“Condições técnicas nós temos, o que nos falta é investimento”. Ethel aponta a carência de políticas públicas na produção de vacinas no país. O posicionamento foi sustentado pela doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Ethel Maciel, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (22) no 24º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta.
A demora no desenvolvimento de novos medicamentos e vacinas durante a pandemia de Covid-19 evidenciou como a falta de investimento em determinadas áreas pode ser maléfico para o país, “Esses investimentos para produção de novas de tecnologias, de vacinas, não é um investimento de um governo, é uma política de Estado”, disse Ethel.
Mesmo com capacidade técnica e infraestrutura, o desempenho de estudo voltados para a área da saúde no país ainda está muito longe do ideal. Segundo a professora, esse tipo de pesquisa demanda insumos farmacêuticos e químicos que são muito caros e precisam ser importados. Diferentemente do que acontece em outros países, que lideram a produção de vacinas, o Brasil reproduz as tecnologias que estão sendo descobertas em outros lugares.
“A gente precisa ter no Brasil linhas de investimento que vão desde a pesquisa básica até a pesquisa operacional, que está ali na Unidade de Saúde, nos serviços. A gente precisa de linhas específicas, infelizmente a gente não tem”, enfatizou.
O futuro das vacinas
Durante a coletiva, Ethel destacou a tecnologia empregada nas vacinas de RNA, citando a imunização da Pfizer, que foi eleita a mais eficiente para as doses de reforço pela sua capacidade de estimular os grupos de pessoas que têm menor resposta imunológica. Esta vacina também é aplicada em adolescentes e gestantes. “Eu acredito que as vacinas de RNA serão o futuro”, afirmou.
Vacinas de RNA têm maior resposta imunológica pela maneira como são produzidas. “É como se ela levasse uma receita dentro da nossa célula, no código genético, para o nosso organismo fabricar a defesa para o vírus”, explicou.
Ethel pontua que, em momentos de crise, como no atual contexto da pandemia, o desenvolvimento científico pode mudar os rumos da História, principalmente com relação à produção de novos remédios e vacinas. “Eu acredito que a gente vai ter vacinas para doenças que nós nunca pensamos que pudéssemos ter, por exemplo o HIV”.
Estratégias da vacinação no Brasil
Sobre a demora na imunização, Ethel explica que a falta de vacinas no Brasil, principalmente Astrazeneca, ocorreu por falta de planejamento e orientação do Governo Federal. De acordo com ela, esse impasse foi causado pela lentidão na compra das vacinas, negação da Ciência e investimento em medicamentos sem eficácia comprovada. “O governo fez, usando infelizmente nosso dinheiro, um investimento que não levou em consideração a Ciência”, afirmou.
Essa ineficiência nas estratégias de enfrentamento do vírus revelou que a campanha de vacinação brasileira sofreu com muitas paralisações por falta de doses e imprecisão nas orientações oficiais. “Não tivemos a comunicação dos canais oficiais, das autoridades do país. A gente está sempre atrasado, o cronograma nunca está completo”, disse Ethel.
Neste cenário de escassez global de vacinas, o planejamento com definição de prioridades, é fundamental para a diminuição do contágio. Nestas circunstâncias, não adianta apenas um país estar com a população vacinada, a mutação do vírus pode comprometer todo o planeta, é uma estratégia coletiva.
Sobre a ordem para a vacinação, Ethel explica que primeiro é preciso vacinar quem não tomou nenhuma dose. Em segundo, deve-se completar o esquema vacinal com a segunda dose. Em terceiro, vacinar os idosos com a terceira dose. Por último, os adolescentes, fazendo uma subdivisão, com comorbidade primeiro e sem comorbidade por último. “Num momento de escassez é assim que eu deveria agir, nada disso está sendo feito”, afirma.
A pandemia não acabou
A professora destacou que, apesar dos avanços nos estudos e distribuição de vacinas, a pandemia ainda não acabou. “O que a gente está vendo agora é que não basta só a vacina, a gente precisa combinar as medidas não farmacológicas”, destacou.
Usar máscara, manter o distanciamento social, higienizar as mãos e evitar aglomeração, continua sendo o protocolo. “Enquanto estamos na pandemia, a gente precisa ampliar essa conscientização. Precisamos ainda seguir com os cuidados, mesmo vacinados”.
A resistência de algumas pessoas em tomar a vacina contra a Covid-19 pode ser a causa de uma nova explosão de casos do coronavírus no Espírito Santo. A doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Ethel Maciel, conta que a falta de cuidado dos não vacinados pode gerar novas mutações no vírus e criar novas variantes que “driblam” a vacina.
“Essa discussão está aquecida no momento. O que acontece é que nós temos visto mais de duas mil pessoas morrendo por dia nos Estados Unidos. O problema dos EUA é que apoiadores de determinados partidos políticos não tomam vacinas. A situação é parecida com o nosso cenário brasileiro e no nosso estado”, disse a professora.
Ainda falando sobre o risco que os não vacinados representam para quem já tomou as duas doses do imunizante, Ethel comentou sobre a transmissão e como ela é um problema para a saúde coletiva. “Com a variante Delta os vacinados se infectam, não se agravam com a doença, mas ainda assim podem transmitir o vírus, o que é pior”, falou a especialista.
A vacinação dos públicos mais jovens será a próxima prioridade para o governo do estado. De acordo com informações da Secretaria da Saúde do Espírito Santo (SESA), a próxima etapa da campanha de vacinação deve alcançar todas as pessoas com mais de 12 anos até o final do ano. Para a professora Ethel Maciel, é fundamental que o público de 12 a 17 anos esteja vacinado, para que as formas graves da doença sejam eliminadas, reduzindo assim a morte por coronavírus.
“O propósito é mais motivador que a concorrência”. É assim que o jornalista Sérgio Lüdtke define o trabalho coletivo realizado pelo projeto Comprova no enfrentamento de notícias falsas propagadas pelas plataformas sociais. O empreendimento tem o propósito de investigar informações falsas divulgadas na internet. Este tipo de organização estimula a participação de jornalistas e veículos de comunicação comprometidos com a informação verdadeira e de qualidade.
A conversa sobre desinformação aconteceu no 24º Curso de Residência da Rede Gazeta, na manhã desta quinta-feira (16). Os residentes receberam o jornalista e editor-chefe do Projeto Comprova Sérgio Lüdtke na palestra “Checagem de Fatos: um Guia para Novos Jornalistas”.
O Projeto Comprova é uma iniciativa independente que reúne aproximadamente 30 veículos de comunicação brasileiros na investigação de informações propositadamente falsas e duvidosas. O projeto prioriza os conteúdos compartilhados em sites e redes sociais pelo poder de alcance que a desinformação possui nessas plataformas.
A finalidade do Comprova é detectar e amenizar o impacto deste sistema de disseminação e manipulação de informações. Para o jornalista, a desinformação é um processo pautado por debates públicos e muitas vezes parte de um conteúdo verdadeiro. “Nem sempre a desinformação parte de uma mentira, ela constrói narrativas através de fatos verdadeiros”.
A metodologia adotada neste processo é por consenso e se diferencia das redações jornalísticas tradicionais e agências de checagem com hierarquia mais rígida. Desta maneira, os profissionais têm maiores condições de descortinar temas e situações complexas, como determinar a origem de conteúdos sugeridos pela audiência.
Respeitando os princípios do jornalismo e do projeto Comprova, as verificações são respaldadas por orientações que definem a tomada de decisões, principalmente as redações que se responsabilizam umas pelas outras.
Segundo o jornalista “toda verificação do Comprova passa por mais pessoas antes de ser publicada. É um trabalho colaborativo entre os profissionais e veículos. Precisa ter consenso entre eles”.
Quais conteúdos são investigados?
Embora o projeto defina seu escopo de monitoramento através da agenda pública, as informações produzidas por veículos jornalísticos não são investigadas. Também não são verificados os conteúdos disseminados por figuras do cenário político definidos pelo voto popular, com exceção de materiais que discursam sobre a pandemia do Covid-19. “Verificar autoridades poderia colocar o Comprova em posição de dependência”, diz Sérgio.
A escolha do conteúdo monitorado é embasada em questões éticas que, muitas vezes, podem ser encontradas em comentários nas redes sociais e dão pistas de como as pessoas estão interpretando uma determinada informação, o Comprova “investiga conteúdos de fontes desconhecidas”, esclarece.
O melhor dos mundos
Na internet, a velocidade de propagação de notícias falsas é muito maior que o alcance das verdadeiras. Sobre isso, o jornalista explica que “a desinformação e a opinião têm chegado antes da informação, a velocidade é muito grande nisso”. Todos os recursos utilizados pelos veículos jornalísticos são usados por grupos de desinformação. Ao replicar termos como “Fake News”, o jornalismo está colaborando com a amplitude desses conteúdos. “Podemos dar voz para pessoas que duvidam do trabalho de verificação”.
Para Lüdtke, o melhor dos mundos seria aquele em que “se tivesse a possibilidade de chegar com a verificação em todo mundo que teve acesso ao conteúdo com a desinformação”.
A vacinação no Brasil avança a cada dia. Mesmo assim, é preciso continuar com os cuidados essenciais contra a Covid-19 e também pausar, por enquanto, os planos de festas de fim ano. Isso porque não se sabe como será a disseminação do vírus nos próximos meses. A afirmação é da epidemiologista Ethel Maciel, que concedeu uma entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (22), para os dez focas do 24º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta.
De acordo com a epidemiologista, a flexibilização atual quanto às restrições da pandemia – festas, baladas, bares e eventos – é um grande risco. Afinal, ao flexibilizar será muito difícil conquistar adesão, bem como convencer as pessoas a voltarem para o estágio antigo, caso seja necessário devido às variantes. Por isso, não basta apenas se vacinar, mas sim continuar mantendo as medidas não farmacológicas, como usar máscara, fazer a higienização das mãos e evitar aglomerações.
“Se pensarmos em setembro do ano passado, não tínhamos nenhuma vacina. Era uma promessa de futuro. Estávamos distantes. Hoje, apesar das variantes, temos a base. Então, estamos mais perto do fim do que já estivemos. Mas isso não significa dizer que controlamos. Estamos no caminho para o controle”, explica a especialista.
A questão de manter os cuidados deve ser uma prioridade principalmente pensando nas festas de fim ano, já que muitas pessoas estão fazendo planos, marcando viagens e comprando ingressos para shows. “Quando vejo autoridades falando que no Natal todo mundo estará se abraçando, eu acho assustador. Não temos como garantir isso. Estamos em meio a uma pandemia e, ainda, precisamos impedir o vírus de se replicar e fazer cópias dele mesmo”, complementa Ethel.
Em paralelo aos cuidados, tem-se a vacinação. Alguns estados brasileiros, inclusive o Espírito Santo, estão vacinando os maiores de 12 anos com a vacina da Pfizer-BioNTech, que é ainda a única aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa faixa etária. Ao mesmo tempo, idosos com mais de 60 anos e imunossuprimidos, aqueles que possuem alguma deficiência imunológica, estão recebendo uma terceira dose do imunizante.
Apesar de uma aparente evolução, para Ethel, o Brasil continua sofrendo com erros de gestão do governo federal. Uma das provas disso é que, agora, o país tem que lidar com a falta da vacina Astrazeneca, fabricada pela Universidade de Oxford. “Erramos desde o início por ter demorado a comprar vacinas. Não por falta de dinheiro, mas sim devido à falta de planejamento, pela negação da Ciência e pelo investimento em medicamentos sem eficácia”, enumera a epidemiologista.
Fim da pandemia
Mas, afinal, há luz no fim do túnel e é possível saber a data para o fim da pandemia e a volta à normalidade? Essa pergunta é o que está mobilizando muitos cientistas do mundo em busca da tão esperada resposta.
Mesmo sem uma previsão, Ethel acredita que a Covid-19 continuará para sempre circulando na sociedade, semelhante a outros vírus. Logo, esse vírus poderá continuar causando mortes, porém em menor proporção e assim, se transformar em uma endemia. Para saber quando decretar o fim, a pesquisadora diz que “teremos indicadores que irão mostrar o que é de fato controlar essa pandemia”.
Em fóruns de cientistas frequentados por Ethel, estima-se que um deles seria o número de mortes. Apesar de não ser um dado oficial, há chances, segundo esses pesquisadores, de passar a ser ‘aceitável’ 1 morte de coronavírus a cada 100 mil habitantes. Traduzindo para a realidade, o Espírito Santo, em um universo pós-pandemia, iria continuar tendo em média 42 mortes por Covid-19 a cada ano. Um número bem diferente da média mensal, que ultrapassa 300 mortes no Estado, de acordo com dados da Secretaria de Saúde.
Terceira dose e dose de reforço
Em se tratando da terceira dose ofertada aos idosos e imunossuprimidos, é importante diferenciá-la de dose de reforço. Segundo Ethel, são conceitos distintos.
A primeira se refere a uma dose destinada a um grupo de indivíduos que não tiveram a efetividade esperada cientificamente – em estudos de Israel, Estados Unidos e Reino Unido – ao tomarem duas doses da vacina. Ou seja, há a necessidade de um complemento.
Já a dose de reforço é aplicada quando, com o tempo, se perde o efeito da imunização anterior por causa da circulação de novas variantes. Ela precisa ser totalmente remodelada em laboratório para estar à frente das mutações dos vírus. A vacina contra a Influenza, por exemplo, é uma dose de reforço que a população brasileira deve tomar todos os anos.
“Em relação à Covid-19, é possível que teremos doses de reforço e que sejam doses remodeladas e modificadas para as variantes que estejam circulando. De quanto em quanto tempo [que deverão ser aplicadas] ainda não sabemos”, explica Ethel, sobre a possibilidade de doses de reforço contra o coronavírus.
Novas perspectivas para a Ciência
Apesar de indefinições sobre o fim da pandemia, em relação ao futuro, a Ciência só tende a sair ganhando. Nesses últimos dois anos, foi possível fabricar vacinas – a norte-americana Pfizer e a americana Moderna – através do RNA mensageiro, uma tecnologia inédita, eficiente e estudada durante 20 anos por pesquisadores.
“O desenvolvimento científico em crises sanitárias e grandes guerras muda a história para o futuro. Por isso, acredito que as vacinas de RNA serão o futuro. Conseguimos fazer funcionar. É uma mudança significativa. É possível termos vacinas para doenças que nunca pensamos em ter, como HIV”, comemora Ethel.
“Uma mentira pode dar a volta ao mundo, enquanto a verdade calça os sapatos”. É possível que você já tenha escutado essa frase alguma vez na vida. Mas, além do significado literal, podemos trazer o sentido dessa citação – erroneamente atribuída ao escritor Mark Twain – para uma área específica, que é o Jornalismo. Isso porque a desinformação nas redes sociais se transformou em uma grande pedra no sapato dos jornalistas. Tanto que dificulta e muito o processo de levar informações de qualidade e verídicas para a sociedade.
Essa desinformação nas redes não é fabricada unicamente por mentiras. Geralmente, ela surge a partir de um conteúdo verdadeiro ou que possui algum grau de verdade, já que dessa forma se cria a verossimilhança com a realidade. Ou seja, as pessoas que se depararem com aquela narrativa enganosa e divulgada como notícia irão lembrar que realmente “ouviram falar daquele acontecimento” em algum momento da semana, do mês ou, quiçá, ano.
E isso é proposital. Uma desinformação geralmente está ligada diretamente a um fato cotidiano e de impacto nacional ou global. Faz parte da agenda pública. É um assunto que está nos noticiários e que a sociedade está colocando em pauta em suas conversações. Então, partindo de um fato, os agentes da desinformação distorcem o cenário, trazem novos contextos e tentam vingar de todas formas uma narrativa enganosa.
Mas, afinal, por qual motivo muitos tendem a acreditar nesse tipo de conteúdo? Para Sérgio Lüdtke, que é jornalista e editor-chefe do Projeto Comprova, uma coalizão de 33 veículos de comunicação do Brasil para combater a desinformação nas redes sociais, a resposta está na diferença entre a verdade e a mentira.
“A mentira é muito mais atrativa que a verdade. Para criar uma narrativa mentirosa, temos muitos artifícios nas mãos. Enquanto isso, a verdade é limitada. Não dá pra fugir das evidências, dos fatos para levar um conteúdo que seja correto”, explicou Lüdtke em uma palestra, na tarde desta quinta-feira (16), concedida aos dez focas do 24º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta.
Dicas para jornalistas
Reconhecendo como um desafio a ser enfrentado por gerar receita para sites controversos e ser um problema que afeta a opinião pública, Sérgio ressaltou que é preciso que os jornalistas saibam lidar com a desinformação.
Para isso, o primeiro passo, segundo o jornalista, é ter atenção aos fragmentos que caracterizam em geral um conteúdo enganoso. Esses fragmentos vão desde a forma de escrita, que é bem mais carregada para sentimentos negativos (medo, indignação, terror e pânico) até call to actions, no português, chamadas para ação. “Tais chamadas funcionam como gatilho e pedem para que as pessoas compartilhem a matéria ou a publicação para o maior número de pessoas possível e de forma rápida”, diz o editor-chefe do Projeto Comprova.
Só que apenas ter atenção aos fragmentos não basta. Além disso, é fundamental que o jornalista tenha em mãos ferramentas específicas de monitoramento e checagem de informação, já que, em algumas ocasiões, o profissional de um jornal precisa descobrir, apurar e noticiar que determinado conteúdo é falso.
Inclusive, para Lüdtke, é importante que apenas conteúdos de desinformação que se tornaram virais sejam desmentidos em um veículo jornalístico. Caso contrário, o jornalismo amplia a narrativa enganosa que estava restrita a uma pequena bolha. E, por consequência, faz com que outros indivíduos acreditem na informação falsa, mesmo que ela tenha sido desmentida formalmente em uma matéria.
Ficou interessado em saber das ferramentas? Então, confira o próximo tópico. Lüdtke separou as estratégias principais para o monitoramento de um determinado assunto!
Ferramentas e estratégias
Para o Twitter
– Verificar se o tema de monitoramento está nos Trending Topics, já que lá estão os principais assuntos da agenda pública;
– Buscar listas no Google sobre a temática de monitoramento. É possível fazer isso digitando no Google: site: twitter.com/*/lists “palavra-chave”;
– O site TweetDeck, que é atrelado ao Twitter, ajuda a visualizar tweets de acordo com os parâmetros que você seleciona, como nomes de usuário, hashtags e palavras-chave.
Para o Facebook
– Para buscar páginas de determinada temática no Google, basta pesquisar por: site:facebook.com/pages-places “palavra-chave”;
– Para buscar grupos públicos de determinada temática no Google, basta pesquisar por: site:facebook.com/groups “palavra-chave”.
Para o Instagram
– Para buscar perfis do Instagram no Google, basta pesquisar por: site:instagram.com -inurl:/explore/”palavra-chave”;
– Para stories do Instagram no Google, basta pesquisar por: site:instagram.com inurl:/stories/”palavra-chave”;
– Para uma busca geral, basta pesquisar por: site:instagram.com “palavra-chave”.
Para encontrar conteúdos virais
– É possível utilizar ferramentas específicas que detectem níveis e potenciais de viralização de determinado conteúdo postado nas redes sociais;
– Algumas delas são: Spike, CrowdTangle e BuzzSumo.
Para a verificação de imagens
– Primeiro, é preciso se perguntar se é possível saber quem é o autor da foto, quando e onde foi tirado;
– Facilita muito se a imagem tiver metadados, aqueles informados pela câmera. Se não tiver, há sites que fazem isso, como o Metapicz;
– Fazer busca reversa pelo operador de busca, seja Bing, Google ou Baidu. Assim, é possível encontrar imagens semelhantes e em contextos diferentes;
– SunCalc – indica a orientação solar. Com essa informação, é verificado se as sombras projetadas na foto correspondem ao suposto dia que ela foi tirada.
Para a verificação de vídeos
– OSINT Framework – Diretório online de fontes abertas;
– InVID – Verificação de vídeos;
– Frame by Frame e Youtube DataViewer – Neles, é possível verificar cada frame, com o objetivo de identificar uma possível edição da gravação original.
No dia 17 de maio de 1999 vinha ao mundo Emanuel Vargas da Silva para realizar todos os sonhos possíveis. O jornalista de 22 anos se diz movido pelo desejo de mudar o mundo com as pequenas coisas. A principal característica que Emanuel carrega consigo é resumida pela frase da revolução francesa: liberdade, igualdade e fraternidade (a frase está até na bio do Instagram dele @oemanuelvargas).
Natural de Itaperuna, no Rio de Janeiro, o jovem se depara com um novo desafio, sair do interior do Rio e desbravar a capital do Espírito Santo! Isso porque estar em Vitória será um desafio para Emanuel por ficar longe da família e amigos do Rio.
Filho de Luiza Vargas e Pedro Roberto Bitencourt, Emanuel possui um irmão chamado Pedro Mário Vargas. A família é uma base forte para um dos 10 integrantes do Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. foi por meio da paixão pelo futebol do pai, Pedro Roberto, que Emanuel Vargas descobriu o potencial jornalista que havia dentro dele. “Eu ficava ouvindo o rádio e acompanhando as notícias sobre o Vasco da Gama. Quando meu pai voltava do trabalho eu contava para ele sobre as novas contratações do clube”, disse o jornalista.
O residente se diz ansioso para aproveitar ao máximo a experiência de morar dois meses em Vitória e se dedicar 100% ao Curso de Residência da Rede Gazeta. “Se precisar entrar às 9h e sair às 22h, eu farei isso”, relata. Um rapaz determinado em alcançar o que acredita e sonha, Emanuel diz que, antes de completar 30 anos, deseja cobrir uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada, “o que acontecer antes está valendo! Não que depois dos 30 anos eu não consiga, mas acredito que seria mais fácil alcançar esse objetivo antes”.
Como ele próprio diz: “O respeito é um valor muito forte em mim”. Por outro lado, a falta de respeito com os outros e até mesmo com ele o tira muito do sério. Emanuel Vargas se mostra um jovem determinado, leal e fiel ao que acredita, de personalidade forte e disposto a aprender algo novo sempre.
Quase duas horas de conversa. O encontro aconteceu de forma virtual. Mesmo assim, foi possível descobrir particularidades, adentrar em curiosidades e saber a história de vida de Carla Luz. Jornalista por formação, a jovem de 22 anos me recebeu com muita simpatia. Prova disso é que, antes de começar o bate-papo, ela já lançou uma fala categórica e conhecida para aqueles que são da área de Comunicação. “Eu gosto de entrevistar, mas não gosto de ser entrevistada”, conta, aos risos. Nem isso foi empecilho para que a conversa andasse. Entre gargalhadas e um olhar de respeito, caminhei pelo percurso de uma mulher que se entrega ao que faz.
Conhecida como Carlinha, Ca ou Carla Light – uma brincadeira com o sobrenome Luz em inglês e também por ser entusiasta de comidas fitness, a jornalista nasceu em Paramirim, pequena e pacata cidade localizada no sertão da Bahia. Lá também cresceu e criou laços, tanto na zona urbana como na área rural do município de apenas 22 mil habitantes.
Fruto da junção de Carlos, que é encarregado de mineração e hoje aposentado por invalidez, e da assistente social Leila, Carla é a filha que herdou o feminino do nome paterno e é a mais velha de uma dupla de irmãs. A mais nova é a Keila, de 20 anos, que recebeu esse nome com o objetivo de causar uma rima divertida com o nome da figura materna. “Eles foram muito criativos”, diz, sobre a escolha dos pais.
Durante a infância, a jornalista não tinha a presença sempre por perto do seu Carlos, porque o minerador viajava com frequência por causa do trabalho. Apesar disso, ela não leva consigo lembranças negativas desse acontecimento. “Eu sempre entendi a necessidade do meu pai estar trabalhando. Era preciso. Era pro nosso melhor. Não tenho memórias tristes por ele estar longe”.
Tanto não leva que garante ter tido uma infância animada e feliz. Muito feliz. Com os primos, por exemplo, Carla Luz amava se reunir para comer manga com sal, escondida de uma tia que refutava essa prática. Para isso, chegava até a pular a janela da cozinha com um saquinho de sal na mão para matar tal desejo. Por outro lado, era uma menina festeira. Na celebração do Natal, virava Maria. Nas festas juninas, a noiva. Não tinha uma festa típica que não aproveitava desde os 4 aninhos, seja dançando ou encenando.
Quando criança, a jornalista se divertia também com a televisão. Era uma grande companhia e até virou um sonho estar lá dentro de alguma forma. Fato que entregou com uma confissão. “Eu era vidrada no Gugu. Meu sonho era ser bailarina ou assistente de palco. Por isso, cheguei a mandar uma carta para o programa. No final dessa carta, coloquei que era a fã dele número 1000, porque pra mim 1 era muito pouco”, conta, ao relembrar mais uma das várias histórias que permeiam o seu passado.
Na escola, Carla era uma aluna encrenqueira. Pelo menos no Ensino Fundamental. Ela sempre arrumava confusão com todo mundo, inclusive primos que compartilhavam a mesma sala de aula. Só que era equilibrada. Afinal, a dedicação também se fazia presente. Tinha o dom de escrever histórias, o hábito de ler fábulas e sentar na primeira cadeira da turma, bem no estilo de alunos considerados mais aplicados.
Já durante a adolescência, a jornalista não teve nenhum período de desobediência. Virou completamente centrada, como é até hoje. “A minha fase mais ‘rebelde’ está sendo agora. Lá atrás, era mais quadradinha e seguia todas as regras. A minha mãe brinca que atualmente estou dando muito mais trabalho que naquela época”, explica aos risos.
A pulsação pelo Jornalismo
Quanto às possibilidades de profissão, Carla viveu alguns períodos reflexivos. Até meados do Ensino Médio, tinha na cabeça apenas o curso de Publicidade e Propaganda devido a dois motivos. Primeiro, porque era apaixonada por campanhas publicitárias e segundo, tinha o pé no marketing ao auxiliar a mãe na revenda de produtos de catálogo.
O ato de cogitar cursar Jornalismo apenas surgiu ao fazer uma visita mental ao passado. Carla lembrou que sempre teve ídolos do ramo. De Glória Maria, passando por Sérgio Chapelin a Evaristo Costa. Ao mesmo tempo, a literatura e a escrita faziam parte constantemente de sua vida. Além disso, os professores incentivaram e muito a jovem a tentar uma vaga no curso, já que ela apresentava trabalhos de forma impecável e tinha uma facilidade incrível de se comunicar.
Dividida entre dois mundos de uma mesma área, Carla deixou o coração escolher. Em fevereiro de 2017, um ano após ter concluído o Ensino Médio e ter se dedicado aos cursinhos de pré-vestibular, a baiana optou por jogar a sua nota do Enem para Jornalismo e exclusivamente em faculdades federais de Minas Gerais. “Eu sempre tive vontade de viver em Minas por causa do meu pai, que trabalhava e falava bem de lá. Ele trazia bonecas e doces. Isso me fez ficar apaixonada”. Nisso, Viçosa – município da Zona da Mata Mineira – foi o local que ‘abraçou’ o sonho da jovem de ter um diploma.
Com a mala em uma mão e a força de vontade na outra, Carla se adaptou bem à nova cidade. Em um mês, já parecia que conhecia há muito tempo aquela região. Mas, havia ressalvas. Não houve uma adaptação total. No primeiro semestre do curso, a saudade era rotineira, bem como o choque cultural.
“Eu tinha muitas saudades de casa. Das minhas raízes. Afinal, era a primeira vez que estava longe das asas dos meus pais. O primeiro São João lá, por exemplo, eu chorei. Lá era totalmente diferente. Queria meu bolo de milho, a minha leitoa assada. Minhas comidas típicas. Em Minas, não era feriado como na Bahia, inclusive estava estudando normalmente”, relata sobre os primeiros meses.
E pra matar essa saudade não era uma tarefa fácil. Mais de mil quilômetros separavam Viçosa de Paramirim, a cidade natal de Carla. Por isso, a jornalista reencontrava a família e o namorado, Fábio, com quem mantém relacionamento sério há 5 anos, em alguns poucos feriados prolongados. Em geral, as férias que eram meses de visitas da jovem na Bahia.
Para cessar essa dor da saudade, Carla começou a se jogar, no segundo ano da faculdade, em projetos e estágios. Ficou dois anos como repórter da Fundação de Rádio e Televisão Educativa e Cultural de Viçosa. Em paralelo, atuou na Intermídia, empresa de comunicação da UFV.
Com tais experiências e mergulhando em matérias diversas do Jornalismo, houve transformações na vida de Carla. A jovem que pensava em atuar apenas em televisão também se descobriu em áreas que não imaginava do Jornalismo, como o rádio e, especialmente, na editoria de Saúde. Inclusive, dentro dessa editoria, a jornalista produziu uma grande reportagem televisiva sobre os rumos da pandemia em Paramirim para o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado em junho deste ano. Produto regado de elogios até hoje por onde ela vai na cidade.
Além de pensamentos modificados sobre áreas de atuação, a baiana garantiu ganhos significativos enquanto ser humano. Pelo lado pessoal.
“Amadureci muito na faculdade. Como a minha cidade é tradicional, eu saí daqui pensando em ter uma vida quadrada, casando cedo e formando uma família. E hoje não me vejo fazendo isso antes dos 30 anos. Me vejo uma mulher que quer cultivar muitas outras coisas. Vejo uma Carla compromissada em se descobrir no mundo”, afirma a jovem.
Amores, reflexões e futuro
Mas, afinal, quem é a Carla Luz além do Jornalismo? No tempo livre, a baiana se deleita dentro da cozinha. Lá, ela explora ao máximo a criatividade, inventando receitas, principalmente naturebas. Além disso, por ser católica praticante, considera a igreja visita obrigatória todo domingo e também às quartas, quando tem o compromisso de rezar o terço no espaço cristão.
Só que não é apenas dessas atividades que vive a jornalista. A adrenalina corre na veia. Carla gosta tanto de altura que, em brinquedos de parque de diversões, chega a ter tranquilidade e serenidade para observar o mundo lá de cima. “Gosto do movimento. Gosto de experimentar ambientes e lugares novos. Gosto de me sentir viva. E a adrenalina me faz sentir isso tudo”, confessa.
No campo da felicidade, a baiana de Paramirim não é exigente. Nas coisas mais simples e banais, ela consegue ter um motivo pra comemorar, seja montando uma rede na casa da roça sozinha, vendo a muda de planta criar raízes ou mesmo pagando uma pizza com o primeiro salário. Não precisa de muito. São as pequenas vitórias do dia-a-dia que fazem a diferença na vida da jornalista.
A leveza de lidar com tudo é herança de família. Carla se moldou a partir dos ensinamentos, aprendizados e conselhos daqueles que ama. Daqueles que estão dentro de casa. Daqueles que fizeram a diferença em sua caminhada. Enquanto o pai falava que o maior presente que poderia dar para ela e a irmã era oferecer condições suficientes para que tivessem o diploma, a mãe mostrava que o caminho poderia ser difícil, mas é possível vencer os obstáculos.
“Estou na quarta geração de mulheres empoderadas. Minha bisavó sempre comandou, nunca aceitava nenhum homem ser acima dela. A minha avó também. Minha mãe é negra e ela nunca parou para os preconceitos da sociedade. Pelo contrário, sempre nos ensinou a correr atrás, dar a cara quando fosse preciso e não desistir em qualquer obstáculo. Então, tento ser firme e forte para honrar o sobrenome Luz”, afirma, com orgulho de suas inspirações.
Hoje, Carla já está há três meses formada na profissão que escolheu trilhar e construir a própria trajetória. E se engana quem pensa que ela ficou parada durante esse tempo. Confiante no poder da Educação, a jornalista se aperfeiçoou em cursos e mais cursos em sua área. Ainda, está fazendo trabalhos como freelancer de Comunicação em Paramirim, onde voltou a morar desde o início da pandemia.
Apesar de ter voltado à cidade natal, Carla tem outro destino em breve. É na cidade de Vitória, no Espírito Santo. Afinal, ela é um dos 10 residentes do 24° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, programa voltado para aqueles que desejam mergulhar em todos setores da redação de uma grande empresa midiática. Ou seja, mais um desafio. Mais um lugar para aproveitar novas oportunidades. “Quando eu passei e recebi a notícia, eu chorei. De tão alegre que fiquei”, lembra, sobre o momento marcante.
É uma nova história que começa, que não terá um desfecho ali. Carla é repleta de sonhos. A jovem tem um olhar atento lá pra frente. Carrega o desejo de ser realizada não tendo milhões na conta, mas sim dando orgulho para os pais e cultivando boas oportunidades e vivências. Na televisão, rádio ou nas redes sociais? Não importa o lugar, a jornalista levará consigo a espontaneidade e alegria que iluminam o ambiente, tal qual o seu sobrenome, como bem dizem os amigos.
E é um fato: cada nova oportunidade Carla pretende aproveitar como uma montanha gigante. Escalando sem parar e acompanhada da adrenalina que a faz sentir viva. No caminho, ora estará agitada e conversadeira, ora estará no silêncio para se reconectar com o barulho. Dois mundos que a definem. De todos os jeitos e maneiras, a baiana apenas quer olhar para trás e ter a plena sensação de que tudo valeu a pena.
“Toda tempestade sempre acaba com gotas de orvalho iluminadas pela Lua. Essa frase me faz manter viva. Mesmo sabendo que vou ter que ralar muito na vida, um dia, espero que as gotas de orvalho da minha vida sejam iluminadas pela Lua”, acredita Carla, com o típico brilho nos olhos que a faz seguir em frente.