Enquanto a cidade dorme

Foto de Marcus Dall Col

Enquanto a cidade dorme

O sol vai se pondo. Diferentemente do resto da cidade, que encara o trânsito da volta pra casa, os seres noturnos estão fazendo o caminho contrário.

Israel Magioni 

Karolyne Bertordo

Taisa Vargas

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Enquanto a maioria dos capixabas descansa em casa, uma parte inicia sua jornada. Entre eles há atletas, profissionais que garantem a segurança, a diversão, a saúde e a saciedade – até porque a vontade de comer não escolhe hora para aparecer.

Praticar atividade física no calçadão há 30 anos mais do que requer disposição, exige disciplina. Um grupo de atletas que faz parte do desenho das madrugadas da Praia da Costa há 30 anos prova isso, em meio a reconhecimento e brincadeiras por parte de quem os avista. Dizem que eles são como insetos que nunca descansam, os Insetos da Madrugada.

Ali na beira da praia, e cúmplice de altas horas, fica o quiosque de onde Luciana comanda a diversão de turistas e praieiros nos últimos 24 anos. Conhecida até pelo público estrangeiro, a quiosqueira não pretende parar, afinal, nem a pandemia a fez ficar em casa. 

Para aqueles notívagos da Praia da Costa que são mais caseiros, quando bate a fome, o resgate vem na garupa de Carlos. Ele leva a comida e a bebida em sua bicicleta a qualquer hora da noite.

Para garantir a segurança da diversão do público, o Leandro e a Taiani estão a postos. Enquanto os festeiros usam as noites para se divertir, eles garantem que tudo ocorra sem qualquer problema. E quando o sol nasce é hora de… estudar!

De jornada dupla, o Renan entende bem. Técnico mecânico durante o dia, à noite se mistura às curvas da Grande Vitória levando, em seu carro, os passageiros para seus destinos.

Caso alguém precise de um remédio durante a madrugada, o José Carlos está em seu horário comercial para atender por detrás da porta de vidro da farmácia 24h bem na Praça do Centro de Vila Velha. Ele gosta da pouca movimentação no ritmo noturno, apesar disso, de dia, a cama é a principal companheira. 

Quem não prefere muito a rotina noturna é o Lucas que, dependendo da escala, cobre o turno como auxiliar de inspeções de área portuária. Para ele, trabalhar à noite aumenta a ansiedade e o faz comer mais. No entanto, revela que uma grata recompensa é ver o sol nascer.

Infelizmente, o Maykon, que também trabalha durante a noite, nem percebe mais o espetáculo do nascimento do dia. O cansaço é tanto na hora de ir embora que o auditor noturno pensa apenas em chegar em casa e descansar. 

Enquanto isso, o Rei nasce majestoso no horizonte para os que começam o dia. A esses atores noturnos, o astro celeste, a lua já se repousou, e é hora de virar a chave e partir para outra rotina ou descansar sob a luz do sol.

ANDRÉ, O INSETO DA MADRUGADA

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Insetos da Madrugada: André, Teixeira, Stoben, Chaia e Serjão.

Ainda nem amanheceu na Praia da Costa e o café preto fresquinho já recebe André, engenheiro mecânico de 59 anos, a um novo dia. É por volta das 4h30, hora de calçar o tênis e partir para a tradicional caminhada no calçadão ao som das ondas. Nesse horário, explica, é possível sentir o amanhecer e se conectar à natureza sem os ruídos disruptivos da cidade diurna.

Aos poucos, vai se ouvindo um zum-zum-zum de passos compassados e bons dias. Os amigos do André vão se unindo à caminhada, cada um em um ponto da praia, numa sincronia que só a tradição proporciona. Já tem 30 anos que o grupo se reúne diariamente para dar duas voltas do Libanês à Bervely Hills, papeando e se exercitando, celebrando o dia.

André Fernandes de Oliveira carrega com honra a alcunha de co-fundador do grupo Insetos da Madrugada, nome que os atletas receberam pelo andar rápido em ritmo de marcha atlética e pelo papo descontraído que emitem em conjunto. Ele conta que, em prol da segurança, se uniu a Helder, Teixeira e Stoben no recrutamento de outros atletas solo da caminhada. 

“Eu via o Helder caminhando sozinho enquanto eu também caminhava sozinho, por isso o convidei para andarmos juntos. Ele via sempre o Teixeira andando e o chamou pra nos acompanhar, a mesma coisa com o Stoben. Com isso os outros amigos foram chegando, um chamando o outro”, conta.

Chegaram a formar grupos de 15 pessoas a se exercitar. Neste ano, porém, a pandemia remodelou e delimitou as caminhadas compartilhadas à 6 Insetos que, em todas as idades, aproveitam o combo saúde de Vitamina D, boas conversas, risadas e um laço de amizade forte como o sol.

“Pra falar a verdade, hoje o exercício físico se tornou desculpa para reunir os amigos e comemorar o início de mais um dia a ser vivido com saúde”, conclui, antes de partir para viver o resto do dia que o aguarda.

“NA PANDEMIA, NÃO FIQUEI UM DIA EM CASA”

Luciana, à direita, e seus funcionários, durante as altas horas.

Na cozinha ou no atendimento, a Luciana marca presença há 24 anos na noite de quem quer passar a noite no quiosque de Vila Velha. A quiosqueira conta que o quiosque é um ponto de encontro de muitos frequentadores noturnos da praia. “Aparece todo tipo de gente que você possa imaginar, do brasileiro ao estrangeiro”.

O trabalho realizado com carinho traz reconhecimento aos funcionários do local. Luciana disse que a equipe recebeu recentemente presentes de um cliente holandês que trabalha embarcado no estado. Ela apresenta com orgulho o selo dado pela prefeitura que comprova a qualidade do serviço prestado. 

Animados também estavam a Andressa, o Daniel e o Carlos. Parecia que a conversa estava sendo feita com representantes de uma empresa familiar. Luciana é a que tem mais tempo de casa, além disso, ela parece ser o coração do local. “Eu não fiquei um dia em casa durante a pandemia”, disse mostrando o amor pelo quiosque.

Nesse período, a equipe fez de tudo para “passar o tempo”. De limpar o teto à lavar o calçadão. “Eu ariei tanto as panelas que machuquei minhas mãos. Colocamos até uma barraca de frutas na frente do quiosque que nem dava muito retorno, era mais diversão”, conta.

A partir do mês de novembro começa a alta temporada e o quiosque deve ficar aberto em horário integral, ou seja, não tem horário para ir para casa. Era assim durante o ano todo antes da pandemia. Em período de alta temporada, eles chegavam a reservar mesas e ligar para o cliente quando abrisse um espaço. Hoje, a preocupação se dá também com a segurança, Luciana pede que tenha mais policiamento na região, sente que está muito deserta. Mesmo com a preocupação, o grupo não deixou o carisma e o sorriso fora de cena, uma forma certa de atrair o cliente.

COM A PANDEMIA, UM NOVO TRABALHO

Carlos pedalando a entregar lanches e bebidas na região da Praia da Costa.

Com o isolamento social, o quiosque que Carlos trabalha teve uma redução grande de clientes. Entre as novas estratégias para permanecer com os clientes, o serviço delivery e de entrega foram adotados. Foi nesse momento que o Carlos, que está no quiosque há seis anos, começou a viajar pela cidade à noite em sua bicicleta.

Carlos sai da Praia da Costa e pedala para fazer entregas aos clientes no raio de até cinco quilômetros do quiosque, mais especificamente até o Centro de Vila Velha. O entregador conta que alguns clientes já pediram o serviço dez, quinze vezes e mesmo quando não estão disponíveis nos aplicativos de entrega, recebem ligações para atendimento domiciliar. “A gente faz o trabalho para fidelizar o cliente”, explica.

Os fregueses tinham medo de circular pela pandemia, pela baixa movimentação noturna, ou simplesmente queriam aproveitar a comodidade do serviço. Por conta disso, o trabalho varia de horário para finalizar e às vezes a escala termina no meio da madrugada, ou até quando o dia amanhece. 

“Sua segurança é nossa profissão”

Taiani e Leandro durante a jornada noturna.

É final de semana quando Leandro e Taiani chegam a uma boate de Vitória prontos para garantir a segurança de quem usa a noite para se divertir. Eles são vigilantes: enquanto a maioria da cidade dorme, o trabalho deles é se manter alerta. “Sua segurança, nossa profissão!”, dizem entusiasmados, com a certeza de que seu trabalho é, além de tudo, um serviço essencial.

Leandro Duarte é mineiro de Nanuque e escolheu a Capital para morar após surgir uma oportunidade profissional por essas bandas. Durante o dia, trabalha em um hospital em Vila Velha também como vigilante. Ele conta que, para seguir essa rotina, tem que virar uma chave mental muito importante para agir perante o público de cada local. Enquanto, durante o dia, lida com pessoas em situação de urgência, nervosas e prestes a explodir, na noite é o oposto: elas estão ali para se divertir. “Isso faz com que o público da boate aceite melhor as recomendações de segurança, enquanto no hospital qualquer faísca de desentendimento pode se tornar um grande fogo”, conta o rapaz de 24 anos.

Taiani Santos, 25 anos, vigilante e mãe de menina, assim como Leandro tem no trabalho da noite o complemento das obrigações do dia. Como é mulher, faz um recorte de gênero imprescindível ao falar sobre o trabalho noturno. “Saio de casa preparada para tudo e acho que todas as mulheres deveriam fazer o mesmo. Saber técnicas de autodefesa e como usar certos aparatos, como o spray de pimenta, é uma maneira de evitar perigos que podem aparecer quando tem menos gente na rua. Medo todo mundo tem, mas não podemos nos privar de viver”, explica, como quem faz um apelo de amiga.

Sobre sua própria diversão, Leandro diz que encontra nos estudos alívio para a rotina corrida, com a certeza de que essa é sua catapulta para alçar os sonhos do futuro. Taiani também consegue achar nas 24h que compõem o dia tempo para estudar, mas comemora as folgas porque é quando pode se dedicar exclusivamente à Manu, sua filha de 6 anos.

JORNADA DUPLA

Renan, 29 anos, técnico em mecânica e motorista de aplicativo

Já é quase hora de dormir quando Renan sai de Monte Belo, bairro em que mora na capital, sem destino certo em mente. De viagem em viagem, que faz pelo famoso aplicativo de corridas, garante o complemento do sustento de sua família. Além de marido e pai, é técnico de mecânica durante o dia. Com as ruas mais vazias, as corridas são mais curtas e tranquilas, e ele conta que consegue curtir as curvas da cidade entre chegadas e partidas.

Aos 29, sua rotina dupla já é realidade há anos: antes de motorista, trabalhava no mesmo horário como motoboy. O tom de sua voz, animada ao descrever a ocupação atual como mais confortável e segura, se torna bem mais sóbria quando comenta sobre a rotina dos finais de semana.

“Infelizmente, nos finais de semana, quando tem mais movimento e dá pra faturar mais, tem muitos bêbados chatos. Às vezes eles são até engraçados e divertidos, mas muitos perdem a noção e passam do limite. O motorista precisa do passageiro e vice-versa, gentileza gera gentileza. Às vezes me vejo obrigado a não atender algumas chamadas para me precaver”, conta Renan, cuja hora de chegar em casa depende, justamente, da demanda dos passageiros.

NUNCA FOI ASSALTADO

José Carlos - farmácia
José Carlos durante o turno da madrugada.

Separados por uma porta de vidro, José Carlos Santos de Santana conta que, há 10 anos, passa suas noites dentro da farmácia. Para ele, a jornada é boa, pois possibilita aproveitar o dia fazendo o que quiser. Dia sim e dia não, o vendedor de 48 anos já se acostumou com a rotina de organizar a loja e atender os clientes da farmácia 24 horas localizada no Centro de Vila Velha.

“Quando o relógio marca as 21 horas, eu fecho a porta e atendo os clientes por essa janelinha de vidro “Como o fluxo é baixo, eu não acho o serviço cansativo. Mas, se deixar, quase durmo o dia inteiro até a hora de ir trabalhar”, brinca o vendedor.

Por volta da meia-noite, foi possível observar o quanto a região é escura e deserta. Ainda assim, José Carlos garante que nunca passou por nenhum incidente como assaltos ou qualquer tipo de violência.

PREFERE O DIA

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Lucas Fonseca, 30 anos, durante o plantão noturno no Porto de Vila Velha.

“Não ser castigado com a exposição prolongada ao sol, temperaturas amenas e a linda vista do nascer do sol” são algumas das vantagens de se trabalhar durante a madrugada, segundo Lucas Fonseca, auxiliar de inspeções de área portuária, em Vila Velha. Dependendo da escala, trabalha da meia-noite às 8 da manhã. “Também gosto de ter o dia livre para resolver as minhas coisas, quando sobra disposição, e o adicional noturno ajuda a complementar a renda”, completa o jovem de 30 anos.

Apesar dos benefícios apontados por ele, prefere quando a sua escala, que não tem uma norma fixa, muda para o turno diurno. “Na madrugada, parece que o tempo demora mais a passar, minha ansiedade aumenta e acabo comendo mais do que deveria”, o que afeta a sua dieta e o sono, justifica o rapaz. “Não consigo dormir durante o dia com a mesma qualidade. O calor e os ruídos me atrapalham e, por consequência, me sinto mais cansado ao voltar ao trabalho”. 

Lucas também sente que tem menos disposição para participar das programações com amigos e familiares e, ainda, sente dificuldade de se exercitar sempre no mesmo horário. 

Das situações curiosas da madrugada, Lucas diz que, no caminho para o  trabalho, costuma se deparar com muitas cenas de sexo na rua, dentro e fora dos carros. “Outra coisa que vejo muito é que todo mundo parece zumbi, qualquer tempo livre vira uma oportunidade para cochilar, até mesmo sentado”, brinca.

SEM VIDA SOCIAL

Por trás do balcão da recepção de um hotel 4 estrelas, na Praia da Costa, em Vila Velha, o auditor noturno Maykon Martins compartilha que os últimos 13 anos de sua vida foram marcados pelos desencontros com a família e amigos: quando a maioria das pessoas está chegando do trabalho, ele está saindo de casa.

A rotina agitada das 19 horas às 7 da manhã até rendem boas experiências, como por exemplo servir clientes vindos de outros países. “Acho muito curioso observar os costumes dos estrangeiros, cada um com sua cultura e diferenças. Por exemplo, os indianos têm um cardápio próprio, não comem qualquer coisa e não bebem água engarrafada”, conta. Dia sim e dia não, a primeira tarefa de Maykon é realizar a higienização dos ambientes e dos materiais de trabalho, o que leva três horas, aproximadamente; Depois, inicia os atendimentos aos hóspedes e só por volta das 2 da manhã é que consegue fazer uma pequena pausa.

O funcionário lamenta que sempre fica de fora dos eventos e feriados com a família, mas já se conformou. “Em um dia a gente chega cansado, e no outro precisa dormir para ir trabalhar. No início, a troca de rotina foi muito difícil, mas depois acabei me adaptando”. Indagado sobre como é a experiência de amanhecer todos os dias com uma vista de frente para a praia, Maykon afirma que a correria e o cansaço acabam apagando o brilho do nascimento do sol sobre o mar.

O nascer do sol na Praia da Costa anuncia um novo dia. Crédito: Insetos da Madrugada.

Esta matéria foi escrita por alunos do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. A atividade foi desenvolvida em releitura a reportagem “A cidade que não dorme” publicada no jornal A Gazeta em 1° de novembro de 2009, assinada pela jornalista Vilmara Fernandes. 

Calçada da Fama do esporte capixaba é inaugurada em Vitória

Escolhidos por comissão e público, 15 esportistas foram homenageados e tiveram seus nomes eternizados

Quinze atletas capixabas tiveram seus nomes imortalizados na Calçada da Fama do esporte nesta terça-feira (01). Inaugurada no entorno do Centro de Treinamento Jayme Navarro de Carvalho, sede da Secretaria de Esportes e Lazer (Sesport), em Vitória, a Calçada homenageou atletas escolhidos por votação em 2019 e 2020. Além dos esportistas, a solenidade contou com a presença do governador Renato Casagrande.

“O esporte é fundamental para a sociedade capixaba. Temos aqui atletas de alto rendimento que levam o nome do Espírito Santo para o Brasil e para o mundo. Os atletas são muito lembrados quando estão no auge da carreira, mas o tempo passa e outros atletas vêm, então a Calçada da Fama começa a fazer justiça para essa geração e para aqueles atletas que já passaram e que hoje estão aposentados”, declarou o governador.

De acordo com o subsecretário de esportes, Dório Belarmino Junior, a ideia era inaugurar a Calçada da Fama em meados de abril, mas o plano foi adiado por conta da pandemia de Covid-19. “Inaugurar hoje a Calçada da Fama é muito significativo, porque são atletas com uma história muito bonita dentro do esporte, atletas que com pouco apoio conseguiram alcançar títulos expressivos, atletas de várias modalidades, atletas paralímpicos. O sentido de pertencimento é muito importante para que o esporte capixaba possa ganhar expressão a nível nacional e internacional.”, pontuou.

A Calçada da Fama do Esporte Capixaba foi inaugurada nesta terça-feira (01). Crédito: Sesport/Divulgação

A votação para eleger os homenageados foi realizada no site da Sesport e ficou disponível por 30 dias. Na primeira votação, foram eleitos 10 atletas e na segunda, 5. Nesta última, o público escolheu dois esportistas. Os outros três escolhidos foram os mais votados pela Comissão de Avaliação. No próximo ano, mais cinco nomes serão eleitos e ganharão uma estrela na Calçada da Fama do esporte capixaba.

Alison Cerutti, atleta de vôlei de praia que estará nas Olimpíadas de 2021, se sente muito feliz em fazer parte dos esportistas homenageados. “Estou muito lisonjeado e emocionado. A gente vai pra fora do país e recebe essas homenagens, vê outros atletas homenageados também, o Espírito Santo está de parabéns. Acho que essa calçada vai ficar pequena, muitos outros atletas vão poder completá-la também, estou muito feliz.”, pontuou.

CONFIRA QUEM SÃO OS 15 ATLETAS JÁ HOMENAGEADOS

Referentes a 2019

Fábio Luiz Magalhães – Vôlei de Praia: Prata nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008), campeão mundial em 2005.

Frank Brown – Voo Livre: Doze vezes campeão brasileiro e quatro vezes recordista mundial de voo à distância (2007,2012² e 2015).

Geovani Silva – Futebol: Prata nos Jogos Olímpicos de Seul (1988), Campeão da Copa do Mundo Sub-20 (1983);

Juliétty Tesch – Vela: Hexacampeã Brasileira de vela, classe Laser. Árbitra da final olímpica nos Jogos Olímpicos do Rio (2016).

Neymara Carvalho – Bodyboard: Pentacampeã mundial de bodyboarding (2003, 2004, 2007, 2008 e 2009) e uma das principais atletas da modalidade no mundo.

Nilo Etienne Duarte – in memoriam Futsal: Trouxe o futsal para o ES em 1984 e foi maior incentivador da modalidade no Estado.

Tayanne Mantovanelli – Ginástica Rítmica: Três ouros nos Jogos Pan-Americanos do Rio (2007), e bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (2003).

Alison Cerutti – Vôlei de Praia: Ouro nos Jogos Olímpicos do Rio (2016), Prata nos Jogos Olímpicos de Londres (2012) e quatro vezes eleito Rei da Praia.

Buru (Venicius Ribeiro) – Futebol de areia: Melhor jogador do mundo em 2007 e cinco vezes campeão da Copa do Mundo (200, 2004, 2006, 2007 e 2009).

Daniel Mendes – Paratletismo: Ouro no revezamento 4×100 rasos nos Jogos Paralímpicos do Rio (2016), prata nos 200m rasos nos Jogos Paralímpicos de Londres (2012), bronze nos 200m rasos nos Jogos Paralímpicos do Rio (2016).

Referentes a 2020

Adalberto Rodrigues – Tênis em cadeira de rodas: Campeão sul-americano e mundial (2006), é um dos paratletas mais vencedores e de maior destaque no Estado. Campeão brasileiro em 2018, ele também foi responsável por organizar torneios de tênis em cadeira de rodas durante 16 anos no Espírito Santo.

Anderson Varejão – Basquete: Campeão Pan-Americano em 2003, iniciou sua carreira atuando pelo Saldanha da Gama. Figura frequente na Seleção Brasileira, chegou a NBA, principal liga de basquete do mundo, da qual foi campeão em 2017 e vice-campeão em 2007, 2015 e 2016.

Fontana – in memoriam Futebol: José de Anchieta Fontana é, até hoje, o único capixaba a ganhar uma Copa do Mundo, em 1970, atuando ao lado de grandes nomes do futebol como Pelé, Tostão e Jairzinho. Bicampeão capixaba pelo Rio Branco, em 1959 e 1962, também conquistou títulos estaduais com o Vasco da Gama e o Cruzeiro.

Natália Gaudio – Ginástica: Homenageada no Prêmio Brasil Olímpico como melhor atleta de ginástica rítmica, em 2018, Natália foi bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019. Hexacampeã brasileira e heptacampeã sul-americana, está entre os principais nomes da ginástica brasileira da atualidade.

Paulo André Camilo – Atletismo: Campeão mundial e Pan-Americano no revezamento 4×100 livre.  Paulo André Camilo é um dos principais nomes do atletismo mundial atualmente. Vice-campeão Pan-Americano na prova dos 100 metros rasos, está próximo de conseguir correr a prova em menos de 10 segundos, podendo se tornar o primeiro sul-americano a conseguir tal feito.

Grupo Boyásha encena “A Mais Forte” gratuitamente na internet

Espetáculo será apresentado pela trupe capixaba neste domingo (29) e faz parte da programação do 11° Circuito Banestes de Teatro

No próximo domingo (29), os capixabas poderão assistir pela internet a peça “A Mais Forte”, do Grupo Boyásha Trupe de Teatro. Baseado no texto de August Strindberg, o espetáculo será transmitido ao vivo direto do Teatro Universitário para o Facebook e YouTube, às 18h, sendo o penúltimo da programação do 11º Circuito Banestes de Teatro.

Com texto original escrito por volta de 1888, “A Mais Forte” é considerada em muitos países a obra-prima dentre os monólogos do autor, sendo encenada até pela atriz Nathália Timberg, em 1964. Montada pela companhia capixaba no ano de 2010, a peça vem sendo constantemente revisitada pelo grupo como objeto de estudo ao longo dos anos.

Peça teatral “A Mais Forte”. Crédito: Adriano Horta

Pensada e transformada para o formato digital, a apresentação de 25 minutos poderá ser acompanhada em tempo e real no formato live pelo YouTube e Facebook da WB Produções. O diretor musical do espetáculo, Murilo Iglesias, destaca que houve um trabalho de preparação muito grande para a apresentação transmitida em formato digital.”

Originalmente, a peça montada dez anos atrás tinha menos luz e baixa interação com a plateia. Agora, revisitamos a peça neste novo formato com algumas mudanças, como presença de mais luz e o ator se comunicando mais com a câmera, para que consiga atingir o público que estará assistindo atrás das telas, por exemplo”, detalha.

Murilo ressalta ainda que a colaboração da Companhia Jungo (Argentina), que já tinha prática nesse trabalho audiovisual, e da equipe de filmagem foram muito importantes nesta adaptação ao formato digital. Vale lembrar que, após a transmissão, o espetáculo ficará disponível pelo período de um mês no Youtube da WB Produções.

Gratuita, a transmissão de “A Mais Forte” terá um QR Code para doações que serão convertidas em benefício do projeto SOS Graxa ES, movimento em prol de profissionais dos bastidores de evento.

A MAIS FORTE
Com a chamada “Vale a pena viver um sonho que não é seu? E então, quem é A Mais Forte?”, o texto de August Strindberg traz a “psicologia do eu” através de embates psicológicos, jogos de dominação e do incessante ajuste de contas presentes em sua obra. Por meio de um inquietante jogo de provocações e da abertura de velhas cicatrizes no interior de duas mulheres, a peça conduz cada espectador a traçar um paradoxo entre vitória e derrota, em que as personagens disputam o amor de um mesmo homem. Segundo Murilo, a expectativa para a apresentação é grande. Ele pontua que a principal potência do espetáculo está em instigar a reflexão no público: “Este é um texto do século XIX, mas com um conteúdo extremamente atual e que provoca muita reflexão sobre as nossas relações, sobre nossa existência e nosso posicionamento no mundo”, finalizou.

SERVIÇO
11ª edição do Circuito Banestes de Teatro – A MAIS FORTE
Quando: 29/11 (domingo), às 18h
Onde: YouTube e Facebook WB Produções – após a transmissão a peça fica disponível por um mês no canal da produtora no YouTube
Classificação: Livre Duração: 25 minutos

“Podemos evoluir”, afirma técnico do Vitória visando duelo com o Rio Branco

Gilberto Pereira não gostou da lentidão de sua equipe em alguns momentos do jogo contra o Estrela e quer ver melhora para o clássico

A noite desta quarta-feira (02) foi de comemoração para o Vitória. Em casa, a equipe reverteu o placar do jogo de ida, derrotou o Estrela do Norte por 1 a 0 e garantiu a vaga na semifinal do Capixabão 2020. Agora, o atual campeão da competição terá pela frente dois clássicos com o Rio Branco para manter vivo o sonho do bicampeonato estadual.

Para o técnico Gilberto Pereira, já era sabido que o jogo diante do alvinegro sulino seria difícil. De acordo com ele, a equipe poderia ter aproveitado melhor algumas oportunidades. “Começamos muito bem, exigindo do adversário. Com a expulsão no Estrela, ficamos com a posse de bola, mas infelizmente nos perdemos em alguns momentos, ficamos com o jogo lento, e essa lentidão favoreceu o adversário. Podemos evoluir ainda mais”, destacou.

Gilberto Pereira acredita que chegou a hora do elenco do Vitória mostrar evolução. Crédito: Vitor Nicchio/Vitória

Para o confronto contra o Rio Branco, o treinador do Alvianil destacou que o time precisa se concentrar para fazer em campo o que tem sido exigido nos treinamentos. “Estamos oscilando no jogo, e quando isso acontece, o adversário começa a querer ter a posse de bola. Precisamos tirar isso do adversário”, mencionou. Além disso, ele espera contar com o elenco à disposição. “Tivemos problemas no primeiro jogo, expulsões, contusões, jogadores que saíram. O Estrela, que tem uma ótima equipe, nos exigiu demais, e com isso saímos desgastados. Precisamos focar novamente em nosso elenco”, frisou.

VELHO CONHECIDO
Autor do gol da classificação alvianil, marcado logo aos seis minutos da etapa inicial, Anderson Silva enfrentará um adversário que conhece bem. Ele, que já jogou no Rio Branco, e conta que vai focado para o clássico. “Espero marcar, mas respeitando o adversário”, afirmou. Anderson também ressaltou que a equipe se comportou bem diante do Estrela do Norte. “São só detalhes que precisamos ajustar e manter o nosso ritmo de jogo, assim faremos um grande jogo”, finalizou.

Pelo jogo de ida da semifinal do Capixabão 2020, Vitória e Rio Branco se enfrentam na terça-feira (08), às 19h, no Kleber Andrade. Já o jogo de volta, acontece no dia 15, no Salvador Costa.

Após três meses, chega ao fim o 23º Curso de Residência da Rede Gazeta

Residentes visitam o estúdio da TV Gazeta ES

Quando vimos, nossos 12 rostos estavam lá. Uma arte repleta de quadradinhos com os nomes e as fotos de cada um dos selecionados para o 23º Curso da Residência da Rede Gazeta. Foi através daquelas imagens que tentamos desvendar um pouco da personalidade de cada um, representadas naquelas fotografias tiradas em cima da hora para ilustrar o fim da primeira etapa do Curso, a seleção. 

Diferentes estilos, diversidade, seleção e escolhidos de diferentes cantos do Brasil. Quando lemos isso, parece até descrição de reality show. Mas tudo acabou tendo seu ar cinematográfico também. No primeiro dia, já tínhamos que aparecer em uma transmissão ao vivo no maior site de notícias do Espírito Santo. Ajusta o microfone, centraliza o rosto… “Não pode desligar a câmera, dizia o assistente”, e nós ali, ainda tentando entender todo aquele processo.

Fomos tentar nos conhecer um pouco, após a realização da transmissão. Neste ano foi diferente. Nada de um primeiro contato presencial ou de um aperto de mãos. A timidez, no entanto, foi a mesma de quando se é apresentado a pessoas que ainda não conhecemos. 

Em meio a confusão para saber quem eram Ana Laura Nahas e quem era Sara Aguiar, jornalistas à frente do curso, fomos falando nossos nomes e o que fazíamos. Depois disso, um mês intensivo com aulas de português e 35 palestras online com profissionais de diversos veículos de comunicação do país: A Gazeta, CBN, G1, globoesporte.com, Gshow, O Estado de S. Paulo, O Globo, SporTV, TechTudo, TV Gazeta ES e TV Globo.  Ao todo, foram quase 500 horas de atividades.

Os olhos, que já brilhavam quando aparecia em nossas salas de reunião virtuais uma pessoa que desde criança víamos na TV ou tínhamos acompanhado no impresso, não se contiveram em deslumbramento quando chegou o dia de finalmente ir para a fase presencial e poder conhecer a Rede Gazeta.

E no início foi estranho mesmo. O toque de cotovelos virou nosso abraço e os olhos se tornaram os nossos sorrisos, escondidos pelas máscaras. A cada cantinho que passávamos, o encantamento só aumentava. “Nossa, é aqui que eles gravam o ES1”, disse um colega. “A gente já começa a produzir textos para as editorias na parte da tarde?”, perguntava outro. 

E foi assim. Nada de se acostumar. Quando pegávamos o ritmo em uma editoria, já era hora de levantar as âncoras e partir de viagem para outra. Durante sete semanas, a novidade e o desbravar foram constantes. A ansiedade, então, nem se fala… Mas sem todo esse desconforto, aquele que nos faz tirar da nossa zona de tranquilidade, não teríamos aprendido e nos transformado.

Além de passar por diferentes editoriais e veículos da Rede Gazeta, realizamos mais de 140 matérias para o site do curso, acompanhamos repórteres na rua e sentimos na pele as dificuldades dos capixabas, ajudamos na produção dos principais telejornais do Estado (ESTV 1 e 2 e Bom dia ES). Produzimos o especial Eleições Fora da Bolha, projeto que desafiou os residentes a conhecerem bairros socioeconomicamente diferente dos seus, resultando em grandes reportagens sobre as principais reclamações dos moradores da Grande Vitória, e cobrimos a eleição mais diferente dos últimos anos.

Colegas encararam o medo dos números e fizeram pautas brilhantes na economia, viraram noites terminando textos e buscando fontes, viram o dia cair através das janelas da redação, seguraram a tremedeira e entraram ao vivo na CBN tiveram que entrevistar artistas e personalidades importantes do Espírito Santo, cobriram jogos do futebol capixaba, desbravaram a noite e os bairros violentos da Grande Vitória, seguraram a emoção quando a dor do entrevistado era maior que qualquer outra coisa que já haviam vivido, foram parar na cobertura de um incêndio, quase tiveram que tirar o político da cama para uma entrevista quando o resultado da eleição saiu tarde da noite e ele já havia desistido de acompanhar, foram expulsos do morro por traficantes armados e seguraram a vontade de dar um abraço uns aos outros, mesmo naqueles dias mais agitados. 

Em meio a uma pandemia que parou o mundo, vencemos. Como diz Maria Bethânia, é hora de abraçar e agradecer. O agradecimento fazemos agora. Obrigado pela confiança e oportunidade. O abraço esperamos dar em breve, quando a vacina chegar e o mundo recuperar um pouco da sua normalidade.

Até breve!

Fotos mostram o interior dos apartamentos após incêndio em Jardim Camburi

Explosão e incêndio em condomínio de Jardim Camburi. Crédito; Mônica Moreira

Por Mônica Moreira e Larissa Avilez

Imagens revelam os prejuízos causados pela explosão que aconteceu na manhã desta segunda-feira (2), em Vitória; quatro unidades foram atingidas.

Paredes pretas, janelas destruídas e móveis completamente consumidos pelo fogo. Esse é um breve retrato que resume como ficou o apartamento de um condomínio localizado em Jardim Camburi, em Vitória, na manhã desta segunda-feira (2), depois de o local sofrer uma explosão, segundo relatos de moradores, e ser tomado por um incêndio.

Fotos feitas pela equipe de A Gazeta no prédio também mostram a destruição parcial do apartamento de Ricardo Rafaski, que mora na unidade em frente a que entrou em chamas. Com a força da massa de ar causada pelo estrondo, a porta de entrada das duas residências foram parar no meio da sala de estar dele.

“Eu estava sentado na sala, trabalhando. Do nada, eu vi a minha porta voando; e em seguida, a porta do apartamento que explodiu. Saí e vi aquela labareda de fogo dentro do apartamento. Quando eu fui para a minha porta, veio o dono do outro apartamento, todo ferido. Explodiu com ele lá dentro. Peguei meu filho no quarto e desci, com o apartamento já pegando fogo”.

De acordo com uma nota do Corpo de Bombeiros, quatro apartamentos foram atingidos pelas chamas. “Dois ficaram bem destruídos, inclusive a unidade que foi o foco do fogo, e dois pouco atingidos”, detalhou a Corporação. Sete pessoas estão desalojadas. O condomínio fica na Avenida Doutor Herwan Modenese Wanderley, próximo ao Hospital e Maternidade Santa Paula.

De acordo com testemunhas, o incêndio começou por volta das 10h30. Vídeos mostram o fogo atingindo o terceiro andar do prédio e a forte fumaça preta. Com a força do ar quente, janelas, portas e aparelhos de ar-condicionado voaram e caíram nas áreas comuns do condomínio Residencial Club Jardim Camburi. Três pessoas também precisaram ser socorridas no local.

HOMEM DO APARTAMENTO INCENDIADO RECUSOU AJUDA

Apesar de muito ferido, o proprietário e morador do apartamento onde o incêndio começou teria recusado a ajuda dos vizinhos e saiu do condomínio dirigindo o próprio carro. O relato foi passado por Ricardo Rafaski (vizinho da frente) e por Elisângela Pereira de Oliveira, que mora no primeiro andar do prédio. “Ele tinha um cabelo grandinho e estava todo agarrado na cabeça. Não tinha parte do corpo que não estivesse queimada. Na parte de trás, a roupa ficou em pedaços. Ele passou por nós desorientado”.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, há suspeita “de que um homem tenha incendiado o local”. Sem causa definida, o incêndio será investigado. “O prazo mínimo para conclusão do laudo pericial é de 30 dias. Somente após finalizado, informações serão repassadas”, disse em nota.

DONO DO APARTAMENTO É ENCONTRADO MORTO

Horas depois do incêndio, o proprietário e morador do apartamento onde tudo começou foi encontrado morto no bairro Mata da Praia, em Vitória – a menos de cinco quilômetros do condomínio. Identificado como Marcelo Agostinho Gonçalves, ele tinha 52 anos, era dono de uma oficina e deixa um filho.

De acordo com a Polícia Civil, o corpo dele foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) da Capital e liberado por familiares pouco depois. As informações são de que teria tirado a própria vida com um tiro de arma de fogo. O caso foi registrado como suicídio pela Polícia Militar.

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Ultramaratonistas capixabas encaram desafio inédito no Rio de Janeiro

Jorginho e Gusmão, capixabas selecionados para a ultramaratona One Hundred.

Jorge Fernando Coutinho Júnior e Carlos Gusmão foram escolhidos entre 100 atletas de diversas partes do mundo, para participarem da One Hundred, que terá início no próximo sábado (21).

Ter que cumprir uma prova com percurso de 160,94 km em no máximo 24 horas, e em subida, gradativamente, até alcançar 3.000 metros acima do nível do mar, não é uma tarefa das mais fáceis. Mas esse é o desafio que Jorge Fernando Coutinho Júnior, 39 anos, e Carlos Gusmão, 41, vão enfrentar. Os dois atletas, que moram em Vila Velha, representarão o Espírito Santo, a partir do próximo sábado (21), na ultramaratona One Hundred que acontecerá, pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro (RJ).

A largada da prova acontece em Barra do Pirai, com trajeto pelo interior do Rio de Janeiro e, em sua maior parte, por estradas de terra, passando por Valença, Conservatório, Vassouras, Vale das Princesas, com chegada a Catedral de Petrópolis. Esse percurso é conhecido como o Caminho do Imperador. O One Hundred é uma competição inédita, lançada aqui no Brasil e no próximo ano terá etapas na Itália e em Portugal. O processo de seleção dos atletas para a prova foi, a partir da análise curricular dos ultramaratonistas.

Jorginho será o primeiro dos capixabas a competir neste sábado (21), às 17 horas, quando a One Hundred etapa Brasil terá início. Serão quatro baterias, com cinco competidores cada uma. Gusmão correrá no dia 5 de dezembro. Os atletas vão competir entre si – mesmo em baterias diferentes – e contra corredores dos Estados Unidos, Minas Gerais e do Rio de Janeiro (RJ).

O primeiro lugar nesta corrida terá garantido a isenção na taxa de inscrição, a passagem e os custos da equipe de apoio, pagos pela organização, para a disputa em 2021. Os classificados, do segundo ao quinto lugar, terão isenção na taxa de inscrição das etapas fora do país.

Gusmão e Jorginho são treinador e aluno e, nesta prova, estão na disputa entre si, mas não rivalizando. “A ultramaratona é um desafio pessoal, a superação dos nossos limites. O resultado final é o importante para nós enquanto atletas e não a rivalidade na disputa”, afirma o treinador, que nesta primeira etapa, sábado (21), acompanhará Jorginho, fazendo parte da equipe de apoio e no dia da sua competição em 5 de dezembro, será apoiado pelo aluno.

A pandemia do novo coronavírus modificou a realização de diversas etapas esportivas pelo mundo. Esta ultramaratona, por exemplo, foi preparada em cinco baterias com apenas quatro competidores, para que não haja aglomeração dos participantes. Com relação à preparação física para a competição, Jorginho declara que não houve muita mudança. “A ultramaratona já é um esporte meio solitário, então para treinar eu não precisei mudar muito o meu ritmo, apenas procuro lugares ao ar livre, mais distantes”, disse.

ULTRAMARATONA

As ultramaratonas são provas longas de corridas, acima de 50 Km, e são realizadas em 12h, 24h e 48h, obrigatoriamente com carro de apoio e equipe durante todo o trajeto, para auxiliar na alimentação e ajudar, caso o atleta precise.

Neste tipo de competição, não há parada e o percurso total é feito dentro do limite de horas estipulado, correndo durante o dia e a noite, sem interrupção para nada. “O carro de apoio é importante e obrigatório para o atleta ultramaratonista. A gente não pode interromper a corrida para nada e a equipe nos acompanha o tempo todo, nos apoiando o tempo todo”, descreve Jorginho.

PRINCIPAIS CONQUISTAS DOS CAPIXABAS PELO MUNDO

Jorginho escolheu correr para aliviar o estresse, há oito anos e, quando atingiu 21 Km (corridas curtas), migrou imediatamente para a ultramaratona (acima de 50 Km). De lá para cá ele acumula diversas conquistas nesta modalidade como: 3° lugar na Ultramaratona do 38° BI de Vila Velha; 1º lugar na Ultramaratona Caminhos de Rosa-MG (250 Km em 27 horas, realizando o percurso de Guimarães Rosa, autor de Grandes Sertões Veredas), em revezamento com a atleta Dian Bellon; 3º lugar na Ultramaratona Desafio Vitória-Anchieta (110 Km em 11h52min); vice campeão da Ultramaratona Sul-americana, realizada no Uruguai; e o 4º lugar na Brazil 135 Ultramarathon, prova que tem como desafio 217 Km, altimetria de 9 mil metros e tempo limite de 60 horas, que Jorginho realizou em 35.

Gusmão destaca no seu currículo como ultramaratonista: quatro vezes Finisher Spartathlon nos 246 Km na Grécia, sendo considerado o maior brasileiro ‘finishers’ nessa competição, ou seja, o competidor que conseguiu finalizar essa competição por quatro vezes; campeão recordista dos 250 Km da Caminhos de Rosa-MG; duas vezes Finisher BR-135, 217 Km na Serra da Mantiqueira-MG; duas vezes campeão na Ultramaratona 12h de Niterói-RJ; Atleta da Seleção Brasileira de Ultramaratona de 24h que disputou o Mundial em Belfast/IRL; e Finisher da Badwater, 217 Km no Deserto de Mojave no Death Valley, California/EUA.

Técnico do Estrela, Vladimir de Jesus lamenta falhas que levaram à eliminação

Treinador afirmou que faltou competência nas finalizações, e que era possível ter superado o Vitória

O Estrela do Norte se despediu do Capixabão 2020 diante do Vitória, na noite de quarta-feira (02), no Salvador Costa. Mesmo chegando ao jogo de volta das quartas de final com vantagem e precisando apenas de um empate para avançar à semifinal, o Alvinegro sulino sofreu um gol logo aos seis minutos da etapa inicial e teve um jogador expulso, doze minutos depois.

Para o técnico Vladimir de Jesus, a classificação poderia ser alcançada. “Foi um jogo difícil, levamos um gol e perdemos um homem muito cedo. Fisicamente, correndo contra uma vantagem e com um homem a menos, ficou difícil. Amargamos uma desclassificação, em uma ocasião que era muito possível de a gente avançar”, pontuou.

Técnico do Estrela, Vladimir de Jesus afirmou que foi uma desclassificação amarga. Crédito: Fabiano Oliveira/Estrela

Mesmo com a derrota, o treinador avalia que taticamente a equipe conseguiu se desenvolver em campo e que, até quando esteve com dez jogadores, conseguiu ser melhor que o dono da casa. “Tentamos superar, lutamos até o último minuto. Buscamos os contra-ataques, tivemos chances reais de fazer o gol. Faltou competência na finalização”, ressaltou.

Sobre a expulsão do jogador Raul Muller, autor do gol da equipe no jogo de ida, Vladimir avalia que o futebol prega essas peças sempre. “Um dia você é herói. No outro, é vilão. Ele, que já foi aplaudido pelo gol que nos deu vantagem, hoje é criticado por uma expulsão infantil. Agora é pensar pra frente e ver o que vai acontecer”, destacou.

NO DETALHE
Zagueiro do Estrela, Renato Oliveira também ressalta que a partida foi resolvida no detalhe. “No começo tivemos uma desatenção e levamos o gol. Conseguimos equilibrar o jogo mas infelizmente não conseguimos o gol da classificação. Ficou a lição, mas independente do resultado, sigo orgulhoso do grupo. Agora é seguir em frente”, finalizou.