhões de views no YouTube. Hoje focado na carreira musical, seu canal já conta com quase 40 milhões de views, além de ter mais de um milhão e meio de ouvintes mensais no Spotify.

Erick Jack – Foi o primeiro Rapper de Cariacica a lançar seu próprio selo, “Viva Rima”, por onde saíram seus trabalhos fonográficos. É conhecido nacionalmente pela participação nas batalhas de rimas, pela maneira peculiar de escrever e rimar; sua atuação nos movimentos sociais é outro destaque, além de intercâmbio com diversos artistas de diversos estilos e abrangência, sempre difundindo a cultura periférica do Espírito Santo nacionalmente.

A projeção alcançada por meio de seu trabalho é uma das principais referências do estado, não somente na música, mas na política pública.

Fabriccio – Fabriccio Oliveira, natural de Vitória – ES, na música conhecido como Fabriccio, é um dos mais novos nomes da MPB e do R&B nacional. Em 2012, Fabriccio lançou de maneira independente o EP “Desajeito”, que para sua surpresa, contou com uma resposta bastante positiva de muita gente que passou a acompanhar seu trabalho desde então.

A faixa “Feito Tamborim” chegou a fazer parte da coletânea AMPLIFICADOR – Novíssima Música Brasileira, ao lado de nomes como Nômade Orquestra, Boogarins e Curumin. Seu primeiro disco, “Jungle”, teve seu lançamento em 2017 e conta com participações de Tássia Reis e Luedji Luna.

Com um vasto repertório musical e uma sonoridade plural, suas referências variam de ícones da música popular brasileira como Djavan, Simonal, Max de Castro aos grandes nomes da música negra norte-americana, como Marvin Gaye, Michael Jackson e outros.

Feijó – Ernauro Santos Feijó, mais conhecido como Mano Feijó, é um Rapper, M.C (Mestre de Cerimônia) e Educador Social, que se destaca por ser um dos artistas de maior consagração na cultura Hip Hop Capixaba; com 5 anos de carreira, um disco gravado totalmente independente com participação de grandes nomes do Hip Hop capixaba como M.c Adikto e D.j

Kika – Natural de Vitória-ES, é graduada em Artes Visuais – Licenciatura pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Utiliza diferentes técnicas e escalas para explorar sua constante busca por memórias individuais e coletivas a fim de ressignificar narrativas hegemônicas. É também arte educadora, atuando em projetos que se alinhem às suas práticas artísticas.

Melanina MCs – Melanina MCs é um grupo de rap formado em 2013 por Afari, Geeh, Lola e Mary Jane. Juntas, elas encontraram no rap a sua principal ferramenta de transformação e chegaram no rolê com objetivo de dar voz e empoderamento às mulheres.

Depois de lançar o EP “Tesouro Escondido”, em 2016, elas chegam em 2018 com dois pés na porta com o disco de estreia, “Sistema Feminino”, onde falam sobre a realidade da mulher negra periférica.

Estreando na web, “Crash” critica a falência humana com ares de humor

Peça está no Circuito Banestes de Teatro e será transmitida pelo Facebook e YouTube. 

Espetáculo “Crash – Ensaio sobre a falência”, da Cia de Teatro Urgente. Crédito: Jussara Martins

O espetáculo “Crash – Ensaio sobre a falência” é mais que uma peça de teatro. A montagem tem o tom do texto teatral e da interpretação, mas também fragmentos audiovisuais, elementos visuais, dança e performance. Nesta mistura multimídia, o que está em cena é a falência financeira e humana.

“É teatro performativo. O ator não representa somente o texto. Outros elementos entram e ganham a cena. O ator não somente interpreta um papel, ele faz intervenções. A peça é uma obra híbrida, traz fragmentos audiovisuais, jornalísticos e convida o público a refletir”, destaca Marcelo Ferreira que, inclusive, é quem escreve, dirige e performa o espetáculo.

De autoria da Cia Teatro Urgente, fundada por Marcelo Ferreira, “Crash – Ensaio sobre a falência” terá uma transmissão ao vivo e gratuita para o público no próximo domingo (1), às 18 horas, pelos canais da WB Produções no YouTube e no Facebook. A apresentação ficará disponível on-line para o público por um mês.

Produzida em 2013, em meio às manifestações contra o aumento das tarifas de transporte público que varreram o país, a peça é uma releitura do artista Marcelo Ferreira e tem como principais referências o livro “Millenium People”, do escritor J.G Ballard, e a peça “Bumba meu bucho”, do coreógrafo, cenógrafo, bailarino e professor já falecido Magno Godoy.

“Essa é uma releitura da peça que produzi lá em 2013. É um ensaio sobre a falência financeira e humana”, conta Ferreira. “Ela é um manifesto debochado que através do humor faz a crítica. O público irá se identificar com as situações ali presentes”, completa o artista, que tem no currículo peças como “Édipo sem Complexo” (2019), “Ópera la serva padrona” (2016) e “Um corpo que cai” (2014).

Formado em jornalismo e em artes, Marcelo Ferreira leva para o palco um pouco das duas áreas já experimentadas por ele. Em “Crash”, notícias e vídeos se misturam com dança e texto falado. Marcelo revela alguns elementos visuais usados na performance em alusão à essa ruína contemporânea, como um porquinho de louça e um manequim que estarão em cena.

SOLIDARIEDADE

Durante a transmissão, haverá ainda uma campanha de arrecadação direcionada para o projeto SOS Graxa ES, movimento para ajudar profissionais da cultura que atuam nos bastidores da produção de eventos e, por conta das recomendações de isolamento social provocadas pela pandemia do novo coronavírus, tiveram sua renda afetada. Um QR Code será disponibilizado na tela para que as pessoas apontem o celular e caiam na plataforma de contribuições.

11ª edição do Circuito Banestes de Teatro

  • Crash – Ensaio sobre a falência
  • Quando: domingo (1/11), a partir das 18h
  • Onde: No YouTube e no Facebook da WB Produções
  • O espetáculo ficará disponível on-line para o público por um mês após a transmissão

Pazolini x Coser: confira as propostas dos candidatos para os três principais problemas de Vitória

Segurança, saúde e transporte coletivo foram os três problemas mais citados; propostas dos dois candidatos podem ser fator decisivo neste segundo turno

Por Karolyne Bertordo, Lorraine Paixão e Rafael Carelli

A palavra segurança é mencionada 14 vezes no programa de governo que o candidato à Prefeitura de Vitória Delegado Pazolini (Republicanos) registrou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES). No programa do candidato João Coser (PT), seu adversário no segundo turno das Eleições 2020, o termo aparece 11 vezes. Saúde tem 30 registros e transporte, 7 no documento que registra as diretrizes de Coser para a Capital, contra 18 e 1, respectivamente, no de Pazolini.

Segurança, Saúde e Transporte Coletivo são as áreas mais problemáticas de Vitória na visão dos moradores, segundo pesquisa realizada pelo Ibope nos dias 11 e 12 de outubro. A ordem de prioridade muda de acordo com a renda per capita e o bairro de quem opina, conforme mostramos nas duas primeiras reportagens da série Eleições Fora da Bolha, realizada pelos alunos do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta.

Agora, na segunda etapa do projeto, às vésperas do segundo turno, vamos mostrar como os dois candidatos que disputam o voto dos eleitores da Capital se posicionam sobre as três principais demandas dos moradores da cidade que pretendem comandar.

O segundo turno acontece no próximo domingo (29). Além da Capital, as cidades de Vila Velha, Cariacica e Serra também terão suas votações. No primeiro turno, o candidato Delegado Pazolini conquistou 30,95% dos votos válidos, enquanto o candidato João Coser teve 21,82% dos votos válidos.

PROPOSTAS

Vale lembrar que, para os mais ricos, a violência preocupa mais, enquanto, para os menos abastados, políticas de saúde pública devem ser prioridade máxima. Dos moradores da Capital entrevistados para o levantamento do Ibope, 61% afirmaram que a Segurança é a área mais complicada. Em seguida, aparecem Saúde, com 45%, e Transporte Coletivo, com 30%.

Confira as propostas dos candidatos para as três áreas:

A ordem de apresentação das propostas segue a colocação dos candidatos na pesquisa.

Eleições 2020 – Delegado Pazolini e João Coser. Crédito: Facebook dos candidatos/Arte Geraldo Neto

SEGURANÇA

Delegado Pazolini

O combate à criminalidade e à impunidade aparece logo no início do plano de gestão registrado pelo candidato Delegado Pazolini na disputa pela prefeitura de Vitória. Ele defende que o combate à violência será feito por meio da educação e da criação de oportunidades.

Dentre as propostas para a pasta, estão: a criação do programa Vitória Segura, que prevê várias frentes de atuação, coordenadas pelo prefeito; combate aos crimes violentos, ao tráfico de drogas e aos crimes contra o patrimônio.

Pazolini promete dar “protagonismo” à Guarda Civil Municipal, dando capacitação, aparelhamento e valorização dos seus agentes; e valorizar a parceria com Polícia Militar, Bombeiros, Polícia Civil e outras forças de Segurança.

O candidato do partido Republicanos quer apostar na tecnologia de inteligência artificial (IA) para identificar crimes em tempo real e mapear as áreas mais problemáticas da Capital, integrando as imagens captadas com o sistema de monitoramento, que promete ampliar.

João Coser

Na proposta de governo do petista anexada à sua inscrição na Justiça Eleitoral a pauta da segurança pública aparece associada mais à prevenção do que ao enfrentamento. Dentro do plano, há cinco objetivos estratégicos, que são: Vitória da participação e da eficiência; Vitória dos direitos; Vitória da paz; Vitória da inovação e do trabalho e Vitória sustentável e inclusiva.

O tema segurança aparece dentro do objetivo “Vitória da paz” e vem acompanhado de propostas preventivas e de conscientização de pautas como direitos das mulheres, dos negros, direitos LGBT, da pessoa com deficiência e outros. João Coser apresenta programas de segurança relacionados à promoção da cidadania e dos direitos humanos.

Ao citar a Guarda Municipal, termo que aparece duas vezes no documento, o plano de governo do petista também reforça uma ação mais preventiva e propõe o fortalecimento e valorização do profissional.

No entanto, não traz proposições efetivas quanto ao tema, apenas sugere implementação de projetos de “promoção de uma cultura de paz, com a execução de ações intersetoriais de prevenção primária como requalificação e dinamização de espaços públicos e ampliação dos projetos sociais […]”.

SAÚDE

Delegado Pazolini

Uma das principais reclamações dos moradores de Vitória em relação ao tema é o acesso às consultas com especialistas e a demora para a realização de exames. Nesse sentido, Pazolini prevê em seu plano de governo a criação de três centros de especialidades para atender à demanda de consultas, ampliar o acesso a exames e procedimentos especializados e reduzindo o tempo de espera por meio de parceria com a rede privada.

Palavras que mais aparecem no programa de governo do candidato Delegado Pazolini. Crédito: wordclouds

Integra as propostas do candidato republicano, o uso de tecnologia para melhorar o sistema de saúde; a ampliação do horário de funcionamento das unidades de saúde para até as 22 horas e nos finais de semanas; a criação de um centro de referência da saúde da mulher; e assistência às pessoas em situação de rua com problemas psiquiátricos e dependentes químicos.

João Coser

Esta é a área mais mencionada no projeto de governo de João Coser. O termo é citado ao menos trinta vezes em suas propostas. As proposições do petista para a saúde surgem no primeiro e no segundo objetivo de seu plano. No primeiro, intitulado “Vitória da participação e da eficiência”, o tema é associado à inovação e à tecnologia destacando a importância de um serviço público mais digitalizado com a criação de sistemas e aplicativos para ampliação do atendimento online.

Ainda neste primeiro objetivo estratégico, Coser ressalta propostas de valorização do servidor que atua na área da saúde e destaca a necessidade de espaços de trabalho mais humanizados para esses servidores; capacitação permanente e continuada; realização de concursos públicos para os serviços públicos municipais na área de saúde e outros.

Palavras que mais aparecem no programa de governo do candidato João Coser. Crédito: wordclouds

O petista destaca também dois outros programas para a área. Um voltado para à pessoa idosa e seus familiares e outro para saúde mental. No programa “Envelhecer com saúde”, Coser diz garantir o fortalecimento dos centros de convivência da terceira idade, construir uma nova sede para o Centro de Referência de Atendimento ao Idoso e implantar serviço domiciliar com equipes de saúde e da assistência social.

Já em relação a políticas públicas de saúde mental, o plano de governo do candidato propõe a criação de um centro de convivência e a implementação de ações de geração de renda, arte e cultura para os atendidos e a “melhoria da rede de urgência em saúde mental articulando com a gestão estadual a oferta de leitos de urgência”.

TRANSPORTE COLETIVO

Delegado Pazolini

Vitória foi a única cidade da região metropolitana que listou o transporte coletivo como uma das três áreas mais problemáticas para a cidade. De acordo com a pesquisa realizada pelo Ibope, 30% dos entrevistados mencionou o transporte coletivo como complexo.

As propostas de Pazolini em relação ao assunto, deixam a desejar. O termo ‘transporte coletivo’, nem chega a aparecer em seu plano de governo. Não há nenhuma proposição de melhoria do sistema municipal de ônibus, nem de integração, muito menos de resolução dos problemas recorrentes apontados pelos moradores da Capital, como segurança e superlotação.

Entre as suas prioridades na pasta, estão a construção de calçadas acessíveis e a melhoria do sistema semafórico da cidade. No que diz respeito aos meios alternativos de transporte, não constam no seu plano os termos ‘bicicleta’ e ‘aquaviário.

João Coser

O candidato petista que segue na disputa das eleições municipais citou o termo “transporte” sete vezes em seu plano de governo e “transporte coletivo” aparece uma única vez. A questão é destaque especialmente no quinto e último objetivo estratégico do programa. Neste objetivo, surge como proposição ações para redução do tempo de deslocamento, expansão dos modais de transporte viário e cicloviário, regularização de calçadas e melhorias na sinalização para garantia de acessibilidade.

O QUE PENSAM OS MORADORES

Na percepção de áreas problemáticas da Capital, a pesquisa Ibope encomendada pela Rede Gazeta identificou que 61% dos moradores de Vitória consideram a Segurança como a área mais complicada da cidade. Em seguida, aparecem Saúde, com 45%, e Transporte Público, com 30%.

A ordem é invertida levando em consideração a renda. 37% dos entrevistados com renda acima de cinco salários mínimos consideram a Saúde como o maior problema da Capital. Entre os entrevistados com renda até um salário mínimo, 59% colocaram a Saúde no topo das prioridades da administração.

A percepção sobre a Segurança Pública também muda com relação à renda. 67% dos entrevistados pela pesquisa e que têm renda acima de cinco salários mínimos consideraram a Saúde um problema. A porcentagem cai para 52% na percepção dos entrevistados com renda de até um salário mínimo.

Veja a entrevista com o candidato Delegado Pazolini 

Veja a entrevista com o candidato João Coser 

Assista ao debate entre os dois candidatos a prefeito de Vitória:

A Transe é selecionada para Semana Internacional de Música de São Paulo

Duo capixaba está na lista de showcases da maior feira de música da América Latina

O duo A Transe é formado pelo casal Francesca Pera e Fernando Zorzal. Crédito: Nunah Alle e Karola Balves

Há nove anos juntos, o casal Francesca Pera e Fernando Zorzal criou, em meados de 2018, o projeto musical A Transe, que vem ganhando espaço na cena cultural capixaba e brasileira. Dois anos depois do início e um disco no portfólio, o duo comemora mais um fruto do trabalho: a entrada na lista de apresentações da Semana Internacional de Música de São Paulo (SIM).

A maior feira do mercado musical da América Latina acontecerá entre os dias 3 de novembro e 6 de dezembro. E o duo capixaba está entre os 44 artistas selecionados para a lista oficial de showcases, que acontecem entre os dias 2 e 5 de dezembro, das 14h às 20h, dentro da programação do evento, transmitida on-line pelo portal da SIM.

“Eu fiquei muito feliz quando soube. Eu gritei na hora, pulei”, conta, animada ao telefone, a cantora Francesca Pera. “A SIM a gente já acompanhava como espectadores. Fernando e eu já fomos dois anos juntos e eu fui sozinha outra vez. Já estava frequentando aquele espaço e ficava desejando e sonhando com isso de ser uma artista selecionada”, relata. A empolgação de Pera com a seleção não é para menos.

O duo capixaba passou pelo filtro da seleção que teve mais de mil artistas inscritos. Foram 1086 inscrições de bandas e artistas do Brasil e de outros 15 países. Ao todo, 44 artistas foram selecionados e irão se apresentar durante os dias 2, 3, 4 e 5 de dezembro, das 14h às 20h, dentro da programação do evento, transmitida online pelo portal da SIM. O dia e horário da apresentação de A Transe ainda não foi divulgado.

NOVIDADES

Mesmo sem saber a data da apresentação, Francesca Pera adianta que o planejamento para o show já começou. “Estamos preparando um show de 25 minutos feito com muito carinho. Iremos cantar algumas músicas do nosso primeiro disco e também lançaremos oficialmente o EP “Bad Vibes de Casal”, comenta a cantora sobre o novo projeto musical lançado nas plataformas de streaming em outubro deste ano com duas faixas: “Pra te ver” e “Domingo”. Pera compartilha ainda que algumas músicas inéditas também estão na lista das canções para o showcase da SIM.

A Transe tem um chão de possibilidades pela frente. Com pouco tempo de caminhada, o duo mantém acesa a fé no futuro e faz planos. “Depois do EP, já estamos preparando mais uns três singles que serão lançados. Um deles é em parceria com a MC Afari que terá um videoclipe aprovado em um edital de cultura”, conta Francesca, que é interrompida com a voz da filha, Pilar, encantada com o crescimento de um pé de feijão. Inclusive, Pilar é a filha do casal que inspirou o primeiro disco de A Transe.

Questionada sobre o que toca nos fones de ouvidos, Francesca Pera não titubeia. A artista confessa que, nos últimos tempos, tem escutado bastante o duo argentino Perotá Chingó, o cantor capixaba Dan Abranches e o grupo paulista Obirin Trio.

PROGRAMAÇÃO SIM

Em sua oitava edição, a maior feira dedicada aos negócios da música na América Latina teve que se adaptar a um novo formato. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a programação da Semana Internacional de Música será desta vez toda virtual e terá duração estendida. Serão mais de 30 dias com uma rica gama de atividades com workshops, painéis, debates, encontros, premiações e apresentações culturais.

As atividades mais voltadas para o negócio e para o networking profissional no setor cultural são restritas e pagas. Os ingressos têm preços que variam entre R$50 e R$450. Toda a programação artística, que conta com mais de 300 apresentações culturais nacionais e internacionais, é totalmente gratuita e será transmitida pelo site www.simsaopaulo.com