Projeto Eleições Fora da Bolha: confira cobertura completa

Todos os anos os residentes produzem um projeto especial de conclusão de curso. Em 2020, este projeto é o Eleições Fora da Bolha. Os alunos foram desafiados a cobrir as eleições em regiões com características opostas aos seus bairros de origem.

Os 12 focas trabalharam na produção, cobrindo, em duas etapas referentes ao 1º e 2º turno, as Eleições Municipais 2020. 

A seguir, você encontra as matérias concebidas à luz do projeto. Navegue pelos botões na tela e clique para ser redirecionado à página de publicação original.

COMO NAVEGAR

Os botões verdes representam as reportagens de cobertura do primeiro turno, nas quais os residentes abordam os principais problemas das cidades de acordo com a opinião dos moradores. 

Clicando nos botões de cor laranja, o usuário é redirecionado às matérias de segundo turno. Nessas, os jornalistas se debruçaram sobre os planos de governo dos candidatos que batalhavam pela Prefeitura de cada cidade e escreveram sobre as propostas de solução aos problemas apontados nas primeiras matérias.

Vitória

Lorraine Paixão mora em Central Carapina, na Serra; Karolyne Bertordo em Vila Garrido, Vila Velha; e Rafael Carelli, no bairro Belvedere, em Belo Horizonte (MG). Assim, com a missão de saírem de suas “bolhas”, eles foram até a Ilha do Frade, Jardim Camburi e São Pedro. Confira a produção dos residentes:

Vila Velha

Os residentes Israel Magioni, morador do bairro Porto Novo, em Cariacica,  Nádia Prado, de Santo Agostinho em Belo Horizonte (MG),  e Vinícius Zagotto, do bairro Esplanada, em Castelo (ES) foram conhecer São Torquato, Praia da Costa e Terra Vermelha. Suas reportagens podem ser conferidas abaixo:

Cariacica

Taísa Vargas, moradora da Praia da Costa, em Vila Velha; Maiara Dal Bosco, de Jardim América, em Goiânia (GO) e Vinícius Viana, de André Carloni, na Serra, mostraram a realidade dos bairros Jardim América, Campo Grande e Flexal I e II. Leia no site de A Gazeta e neste Portal:

Serra

Daniel Reis, do bairro Acamari, em Viçosa (MG); Maria Fernanda Conti e Mônica Moreira, ambas de Jardim da Penha, em Vitória, foram nos bairros Manguinhos, Feu Rosa e São Diogo. O trio apresentou problemas e opiniões de moradores da Serra com as reportagens a seguir:

Texto de Karolyne Bertordo para o Portal da Residência.

Fotos de domínio privado. Todos os direitos reservados.

Enquanto a cidade dorme

Foto de Marcus Dall Col

Enquanto a cidade dorme

O sol vai se pondo. Diferentemente do resto da cidade, que encara o trânsito da volta pra casa, os seres noturnos estão fazendo o caminho contrário.

Israel Magioni 

Karolyne Bertordo

Taisa Vargas

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Enquanto a maioria dos capixabas descansa em casa, uma parte inicia sua jornada. Entre eles há atletas, profissionais que garantem a segurança, a diversão, a saúde e a saciedade – até porque a vontade de comer não escolhe hora para aparecer.

Praticar atividade física no calçadão há 30 anos mais do que requer disposição, exige disciplina. Um grupo de atletas que faz parte do desenho das madrugadas da Praia da Costa há 30 anos prova isso, em meio a reconhecimento e brincadeiras por parte de quem os avista. Dizem que eles são como insetos que nunca descansam, os Insetos da Madrugada.

Ali na beira da praia, e cúmplice de altas horas, fica o quiosque de onde Luciana comanda a diversão de turistas e praieiros nos últimos 24 anos. Conhecida até pelo público estrangeiro, a quiosqueira não pretende parar, afinal, nem a pandemia a fez ficar em casa. 

Para aqueles notívagos da Praia da Costa que são mais caseiros, quando bate a fome, o resgate vem na garupa de Carlos. Ele leva a comida e a bebida em sua bicicleta a qualquer hora da noite.

Para garantir a segurança da diversão do público, o Leandro e a Taiani estão a postos. Enquanto os festeiros usam as noites para se divertir, eles garantem que tudo ocorra sem qualquer problema. E quando o sol nasce é hora de… estudar!

De jornada dupla, o Renan entende bem. Técnico mecânico durante o dia, à noite se mistura às curvas da Grande Vitória levando, em seu carro, os passageiros para seus destinos.

Caso alguém precise de um remédio durante a madrugada, o José Carlos está em seu horário comercial para atender por detrás da porta de vidro da farmácia 24h bem na Praça do Centro de Vila Velha. Ele gosta da pouca movimentação no ritmo noturno, apesar disso, de dia, a cama é a principal companheira. 

Quem não prefere muito a rotina noturna é o Lucas que, dependendo da escala, cobre o turno como auxiliar de inspeções de área portuária. Para ele, trabalhar à noite aumenta a ansiedade e o faz comer mais. No entanto, revela que uma grata recompensa é ver o sol nascer.

Infelizmente, o Maykon, que também trabalha durante a noite, nem percebe mais o espetáculo do nascimento do dia. O cansaço é tanto na hora de ir embora que o auditor noturno pensa apenas em chegar em casa e descansar. 

Enquanto isso, o Rei nasce majestoso no horizonte para os que começam o dia. A esses atores noturnos, o astro celeste, a lua já se repousou, e é hora de virar a chave e partir para outra rotina ou descansar sob a luz do sol.

ANDRÉ, O INSETO DA MADRUGADA

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Insetos da Madrugada: André, Teixeira, Stoben, Chaia e Serjão.

Ainda nem amanheceu na Praia da Costa e o café preto fresquinho já recebe André, engenheiro mecânico de 59 anos, a um novo dia. É por volta das 4h30, hora de calçar o tênis e partir para a tradicional caminhada no calçadão ao som das ondas. Nesse horário, explica, é possível sentir o amanhecer e se conectar à natureza sem os ruídos disruptivos da cidade diurna.

Aos poucos, vai se ouvindo um zum-zum-zum de passos compassados e bons dias. Os amigos do André vão se unindo à caminhada, cada um em um ponto da praia, numa sincronia que só a tradição proporciona. Já tem 30 anos que o grupo se reúne diariamente para dar duas voltas do Libanês à Bervely Hills, papeando e se exercitando, celebrando o dia.

André Fernandes de Oliveira carrega com honra a alcunha de co-fundador do grupo Insetos da Madrugada, nome que os atletas receberam pelo andar rápido em ritmo de marcha atlética e pelo papo descontraído que emitem em conjunto. Ele conta que, em prol da segurança, se uniu a Helder, Teixeira e Stoben no recrutamento de outros atletas solo da caminhada. 

“Eu via o Helder caminhando sozinho enquanto eu também caminhava sozinho, por isso o convidei para andarmos juntos. Ele via sempre o Teixeira andando e o chamou pra nos acompanhar, a mesma coisa com o Stoben. Com isso os outros amigos foram chegando, um chamando o outro”, conta.

Chegaram a formar grupos de 15 pessoas a se exercitar. Neste ano, porém, a pandemia remodelou e delimitou as caminhadas compartilhadas à 6 Insetos que, em todas as idades, aproveitam o combo saúde de Vitamina D, boas conversas, risadas e um laço de amizade forte como o sol.

“Pra falar a verdade, hoje o exercício físico se tornou desculpa para reunir os amigos e comemorar o início de mais um dia a ser vivido com saúde”, conclui, antes de partir para viver o resto do dia que o aguarda.

“NA PANDEMIA, NÃO FIQUEI UM DIA EM CASA”

Luciana, à direita, e seus funcionários, durante as altas horas.

Na cozinha ou no atendimento, a Luciana marca presença há 24 anos na noite de quem quer passar a noite no quiosque de Vila Velha. A quiosqueira conta que o quiosque é um ponto de encontro de muitos frequentadores noturnos da praia. “Aparece todo tipo de gente que você possa imaginar, do brasileiro ao estrangeiro”.

O trabalho realizado com carinho traz reconhecimento aos funcionários do local. Luciana disse que a equipe recebeu recentemente presentes de um cliente holandês que trabalha embarcado no estado. Ela apresenta com orgulho o selo dado pela prefeitura que comprova a qualidade do serviço prestado. 

Animados também estavam a Andressa, o Daniel e o Carlos. Parecia que a conversa estava sendo feita com representantes de uma empresa familiar. Luciana é a que tem mais tempo de casa, além disso, ela parece ser o coração do local. “Eu não fiquei um dia em casa durante a pandemia”, disse mostrando o amor pelo quiosque.

Nesse período, a equipe fez de tudo para “passar o tempo”. De limpar o teto à lavar o calçadão. “Eu ariei tanto as panelas que machuquei minhas mãos. Colocamos até uma barraca de frutas na frente do quiosque que nem dava muito retorno, era mais diversão”, conta.

A partir do mês de novembro começa a alta temporada e o quiosque deve ficar aberto em horário integral, ou seja, não tem horário para ir para casa. Era assim durante o ano todo antes da pandemia. Em período de alta temporada, eles chegavam a reservar mesas e ligar para o cliente quando abrisse um espaço. Hoje, a preocupação se dá também com a segurança, Luciana pede que tenha mais policiamento na região, sente que está muito deserta. Mesmo com a preocupação, o grupo não deixou o carisma e o sorriso fora de cena, uma forma certa de atrair o cliente.

COM A PANDEMIA, UM NOVO TRABALHO

Carlos pedalando a entregar lanches e bebidas na região da Praia da Costa.

Com o isolamento social, o quiosque que Carlos trabalha teve uma redução grande de clientes. Entre as novas estratégias para permanecer com os clientes, o serviço delivery e de entrega foram adotados. Foi nesse momento que o Carlos, que está no quiosque há seis anos, começou a viajar pela cidade à noite em sua bicicleta.

Carlos sai da Praia da Costa e pedala para fazer entregas aos clientes no raio de até cinco quilômetros do quiosque, mais especificamente até o Centro de Vila Velha. O entregador conta que alguns clientes já pediram o serviço dez, quinze vezes e mesmo quando não estão disponíveis nos aplicativos de entrega, recebem ligações para atendimento domiciliar. “A gente faz o trabalho para fidelizar o cliente”, explica.

Os fregueses tinham medo de circular pela pandemia, pela baixa movimentação noturna, ou simplesmente queriam aproveitar a comodidade do serviço. Por conta disso, o trabalho varia de horário para finalizar e às vezes a escala termina no meio da madrugada, ou até quando o dia amanhece. 

“Sua segurança é nossa profissão”

Taiani e Leandro durante a jornada noturna.

É final de semana quando Leandro e Taiani chegam a uma boate de Vitória prontos para garantir a segurança de quem usa a noite para se divertir. Eles são vigilantes: enquanto a maioria da cidade dorme, o trabalho deles é se manter alerta. “Sua segurança, nossa profissão!”, dizem entusiasmados, com a certeza de que seu trabalho é, além de tudo, um serviço essencial.

Leandro Duarte é mineiro de Nanuque e escolheu a Capital para morar após surgir uma oportunidade profissional por essas bandas. Durante o dia, trabalha em um hospital em Vila Velha também como vigilante. Ele conta que, para seguir essa rotina, tem que virar uma chave mental muito importante para agir perante o público de cada local. Enquanto, durante o dia, lida com pessoas em situação de urgência, nervosas e prestes a explodir, na noite é o oposto: elas estão ali para se divertir. “Isso faz com que o público da boate aceite melhor as recomendações de segurança, enquanto no hospital qualquer faísca de desentendimento pode se tornar um grande fogo”, conta o rapaz de 24 anos.

Taiani Santos, 25 anos, vigilante e mãe de menina, assim como Leandro tem no trabalho da noite o complemento das obrigações do dia. Como é mulher, faz um recorte de gênero imprescindível ao falar sobre o trabalho noturno. “Saio de casa preparada para tudo e acho que todas as mulheres deveriam fazer o mesmo. Saber técnicas de autodefesa e como usar certos aparatos, como o spray de pimenta, é uma maneira de evitar perigos que podem aparecer quando tem menos gente na rua. Medo todo mundo tem, mas não podemos nos privar de viver”, explica, como quem faz um apelo de amiga.

Sobre sua própria diversão, Leandro diz que encontra nos estudos alívio para a rotina corrida, com a certeza de que essa é sua catapulta para alçar os sonhos do futuro. Taiani também consegue achar nas 24h que compõem o dia tempo para estudar, mas comemora as folgas porque é quando pode se dedicar exclusivamente à Manu, sua filha de 6 anos.

JORNADA DUPLA

Renan, 29 anos, técnico em mecânica e motorista de aplicativo

Já é quase hora de dormir quando Renan sai de Monte Belo, bairro em que mora na capital, sem destino certo em mente. De viagem em viagem, que faz pelo famoso aplicativo de corridas, garante o complemento do sustento de sua família. Além de marido e pai, é técnico de mecânica durante o dia. Com as ruas mais vazias, as corridas são mais curtas e tranquilas, e ele conta que consegue curtir as curvas da cidade entre chegadas e partidas.

Aos 29, sua rotina dupla já é realidade há anos: antes de motorista, trabalhava no mesmo horário como motoboy. O tom de sua voz, animada ao descrever a ocupação atual como mais confortável e segura, se torna bem mais sóbria quando comenta sobre a rotina dos finais de semana.

“Infelizmente, nos finais de semana, quando tem mais movimento e dá pra faturar mais, tem muitos bêbados chatos. Às vezes eles são até engraçados e divertidos, mas muitos perdem a noção e passam do limite. O motorista precisa do passageiro e vice-versa, gentileza gera gentileza. Às vezes me vejo obrigado a não atender algumas chamadas para me precaver”, conta Renan, cuja hora de chegar em casa depende, justamente, da demanda dos passageiros.

NUNCA FOI ASSALTADO

José Carlos - farmácia
José Carlos durante o turno da madrugada.

Separados por uma porta de vidro, José Carlos Santos de Santana conta que, há 10 anos, passa suas noites dentro da farmácia. Para ele, a jornada é boa, pois possibilita aproveitar o dia fazendo o que quiser. Dia sim e dia não, o vendedor de 48 anos já se acostumou com a rotina de organizar a loja e atender os clientes da farmácia 24 horas localizada no Centro de Vila Velha.

“Quando o relógio marca as 21 horas, eu fecho a porta e atendo os clientes por essa janelinha de vidro “Como o fluxo é baixo, eu não acho o serviço cansativo. Mas, se deixar, quase durmo o dia inteiro até a hora de ir trabalhar”, brinca o vendedor.

Por volta da meia-noite, foi possível observar o quanto a região é escura e deserta. Ainda assim, José Carlos garante que nunca passou por nenhum incidente como assaltos ou qualquer tipo de violência.

PREFERE O DIA

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Lucas Fonseca, 30 anos, durante o plantão noturno no Porto de Vila Velha.

“Não ser castigado com a exposição prolongada ao sol, temperaturas amenas e a linda vista do nascer do sol” são algumas das vantagens de se trabalhar durante a madrugada, segundo Lucas Fonseca, auxiliar de inspeções de área portuária, em Vila Velha. Dependendo da escala, trabalha da meia-noite às 8 da manhã. “Também gosto de ter o dia livre para resolver as minhas coisas, quando sobra disposição, e o adicional noturno ajuda a complementar a renda”, completa o jovem de 30 anos.

Apesar dos benefícios apontados por ele, prefere quando a sua escala, que não tem uma norma fixa, muda para o turno diurno. “Na madrugada, parece que o tempo demora mais a passar, minha ansiedade aumenta e acabo comendo mais do que deveria”, o que afeta a sua dieta e o sono, justifica o rapaz. “Não consigo dormir durante o dia com a mesma qualidade. O calor e os ruídos me atrapalham e, por consequência, me sinto mais cansado ao voltar ao trabalho”. 

Lucas também sente que tem menos disposição para participar das programações com amigos e familiares e, ainda, sente dificuldade de se exercitar sempre no mesmo horário. 

Das situações curiosas da madrugada, Lucas diz que, no caminho para o  trabalho, costuma se deparar com muitas cenas de sexo na rua, dentro e fora dos carros. “Outra coisa que vejo muito é que todo mundo parece zumbi, qualquer tempo livre vira uma oportunidade para cochilar, até mesmo sentado”, brinca.

SEM VIDA SOCIAL

Por trás do balcão da recepção de um hotel 4 estrelas, na Praia da Costa, em Vila Velha, o auditor noturno Maykon Martins compartilha que os últimos 13 anos de sua vida foram marcados pelos desencontros com a família e amigos: quando a maioria das pessoas está chegando do trabalho, ele está saindo de casa.

A rotina agitada das 19 horas às 7 da manhã até rendem boas experiências, como por exemplo servir clientes vindos de outros países. “Acho muito curioso observar os costumes dos estrangeiros, cada um com sua cultura e diferenças. Por exemplo, os indianos têm um cardápio próprio, não comem qualquer coisa e não bebem água engarrafada”, conta. Dia sim e dia não, a primeira tarefa de Maykon é realizar a higienização dos ambientes e dos materiais de trabalho, o que leva três horas, aproximadamente; Depois, inicia os atendimentos aos hóspedes e só por volta das 2 da manhã é que consegue fazer uma pequena pausa.

O funcionário lamenta que sempre fica de fora dos eventos e feriados com a família, mas já se conformou. “Em um dia a gente chega cansado, e no outro precisa dormir para ir trabalhar. No início, a troca de rotina foi muito difícil, mas depois acabei me adaptando”. Indagado sobre como é a experiência de amanhecer todos os dias com uma vista de frente para a praia, Maykon afirma que a correria e o cansaço acabam apagando o brilho do nascimento do sol sobre o mar.

O nascer do sol na Praia da Costa anuncia um novo dia. Crédito: Insetos da Madrugada.

Esta matéria foi escrita por alunos do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. A atividade foi desenvolvida em releitura a reportagem “A cidade que não dorme” publicada no jornal A Gazeta em 1° de novembro de 2009, assinada pela jornalista Vilmara Fernandes. 

Veja a produção dos Residentes na 5ª semana de rodízio

Trabalho remoto exige bastante esforço e os Residentes podem provar! Confira algumas das matérias publicadas por eles em A Gazeta na última semana.

Na antepenúltima semana do 23º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, as 12 pessoas da foto acima já sentem a iminente tristeza do fim. Mas, mesmo nos dias mais intensos de trabalho, é possível ouvi-los ecoando em uma só voz: “Acaba não, Residência! Já nos apegamos ao ritmo da notícia”. 

Os apaixonados pela Comunicação se encontraram lado a lado na primeira turma em formato híbrido:  parte home office, parte presencial. Frente a eles, um obstáculo que não escolheu por experiência e deixou até a prata da casa receosa. O aumento nos indicadores da Covid-19 fez com que a Rede Gazeta instituísse, no dia 11 de novembro, o retorno ao home office para a maior parte de seus colaboradores. Entre eles, os Residentes.

O clima de Redação, aquele de contato constante e muito debate, foi substituído pelo mesmo dinamismo, só que à distância. Apesar de repentina, a adequação à era digital não é exatamente novidade para o Jornalismo

Bruno Dalvi, editor-chefe da TV Gazeta e do G1, conversou com os Residentes sobre os desdobramentos desses novos tempos na produção de notícias. Segundo ele, a pandemia foi emblemática para moldar transformações que já eram há muito tempo planejadas pelos veículos de comunicação. 

Entre análises técnicas sobre a conjuntura atual e conselhos profissionais aos novatos, Dalvi abordou temas como a estética televisiva, a credibilidade do jornalista e a verdade material na era da opinião. Segundo ele, a profundidade que o consumidor de notícia espera hoje não deixa margem para a atuação de profissionais superficiais ou que priorizem a forma acima do conteúdo.

O editor ministrou palestra à turma com postura de craque que joga há anos na artilharia da Rede. Sua experiência, que inclui de repórter a gestor, transpareceu no tom de bate-papo com que Dalvi conduziu o encontro. 

O que o Bruno Dalvi falou sobre os diferenciais estéticos do repórter de televisão atual me marcou. Foi incrível conversar com alguém que tem tanta experiência na tevê capixaba, conhecida por ter um noticiário mais dinâmico com a valorização do ao vivo e do repórter televisivo. Manterei muito do que ele falou em mente daqui pra frente.

Nádia Prado, residente

Engana-se quem pensa que trabalho remoto exige menos esforço. Tem dúvida? Confira abaixo algumas das matérias produzidas na última semana pelos Residentes nas editorias da redação multimídia. É só clicar nos botões para ser redirecionado ao site de A Gazeta.

Mônica escreveu sobre o racismo no futebol e mostrou que o preconceito contra técnicos ou dirigentes negros ocorre, quase sempre, de forma velada.

Maiara Dal Bosco -

“Vidas Bandidas”, Podcast de A Gazeta,  concorre na categoria Rádio, no 4° Prêmio Policiais Federais de Jornalismo. Nesta matéria da Maiara, você confere mais detalhes do programa, e, inclusive, uma entrevista com Elis Carvalho, jornalista por trás do projeto.

Daniel Reis -

Daniel analisa os gráficos do primeiro turno destas Eleições Municipais e traça o cenário partidário do Estado. Entre outras informações relevantes, ele descobriu que os partidos que mais conquistaram a chefia do Executivo municipal foram PSB, com 13 vitórias, Republicanos e Cidadania, com 9 cada.

Vinicius Zagoto -

Vinícius escreveu sobre um assunto super atual: o abono salarial de fim de ano pós legislação especial de pandemia. Na matéria, ele analisa esse desdobramento da Medida Provisória 923 na Economia e no bolso do capixaba. 

Maria Fernanda -

Os alimentos podem curar o corpo? Os adeptos da dieta macrobiótica têm certeza que sim! Maria Fernanda conta nessa reportagem um pouco da história do estilo de vida que já conquistou muitos capixabas e brasileiros. 

Rafael Carelli -

A corrida pelo desenvolvimento do melhor imunizador contra o coronavírus é notícia todos os dias desde o início dos novos tempos. Nessa matéria, Rafael compila os resultados dos estudos laboratoriais à frente na concorrência.

Israel Magioni -

Israel entrevistou a jovem voz baiana de “Poeira das Estrelas” e te convida a conhecer o novo talento da música nacional, que tem inspiração em nomes como Nina Simone e Cássia Eller.

Lorraine Paixão -

Lançado com o objetivo de prevenir, combater e enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres, o Pacto inaugurado pelo Governo Estadual é uma cartilha contra o preconceito de gênero no Estado.  Nesta matéria, Lorraine dedicou-se a explicar do que se trata o documento e traçar um panorama atual da violência contra a mulher no ES.

Durante os rodízios, os Residente não se limitam a escrever conteúdo jornalístico e têm oportunidade de passar por outras áreas da Rede. O Estúdio Gazeta, por exemplo, recebe os alunos para uma aventura pelo setor comercial, à parte da Redação.

No Estúdio, trabalham profissionais multidisciplinares em produção de conteúdo patrocinado, aliando técnicas jornalísticas a outras próprias do marketing. Vinícius Viana conta como foi trabalhar com branded content por uma semana.

“A minha semana no Estúdio Gazeta foi muito enriquecedora. Produzi duas pautas sobre assuntos que não tinha muita familiaridade e, com isso, aprendi demais. Uma pauta foi para a editoria de imóveis e a outra, para a de motor. Foi uma oportunidade muito bacana. O Estúdio tem um clima muito receptivo”.
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Vinícius Viana
Residente escalado para o Estúdio Gazeta na quinta semana presencial

Cariacica: o que propõem os candidatos para os principais desafios da cidade

Euclério Sampaio (DEM) e Célia Tavares (PT) disputarão o segundo turno neste domingo (29). Para moradores, maiores problemas estão na Saúde, Segurança e Educação

Autores: Maiara Dal Bosco, Taísa Vargas e Vinícius Viana

Democrata e Petista se enfrentam pela Prefeitura de Cariacica. Fonte: A Gazeta

Entre os problemas históricos que atingem Cariacica, a saúde pública, a segurança e a educação são os pontos mais críticos na opinião dos moradores, conforme mostramos na primeira matéria da série de reportagens Eleições Fora da Bolha. Mas o que os dois candidatos que disputam o segundo turno neste domingo (29) pensam a respeito dessas questões? 

As propostas estão listadas seguindo a colocação obtida no primeiro turno por Euclério Sampaio (DEM), que ficou com 18,81% dos votos válidos; e Célia Tavares (PT), escolhida por 14,04% dos eleitores.


Segundo Euclério Sampaio (DEM), é preciso remodelar a atenção primária na área da Saúde. De acordo com o plano de governo do candidato, o objetivo é prevenir e promover a saúde, a partir de necessidades individuais ou coletivas. A partir desse contexto, o democrata busca uma melhor assistência aos usuários do sistema público de saúde.

Para colocar esse cenário em funcionamento, o candidato tem como proposta de governo a criação de uma rede de prontuários online para dinamizar as atividades e integrar informações dos usuários. Na linha de facilitar à assistência à saúde, Euclério cita um ambulatório de especialidades a fim de potencializar os modelos de atendimento potencializado.

Reclamações em relação a atendimento e demora na entrega de exames foram ouvidas por moradores de Jardim América, quando a reportagem de A Gazeta visitou a UBS do bairro, no início de novembro deste ano. Euclério indica que os exames, nesse caso, devem ser marcados ao final de cada consulta, de acordo com a solicitação do profissional. 

Assim como Célia Tavares, o candidato também afirma priorizar a articulações do projeto do Hospital Geral. Segundo o plano de governo, a conversa com a bancada federal, estadual e governo do Estado, será priorizada a fim de agilizar a obra do Hospital. 

Um dos projetos de maior destaque no plano de governo de Euclério é a Saúde da Mulher de Cariacica. O candidato destaca que ele irá criar uma clínica destinada apenas a prestar serviços relacionados à saúde da mulher. O processo de atendimento funcionará em quatro etapas: acolhimento, triagem e consulta e encaminhamento. Também devem ser ofertados cursos de preparação para o parto, consultoria em amamentação e exames exigidos pelos profissionais da saúde.

Ambos os candidatos à Prefeitura de Cariacica incluíram nos planos de governo projetos para articular um atendimento mais humanizado à população da região. As propostas dos candidatos reconhecem a necessidade de se manter atenção aos problemas de sobrecarga da área da saúde no município, mas se destoam nas resoluções práticas para uma mesma questão. 

Em seu plano de governo registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata Célia Tavares afirma que irá promover o acesso, qualidade e humanização da atenção ao Sistema Único de Saúde (SUS) municipal. Também indica que priorizará a promoção da vigilância em saúde. 

Para isso, a candidata cita o desenvolvimento de ações voltadas à ampliação e qualificação com a garantia de profissionais qualificados. Essas diretrizes devem ser discutidas na Conferência Municipal de Saúde, marcada para o primeiro ano de governo, com o objetivo de retomar a maior instância definidora dos destinos da saúde em Cariacica.

Ainda de acordo com o plano de governo petista, serão substituídas, gradativamente, unidades que funcionam em prédios alugados por outros próprios do município e mais adequados. 

Com a reorganização de serviços inexistentes, Célia tem como meta implementar a classificação de risco e diretrizes das políticas de humanização ao fortalecer a articulação das Unidades de Pronto Atendimento (UPA). A candidata cita no documento a atual situação da Unidade Básica de Saúde em Flexal II, que apesar de concluída, ainda não foi inaugurada. 

Esse problema já havia sido relatado pelos moradores na primeira matéria da série de reportagens Eleições Fora da Bolha, produzida pelos residentes em jornalismo da Rede Gazeta. Na ocasião, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) afirmou que a Unidade está passando por ajustes finais e será entregue no final do mês. A UBS atenderá casos de urgência, emergência e atenção básica. A equipe de atendimento deve contar com médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos, psicólogos, dentistas, assistentes sociais e auxiliares administrativos.

Além da atenção às UBS, a candidata também incluiu no plano de governo a aceleração da construção do Hospital Geral de Cariacica, para assegurar serviços cirúrgicos de rotina e retaguarda de leitos para a rede de urgência e emergência no município, melhorar o acesso, a qualidade e a humanização da atenção hospitalar e garantir a retaguarda ao Serviço de Assistência Domiciliar (SAD).

Eleições 2020: Debate do segundo turno de Cariacica entre Euclério Sampaio (DEM) e Célia Tavares (PT), realizado por A Gazeta e CBN Vitória, na última terça-feira (24).
As propostas para a Segurança Pública

Segundo tema mais citado pelos moradores de Cariacica na pesquisa Ibope de outubro, a Segurança foi lembrada por 50% dos cariaciquenses como principal desafio do município. 

Em Campo Grande e Jardim América, bairros com forte presença de comércios, trabalhadores e comerciantes relataram assaltos recorrentes, pouco policiamento e a sensação de insegurança, na primeira reportagem da série Eleições Fora da Bolha.

Sobre o assunto, o candidato Euclério Sampaio (DEM) destaca, em seu plano de governo, que a Segurança Pública estará dentro das prioridades do governo. 

Uma de suas propostas é substituir os veículos por bicicletas em patrulhamento preventivo realizado pela Guarda Municipal. O objetivo do “Bike Patrulhamento” é promover a proximidade com a população, especialmente comerciantes e consumidores, no combate à criminalidade.

Já a candidata Célia Tavares (PT), em seu plano de governo,  compreende que as políticas de segurança pública não podem se encerrar na função de policiamento. Ela defende o protagonismo do governo local nesta área da política pública. 

Entre as propostas da candidata, estão o suporte técnico ao trabalho da Guarda Municipal. A administração providenciará uma faixa exclusiva de frequência de rádio e ações como a implementação do 153, telefone de urgência da Guarda municipal, a abertura de bases comunitárias da GMC além de aprimorar as estruturas informacionais existentes como a Central de videomonitoramento e expandir barreiras eletrônicas. 

Já em Flexal, como demonstrado pelo Atlas da Violência 2019 e  apurado pela  reportagem anteriormente, a violência e a falta de segurança se tornam ainda mais aparentes. Os bairros Flexal I e II estão entre os 28 bairros de Cariacica que contam com a presença da Força Nacional desde 2019. 

Neste aspecto, Euclério Sampaio (DEM), também destaca entre suas propostas a implantação da guarda civil municipal de Cariacica conveniada com outros órgãos de segurança pública, como Polícia Federal, Civil e Militar, as quais participariam na formação e na habilitação dos agentes municipais e policiais de reserva. Com a Polícia Federal, especificamente, o objetivo é buscar parceria para aquisição ou doação de armamentos bélicos apreendidos os quais poderiam ser usados pelos agentes municipais. 

Célia Tavares (PT), por sua vez, ressalta que será criado o Plano Municipal de Segurança Cidadã, e que este será um dos atos iniciais do governo, caso eleita. Segundo proposta da candidata, o plano estratégico de ação do município para enfrentamento da violência e insegurança pública será construído pela ação e mais ampla participação da sociedade, e objetiva o envolvimento de todas as vozes e segmentos sociais, com especial destaque paras os moradores das regiões mais afetadas pela violência em Cariacica.

Euclério Sampaio (DEM) durante o debate realizado por A Gazeta e CBN Vitória. Fonte: Redação A Gazeta.

Os planos para a Educação municipal nos dois governos

Segundo a pesquisa realizada em outubro, a Educação é vista por 27% dos cariaciquenses como o principal problema da cidade. 

Os planos de governo de Célia Tavares e Euclério Sampaio concordam quanto às problemáticas da Educação de Cariacica. Ambos projetos visam combater os problemas históricos da educação, como a evasão escolar, e também novos desafios impostos para o cenário pós-pandemia.

Para o ano letivo de 2021, que enfrentará desafios intensificados pela crise, ambos pretendem se dedicar ao exame de uma possível defasagem no aprendizado sentida durante a pandemia. Também recebem atenção especial as preocupações quanto ao mapeamento das vagas existentes na rede municipal após o ano atípico.

Euclério Sampaio (DEM) foca no avanço tecnológico das escolas municipais. Um de seus principais propósitos é potencializar o ensino híbrido, com aulas ministradas presencialmente e online. O candidato promete patrocinar a internet para os alunos e para os profissionais da educação, os integrando ao mercado tecnológico.

Outro propósito do democrata é retomar o Plano Municipal de Educação de 2015 publicado no primeiro mandato do atual prefeito Juninho. Uma das principais propostas herdadas deste Plano é a de oferta em tempo integral para a educação básica pública. O candidato pretende promover atividades multidisciplinares, inclusive culturais, esportivas e de fomento ao empreendedorismo.

Embora seja um plano de governo mais enxuto e com propostas mais generalistas, o documento propositivo de Euclério também toca em políticas intersetoriais na educação. Se eleito, adotará na escola municipal de Cariacica programas de orientação e prevenção ao combate às drogas, esperando, assim, resultados na Segurança Pública. A Saúde também aparece aplicada à Educação, a partir do intuito do candidato a ampliar o funcionamento do Programa Saúde na Escola.

Quanto às propostas específicas da Petista, seu plano de governo se interessa principalmente em discutir uma gestão democrática da Educação, com fundamental zelo por ações sócio afirmativas e recortes interseccionais. A Educação Cidadã é o que a candidata pretende implementar na pasta, a partir do fomento de ações de valorização da política participativa nos espaços educacionais, que abrangem comunidade, mestres e alunos. 

Se eleita, Célia Tavares (PT) pretende retomar os projetos adotados entre 2005 e 2012, quando foi Secretária de Educação no governo de Helder Salomão. O ponto de destaque está na integração entre os eixos de ensino da Rede Municipal Pública, com ações intersetoriais, buscando garantias específicas para cada um deles. 

As principais preocupações quanto a Educação de Jovens e Adultos (integração com o mercado de trabalho), Educação no Campo (normatização das diretrizes e programas juntamente à pasta de Agricultura Familiar) e Educação Inclusiva (contratação de profissionais especializados para lidar com demandas de alunos com necessidades especiais e oferta de transporte adaptado), compõem o plano de governo de Célia.

Célia Tavares (PT) durante o debate realizado por A Gazeta e CBN Vitória. Fonte: Redação A Gazeta.

Essa reportagem faz parte da segunda rodada da série Eleições Fora da Bolha, produzida pelos alunos do 23ª Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Você pode acessar outras matérias da série clicando nas miniaturas abaixo.  

“Desalma”: 7 motivos para assistir à nova série do Globoplay

Enredo místico e time de estrelas estão entre os motivos para assistir ao novo suspense nacional em cartaz na Globoplay

Bruxas, floresta encantada, rituais pagãos e vida após a morte. O drama sobrenatural “Desalma”, em cartaz na Globoplay, marca o debute da escritora Ana Paula Maia, romancista vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura, em produções audiovisuais. 

A série, dirigida por Carlos Manga Jr., antes mesmo de ir ao ar já teve a segunda temporada renovada e, a julgar pelo tom dos aplausos que recebeu no Festival Internacional de Cinema de Berlim, promete cativar a audiência.

Por isso, confira a seleção de sete fatos sobre a série que irão despertar ainda mais expectativa pelo lançamento.

 

 

1. Enredo cheio de mistério e suspense

 

‘Desalma’ conta, em 10 episódios, a história de uma cidade que parou 30 anos no tempo após o desaparecimento de uma jovem durante uma celebração local. Ambientada na fictícia e misteriosa cidade de Brígida, comunidade de forte cultura ucraniana no interior sul do Brasil, a história se desenrola a partir da festa típica Ivana Kupala. A trama é desenvolvida em meio a eventos sobrenaturais que assombram os integrantes das famílias envolvidas na tragédia do passado. 

 

 

2. Elenco reúne atrizes consagradas e novos talentos

 

A narrativa gira em torno das personagens de Cassia Kis (Haia Lachovicz), Claudia Abreu (Ignes Skavronski Burko) e Maria Ribeiro (Giovana). “A história tem uma relação forte com a maternidade. São basicamente as mães das famílias diretamente envolvidas na tragédia e nos mistérios. As mulheres têm um protagonismo muito grande em ‘Desalma’”, conta Ana Paula Maia. A autora afirma que, apesar da força dos nomes, não existe um protagonista na trama, mas uma linha de frente. Anna Mello (Halyna Lachovicz), Valentina Ghiorzi (Ignes jovem) e João Pedro Azevedo (Anatoli Skavronski Burko) compõem um time de talentos com rostos ainda desconhecidos ao grande público, uma estratégia da direção para causar estranhamento ao espectador.

 

3. Trilha sonora original conta com o mesmo sonoplasta da premiada série ‘Dark’

 

A sonoplastia original de ‘Desalma’ contou com consultoria de Alexander Wurz, que assinou a aclamada ‘Dark’, da Netflix. O sound designer alemão é especialista no gênero do suspense sobrenatural e foi convidado para destacar momentos chave na trama, lançando mão de elementos fundamentais para construir toda a atmosfera sobrenatural de Brígida. Para cativar o público, a direção aposta em uma integração entre os efeitos tradicionais no gênero do suspense, folk, música eletrônica e pop. “Eu diria que 80% a 85% das músicas foram compostas para a obra e respeitaram o conceito de limpeza, estranheza e rigor que usamos na série”, disse Carlos Manga Jr.

 

 

4. Trama foge do padrão envolvendo a herança da cultura ucraniana no Brasil

 

A cultura das comunidades ucranianas da região sul do Brasil está presente na trilha sonora, em canções folclóricas, e na tela, em detalhes cenográficos. A autora da trama conta que se inspirou na cidade de Prudentópolis, no interior do Paraná, para construir a história cheia de misticismo. “A maior comunidade ucraniana fora da Ucrânia é no Brasil. Eles mantêm vivas as festas, as tradições, e quase ninguém sabe nada sobre isso. Além disso, o leste europeu é extremamente místico. Peguei essa atmosfera muito rica culturalmente para uma história com elementos sobrenaturais”, conta.

O diretor artístico Rafael Targat acrescenta que “temos muitos elementos e detalhes da cultura ucraniana que aparecem na série, desde a bandeira do país até o bordado de toalhas de mesa, além das pêssankas, pinturas ucranianas, poemas, etc., mas a gente cuidou para não criar muitos adjetivos e inserir elementos demais. A história já conta o necessário, sem precisar incluir muita informação na cena. A gente entra com o que é extremamente necessário”.

 

 

5. Show hiper sensorial é promessa da direção artística  

 

Com grande influência das paisagens da Serra Gaúcha nas cenas, os tons frios predominam em ‘Desalma’. Florestas, penhascos, lagos e ruínas ajudam a intensificar o ar sinistro, mas o Diretor não parou por aí. “Criamos atmosferas que levem a imaginação a trabalhar. Você não vê as coisas, tem a sensação. Gosto de chamar de direção sugerida: uma porta fechada que quando aparece de volta está aberta, a câmera que levemente vai se aproximando de um ambiente em que nada acontece.”, afirmou Manga Jr.

 

 

6. A série foi uma das poucas produções nacionais exibidas no Festival Internacional de Cinema de Berlim 

 

A produção irá ao ar já com boa fama: foi aplaudido no Berlinale Sales Maket, expoente da indústria audiovisual mundial. “O Festival de Berlim é um dos eventos mais sofisticados do mercado audiovisual, e fazer parte dele supera qualquer expectativa. Tem tradição e ao mesmo tempo é contemporâneo. O critério para entrar é alto e cheio de fundamentos e a cada edição esse olhar se mantém, seja na dramaturgia, nas novas linguagens ou na consistência da produção”, contou o diretor de ‘Desalma’, que foi indicado ao Emmy Internacional, em 2019, com a obra ‘Se Eu Fechar os Olhos Agora’.

 

 

7. O lançamento da segunda temporada já tem data: 2022

 

Antes mesmo de estrear, o drama já tem a sua segunda temporada confirmada. A escritora e o diretor comemoraram a aposta e anunciaram ainda mais imersão na segunda fase. “A sequência da série vai mais fundo nos mistérios e no sobrenatural. Começamos a entender os entrelaçamentos da história e de como Brígida e seus moradores estão ligados uns aos outros. A tensão e o suspense se intensificam”, define a autora Ana Paula Maia. “Na próxima temporada de ‘Desalma’, a atmosfera que conhecemos na primeira se intensifica, novos personagens se juntam aos que conhecemos e descobrimos lugares novos, onde mistérios se acentuam e onde ainda não há solução. Eu diria que temos o efeito côncavo, a necessidade de adentrar nesse labirinto sem saber ao certo aonde vamos parar”, descreve o diretor da série.

 

DESALMA

Data de estreia: quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Onde assistir: Globoplay.com (exclusivo para assinantes)

Gênero: Drama 丨Suspense

Direção: Carlos Manga Jr.

Autoria: Ana Paula Maia

 

Especialistas em livros dão dicas para se apaixonar de vez pela leitura

Nesses tempos de quarentena, leitores assíduos e professores desmistificam o hábito da leitura e indicam livros para diferentes perfis de leitor

Na última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, cujos resultados foram apresentados em setembro, os brasileiros indicam a falta de tempo como um dos impeditivos para leitura. Introduzir a leitura no cotidiano parece tarefa difícil, mas algumas técnicas podem aperfeiçoar a satisfação em estar acompanhado por um livro.

Segundo a doutora em Educação e Mestre em Linguagem, Andrea Grijó, o segredo está em reconhecer a importância de ler como parte da experiência humana e valorizá-la.

O valor da leitura, defende, está presente em todas as sociedades que se organizam culturalmente pela escrita, pois dominar o idioma torna-se essencial para o exercício pleno da existência. “O poder da leitura ativa está em incentivar a participação da vida em sociedade e o acesso ao patrimônio cultural, levando à emancipação dos sujeitos”, complementa.

“Antes de tudo, não devemos falar em hábito de leitura. Hábito é algo com que você se acostuma e nem sabe mais porque faz. Não é assim que se formam leitores. Enquanto tratarmos a leitura como hábito, teremos dificuldade de compreender que podemos nos tornar leitores em qualquer etapa da vida.”, explica Grijó.

O mestre em literatura Thalles Zaban acrescenta que o imediatismo é inimigo do prazer de ler. “Hoje existe uma cultura, que nasce nas escolas, de que os livros devem trazer um resultado imediato. Isso não existe na esfera do conhecimento, não se quantifica a inteligência em números de retorno. Ler é uma competência que deve ser incentivada pelas leituras de fruição, que são aquelas fáceis, que divertem e aproximam as pessoas do hábito. Além disso, também é importante inserir leituras complexas, aquelas que abrem a mente para questões existenciais e sociais, e que têm fortes referências literárias. Isso faz com que a competência evolua e o prazer aflore”, reforça.

Fazendo coro à essa fala, Renata Costa, leitora de longa data, a historiadora e mestre em Ciências Sociais  aprofundou-se em leituras críticas na pandemia. Ela conta que esse momento foi fundamental para adentrar num campo da escrita que questiona a objetividade e usa da extrapolação para pensar o presente. 

“A pandemia adensou meu interesse pela ficção científica e pelo afrofuturismo, estilos que aguçam a sensibilidade para mundos inventados com novos seres, narrativas e pessoas. [O livro] 2024, de Octavia Butller, por exemplo, pode parecer muito distante de nós, mas aborda temas muito caros ao nosso momento atual, como uso da água e o desemprego”, diz.

Reconectar-se a leituras passadas foi a artimanha encontrada pela jornalista e professora de linguagem Rayza Fontes, para evoluir enquanto leitora. Ela conta que leu, no mínimo, 80 livros nesse período. 

“A pandemia me tirou do piloto automático da correria do dia a dia e me mostrou uma oportunidade de retomar antigos hábitos. Eu voltei a ser a leitora voraz, ansiosa para a próxima descoberta literária, que podia ser quando mais jovem e tinha mais tempo. Na pandemia, pude fazer releituras transformadoras, ler de novo histórias clássicas, que ainda não tinham terminado de dizer tudo que poderiam. É muito interessante revisitá-las e poder descobrir coisas novas que passaram despercebidas na primeira vez”, completa. 

“Hoje posso dizer que não vivo pra ler, leio pra viver. Os livros são minha companhia nos melhores e piores dias”.

 

No momento estou lendo…

Thalles: Dom Quixote de la Mancha, do escritor Miguel de Cervantes, 1605

Nesse clássico da literatura o leitor conhece a história de Dom Quixote, um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão por muita leitura de romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis preferidos. O romance narra as suas aventuras em companhia de Sancho Pança, seu fiel amigo e companheiro, que tem uma visão mais realista. “Este é um exemplo de livro clássico que gera novas constatações a cada novo encontro”, conta o professor.

Renata:Um Defeito de Cor’, da escritora Ana Maria Gonçalves, 2017, Editora Record

A história, que será adaptada para a televisão, conta a história de Kehinde, trazida ao Brasil de Daomé, na Costa do Marfim. O leitor acompanha a trajetória da personagem em uma narrativa que alia história e ficção. O diferencial, segundo Renata, está nas imagens líricas que a autora cria com cadeias associativas de palavras, formando composições belíssimas, ainda que para descrever atos de mais puro terror.

Rayza: ‘A vida secreta dos escritores’, do escritor Guillaume Musso, 2020, Editora L&PM

Numa história de ficção com crime, suspense e mistério, o escritor bestseller francês Guillaume Musso conta uma história cheia de reviravoltas envolvendo escritores e suas obras.

 

Eu indico…

Rayza: “Indico ‘A Menina da Montanha’, a história real de uma americana que, privada pelo pai de conviver em sociedade, só pisou numa sala de aula pela primeira vez aos 17 anos. O livro a acompanha até a conquista do doutorado em Cambridge. É um ótimo exemplar para leitores iniciantes, pois tem uma narrativa gostosa e uma história eletrizante. Já para leitores mais avançados nele 

Thalles: “Só um livro? Eu indicaria vários livros, todos os livros do mundo (risos)!” Depois de muito pensar, Thalles delimitou um autor para indicar à reportagem. “a literatura dos países lusófonos – que tem no português sua língua nativa, como Moçambique e Angola – tem muito a acrescentar. Podemos ler suas histórias em um idioma compartilhado, o que cria uma identificação e um senso de pertencimento. Indico Mia Couto, autor moçambicano, que possui um lirismo influenciado pela literatura brasileira, porém com uma abordagem única.”

Renata: “Indico livros que possam aguçar o interesse sobre a realidade ou a história. Para nos descolonizarmos também precisamos recriar o mundo, repensá-lo. Ficção e não-ficção, para mim, andam lado a lado, por isso indico o livro que estou lendo, ‘Um defeito de Cor’ de Ana Maria Gonçalves e o exemplar ‘Negros do Espírito Santo – Coleção do Arquivo Público Estadual’. Não me esqueço do deste no Palácio Anchieta: todos os exemplares esgotaram! Com boa qualidade e repleto de fotos ao lado dos textos, temos ali um exemplo de que há demanda no mercado por livros documentais.”

 

Além de leitora fiel, escritora sensível

Historiadora por formação e coração, Renata Costa conta que a leitura está no sangue. Sua mãe, Marilene, devorava livros e ela mesma cresceu rodeada desses amigos. “Ler é hábito herdado de minha mãe. Na minha história a leitura é basilar”.

Em meio à pandemia, Renata encontrou refúgio criativo num livro de crônicas que publicou, junto a outras escritoras, com organização de Thiara Cruz, pela Editora Pedregulho. O livro se chama ‘Quarentena Crônica’ e perpassa por variadas nuances deste momento tão singular. O livro reúne obras de 10 autoras capixabas e tem distribuição gratuita da versão digital.

 

Retomada no interesse por livros foi percebida pela economia em setembro deste ano

Observados os dados do 10º Painel de Varejo de Livros no Brasil, pesquisa feita pelo instituto Nielsen em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), é possível perceber uma aumento no interesse do brasileiro pela literatura. 

O comércio varejista de literatura atingiu o pico anual em setembro, com alta de 25,63% no volume de exemplares vendidos. Neste mês de outubro, houve uma elevação de 4,73% no faturamento e de 7,31% no volume de livros em comparação ao mesmo período de 2019. 

Por outro lado, infelizmente, a pandemia ainda se faz presente no setor, que permanece com queda no valor acumulado em faturamento e volume de 5,26% e 4,68%, respectivamente, em relação ao ano passado.

“A Arte do Ofício”: conheça a galeria em exposição no Sesi, em Vitória

“A Arte do Ofício”: conheça a galeria em exposição no Sesi, em Vitória

Contando a história do relacionamento entre o homem e suas ferramentas de trabalho, mostra integra a programação de abertura do Centro Cultural Sesi em Jardim da Penha.

Da idade da pedra lascada a esta do home office, a relação entre o homem e suas ferramentas de trabalho passou por transformações que modelaram o rumo do mundo. A instalação ‘‘A Arte do Ofício’’, exposição que entra em cartaz na inauguração do novo Centro Cultural Sesi, em Vitória, promete um passeio por essas metamorfoses tecnológicas e um resgate histórico da conexão entre pessoas e ferramentas, entre técnica e criatividade humana. 

Pensando em aproximar a cultura do trabalhador capixaba, o Sesi, Serviço Social da Indústria, criou, na Capital, seu Centro Cultural. “Na inauguração, vamos trazer os presidentes dos sindicatos, para apresentar o Centro Cultural, e a exposição, que possui um módulo sobre materiais, ligado a Indústria. A ideia é trabalhar junto às empresas para que tragam seus trabalhadores para cá”, explicou Marcelo Lages, gerente de Cultura do Sesi.

O Centro, nas dependências do Sesi Jardim da Penha, abre ao público a partir das 14h00 deste sábado. Seu funcionamento será de terça-feira a domingo, de 14h00 à 20h00, com entrada gratuita. Para viabilizar o funcionamento durante a pandemia, a mostra terá limite de 20 espectadores por vez e contará com dois monitores para realizar as visitas guiadas. De acordo com a instituição, todos os protocolos de saúde e segurança do combate à Covid-19 serão seguidos e o uso de máscara será imprescindível para acessar as instalações, mesmo nos espaços abertos.  

“A Arte do Ofício” chega ao Espírito Santo redesenhada pela curadora Rosa-Nina Liebermann. Essa é a primeira itinerância da mostra, e a artista garante que, para cativar o público capixaba, a exposição ganhou uma releitura artística. “Ela foi escolhida para inaugurar o Centro Cultural Sesi porque queríamos algo que tivesse ligação com a indústria. O Sesi é Serviço Social da Indústria. Ao mesmo tempo, por ser um centro cultural, desenvolvi uma curadoria e uma expografia com uma conotação artística muito forte”, conta.

Em cinco módulos, o público poderá acompanhar a evolução da inteligência humana enquanto tecnologia aplicada às ferramentas de trabalho. A coleção dos itens expositivos é composta por peças museológicas. “A exposição vem um formato reduzido, entretanto mantivemos muitas peças interessantes. A marcenaria, por exemplo, está incrível, com um acervo muito vasto de peças em madeira. Destaco as peças de novas energias, por exemplo, o simulador de energia eólica e até um dínamo”, comenta Rosa-Nina.

Relação homem-máquina em cinco módulos

A “Arte do Ofício” é composta por aproximadamente 480 objetos e cerca de 60 vídeos. Ela está dividida em cinco módulos: A Mão do Homem, Energia, Comunicação, Materiais e Exaltação. 

Pedras lascadas e ferramentas muito antigas remontam ao  início da humanidade. Essas primeiras tecnologias, ainda que rudimentares, foram fundamentais para dar aos homens vantagem sobre a natureza e os animais. 

Ferramentas que geram correntes elétricas, desde as mais antigas utilizando força manual e muscular, até as atuais, com a energia eólica.

Comunicar é passar conhecimento e estreitar relações “Comunicação é uma área mais atual do que nunca e será abordada de uma forma muito bacana. A carga afetiva desse módulo é muito grande, com muitos objetos que remetem à infância”, entrega Rosa-Nina.

Trata-se de um passeio pela criatividade humana que tornou possível invenções transformadoras da realidade. Esse módulo pretende mostrar, através de objetos, a forma como o homem utilizou os materiais à sua volta para criar soluções aos problemas que se mostravam presentes em sua vida. 

Criado exclusivamente para esta exposição no Estado, este módulo representa uma integração entre as ferramentas e a arte, ultrapassando a barreira da funcionalidade dos materiais.

Sala de Cultura 

Integrando o Centro Cultural, a Sala Cultura aparece como um versátil estúdio de gravação multimídia. É um espaço multiuso: pode se transformar em estúdio de gravação de vídeo, estúdio de gravação de áudio, podcast, lives, pequenas palestras e afins.

“A Sala Cultura também foi pensada para o artista capixaba ter espaço para produzir e lançar seus trabalhos. Os artistas iniciantes ou amadores, que não têm um público formado ainda, podem encontrar na Sala de Cultura um espaço para inovar. É como se fosse um laboratório artístico. Iremos fazer testes para novos artistas nesse espaço”, conta Marcelo Lages.

 

SERVIÇO

CENTRO CULTURAL SESI

  • ONDE: Sesi Jardim da Penha – Vitória
  • QUANDO: a partir de sábado, 24
  • HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO: terça-feira a domingo, de 14h00 à 20h00 
  • ATRAÇÕES: Teatro do Sesi, galerias, biblioteca digital, cafeteria, jardim ao ar aberto.

Esta matéria foi publicada no caderno Divirta-se de A Gazeta, sob orientação do editor Erik Oakes, em 23/10/2020. Clique aqui para ler.

Veja como foi a 4ª semana do 23º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta

Residentes na ultima semana de encontros remotos.
Tecnologia e bastidores da notícia foram destaque nesta semana em que os Residentes se preparam para enfrentar a fase presencial do programa. A estreia da turma na Redação acontece na próxima segunda-feira (19).

O jornalismo atual existe em uma realidade de enxugamento das redações, informatização dos fluxos de trabalho e ascensão de novas plataformas. Nesse contexto, seguir o mandamento da Comunicação Social de que ‘a informação deve chegar onde público está’ requer muita estruturação e uma equipe multidisciplinar que atue em todas as frentes da notícia.

A busca por ocupar os espaços onde se fazem debates públicos explica a transformação digital de A Gazeta e ajuda a entender o formato do Curso de Residência em Jornalismo que, na sua 23ª edição neste ano de 2020, estreou em formato híbrido. Esta foi a 4ª semana dos Residentes em encontros online que contaram com falas de grandes nomes por trás da notícia e suas trajetórias de paixão à informação. Na próxima segunda-feira (19), a turma desembarcará na Redação para conhecer pessoalmente o lugar de onde produzirão conteúdo para os diversos veículos da Rede até o final do programa, em dezembro.

Confira as matérias que contam os destaques das semanas anteriores:

Nesta semana os residentes puderam entender mais do funcionamento da Rede Gazeta enquanto canal multifacetado de produção e distribuição de informação. A tecnologia esteve presente em todas as conversas, tanto permitindo o encontro remoto, quanto em todas as conversas sobre a inovação pela qual passa a profissão.

A editora de Política, Samanta Nogueira, se dedicou a dar dicas para os repórteres de primeira viagem que chegam à redação num pandêmico ano eleitoral. Sua fala retomou ao momento de intensa integração digital que vive o Brasil e mostrou como isso impacta na cobertura de notícias políticas. As eleições municipais do próximo dia 15, que protagonizam o trabalho da editoria atualmente, acontecem em meio a diversas regras quanto a isolamento social e inauguram o fim das coligações proporcionais.  É um momento único no jornalismo político sobretudo regional e a os detalhes deste encontro podem ser lidos nesta matéria de Vinicius Zagoto para o canal de notícias da Residência. Vinícius tem no jornalismo político seu objetivo profissional e afirmou que “foi muito interessante ver a Samanta contar como vai ser o funcionamento da redação neste ano de eleição e como a editoria vem se preparando desde 2019 para esse momento”. 

Inovação foi o tema também da reunião com Thássius Veloso, editor de Mobile do TechTudo e comentarista de tecnologia da Rádio CBN. Não só porque ele tinha acabado de cobrir o lançamento do novo iPhone, também de maneira remota pela primeira vez na história, também porque se debruçou sobre o Jornalismo 360º. Este é o método transformador de reportar notícias que possibilita o jornalista, no singular, cobrir acontecimentos com qualidade em espaços em que uma equipe tradicional de robusto corpo físico não consegue chegar. Para isso, o profissional deve lançar mão de gadgets, dispositivos eletrônicos tal como smartphones e acessórios de áudio e vídeo, e investir numa formação polivalente. O especialista em coberturas jornalísticas dinâmicas deu dicas para se produzir conteúdo relevante com técnicas simples e os detalhes podem ser lidos nesta matéria do residente Israel Magioni.  

A integração da tecnologia na notícia foi abordada também na reportagem de televisão nas falas de Aurélio de Freitas e Elton Ribeiro, repórteres da TV Gazeta, que encantaram os Residentes com suas histórias do dia-a-dia cobrindo os bairros da Grande Vitória. Aurélio atua no Bom Dia ES, enquanto Elton no ESTV1, buscando, para além dos fatos, novas formas e linguagens de se fazer presente no cotidiano do capixaba. Vindos de outros Estados, eles desempenham um papel fundamental na produção da informação local e afirmaram no encontro que encontram liberdade para criar e adaptar pautas, percebendo um aumento no dinamismo de trabalho e maior conquista do público. 

“Saber mais sobre a autonomia que A Gazeta dá para os repórteres, as linhas editoriais da TV e o tanto de equipamento disponível é muito empolgante mesmo. [Como o Elton,] eu trabalhava em redação fora do Estado me incomodava com pautas engessadas e presas no papel. Quando eles contaram da rotina deles que envolve caçar assuntos e personagens, indo além de apenas apresentar à câmera, fiquei eufórica!”, comentou a residente Nádia Gomes que sonha em atuar como repórter de televisão.

Aprofundando-se no funcionamento da Rede Gazeta, a turma participou de uma conversa com Camila Uliana, gerente do Estúdio Gazeta, e Tatiana Paysan, editora do Estúdio Gazeta, esta que inclusive foi Residente no ano de 2000. A conversa mostrou uma possibilidade de atuação dos jornalistas na criação de Conteúdo de Marca, o chamado branded content, que são campanhas de criação de materiais em vários formatos como um estabelecimento de identidade de marcas. Camila e Tatiana explicaram que há uma distinção elementar entre os textos jornalísticos e patrocinados, divisão inclusive que se reflete na organização da empresa: elas trabalham com o time comercial, parte autônoma da Redação. Ferramentas visuais como um aviso claro e preciso de que aquele conteúdo fora pago também ajudam a reforçar a separação entre a apuração jornalística dos fatos e um conteúdo de valor para a sociedade que faça parte de uma estratégia de vendas para os clientes que procuram o veículo para anunciar. 

O Estúdio Gazeta nasceu de uma tendência mundial de consumo que prefere publicidades menos agressivas e que agreguem informação, por isso a equipe multidisciplinar formada por jornalistas, analistas de marketing e criadores de conteúdo têm colhido bons frutos em seu objetivo de prestar um serviço informativo e também gerar valor para as marcas. 

“Meu destaque nessa semana vai pro bate-papo sobre conteúdo de marca com o Estúdio Gazeta. Fiquei encantada com essa possibilidade de atuação. É uma área muito interessante em que se utiliza o texto para resolver dores das marcas com a responsabilidade característica de A Gazeta, o que se percebe na confiança do público. Adoro novidade, conhecimentos novos, fui surpreendida pela conversa.”, afirmou Karolyne Bertordo, residente.

Mesmo em meio a diversas transformações, o principal recurso dos profissionais que buscam carreira no jornalismo ainda é a boa escrita pautada em fatos devidamente apurados. A Coordenadora do Curso, Ana Laura Nahas, cedeu aos pedidos da turma e assegurou uma conversa com dicas para se escrever um bom texto jornalístico, elucidando dúvidas frequentes. Aliado à aula de português ministrada pela professora Maria Amélia, na qual a classe discutiu textos autorais, o encontro rendeu mais domínio sobre a escrita e segurança ao produzir textos.

Para fechar a fase à distância do Curso, o grupo aprendeu com Danilo Meirelles, Editor de Distribuição de A Gazeta, como funciona a última etapa das notícias produzidas pelas redações da Rede. A conversa passou por análise de métricas, interação com os seguidores das diferentes redes sociais do veículo, apresentação de dados acerca do monitoramento das redes, instruções gerais de linguagem no ambiente digital, ferramentas de conversão e até desafios que enfrentam para as próximas campanhas de disparo.

Duas notícias levam as expectativas dos Residentes às alturas!

Ao longo da semana, foram divulgadas pela Coordenação do Curso duas notícias que mexeram com os Residentes. A primeira veio de surpresa: “Quem é quem na Residência”, apresentação enviada para os editores da casa, conta com as fotos e perfis de cada um dos aspirantes a repórter. A Coordenação explicou que o objetivo desta ação é que os novatos sejam reconhecidos ao chegar na sede e que, durante o rodízio pelas editorias, seus rostos já sejam familiares à equipe.

O rodízio dos focas na redação multimídia é o assunto da segunda novidade, muito aguardada pela turma. Foram avaliados os perfis individuais para as colocações de estreia dos Residentes que, nas semanas seguintes, alternarão entre si a disposição nestas repartições. Veja abaixo o primeiro arranjo: 

Residente

Editoria

Daniel

Economia

Israel

CBN

Karolyne

Radar

Lorraine

Política

Maiara

TV

Maria Fernanda

Radar

Mônica

Revista

Nádia

TV

Rafael

Esportes

Taísa

Divirta-se

Vinícius Viana

Em Movimento

Vinicius Zagoto

Política

O que dizem os residentes?

Confira depoimentos de Residentes sobre a experiência desta semana e a expectativa frente ao momento de chegar, em corpo e alma, à Redação.

Acesse o site de A Gazeta e fique por dentro das notícias com a curadoria de quem é autoridade em Espírito Santo no mundo!