Uma nova mulher: autoajuda e protagonismo feminino em Baixo Guandu

Alessandra Garcia é natural de Alegre, município localizado no Sul do Espírito Santo, e mudou-se para Baixo Guandu, no noroeste do Estado, com a sua família, aos 6 anos de idade. Ela tem 33 anos, é psicanalista, terapeuta em Barra de Access, técnica terapêutica que, por meio de toques em pontos específicos da cabeça contribui para o processo de eliminação de crenças, pensamentos e comportamentos negativos, palestrante e está se graduando em Tecnologia em Coaching e Desenvolvimento Humano. A jovem que desenvolveu depressão ainda na adolescência encontrou seu propósito de vida na psicanálise. Desenvolveu o projeto “Uma nova mulher”, um grupo de autoajuda que tinha a finalidade de prestar apoio psicológico e financeiro para mulheres de Baixo Guandu e região.

Foto divulgação

Atualmente, Alessandra continua o trabalho voluntário em escolas, realiza palestras para alertar os adolescentes sobre os sinais de transtornos psicológicos e como procurar ajuda.

Acredita que assim ela pode contribuir com a melhora da saúde mental de outras pessoas, da mesma forma que encontrou ajuda um dia.

O projeto teve início em abril deste ano e atendia semanalmente de 12 a 15 mulheres de diversos perfis, a maioria sem condições de pagar um tratamento para a melhora da saúde mental. “Comecei a divulgar e chamar mulheres que não tinham condições de pagar consultas”, disse Alessandra.

A psicanalista contou que, além de relatar sobre aspectos da rotina, muitas mulheres recebidas no projeto sofreram abuso sexual e violência doméstica e no grupo encontravam o apoio necessário para minimizar os danos causados por estes problemas. “Tinham mulheres do interior que falavam o que elas faziam, tinham filhos pequenos e ainda trabalhavam na lavoura, mulheres que já tinham sofrido violência doméstica e contavam como elas estavam superando isso”, relatou.

O projeto “Uma nova mulher” também alcançava mulheres que estavam passando por quadros de depressão, crises de pânico e que faziam uso de medicamentos para amenizar problemas psicológicos. Atendia também mães com filhos portadores de deficiência, como o autismo, e que não possuíam condições financeiras para arcar com os tratamentos e acabavam entrando em depressão. “Fiz uma ficha para ver quem estava empregada e quem não estava. Quem tinha esposo e quem não tinha. Quem tinha filhos e quantos tinha, para ver quem mais necessitava.

O projeto contou com a ajuda de patrocinadores, a maioria comerciantes do município. As doações priorizaram as mães com filhos pequenos, as que precisavam receber cestas básicas e também mulheres que tomavam medicamentos caros. O atendimento também contemplava a beleza, para trabalhar a autoestima do grupo. “As farmácias mandavam potes de creme, tinham lojas que mandavam bijuterias. Quando conseguia muitos brindes, distribuía entre elas”, contou Alessandra.
A semente que deu origem ao projeto foi plantada assim que se formou em Psicanálise . Alessandra sempre se dedicou a trabalhos voluntários, principalmente em escolas, com palestras e atendimentos para adolescentes. Durante quase um ano, atuou em Conceição do Capim, distrito do município de Aimorés, em Minas Gerais, e viu de perto estes problemas. “Abria o meu consultório uma vez por semana para atender aos alunos que tinham problemas”, contou.

Alessandra relata que, nos trabalhos voluntários que fazia, sempre pensava: “Quem me dera se na época que eu estava doente eu recebesse um auxílio da forma que estou dando hoje, se tivesse um tipo de palestra”. A jovem começou a perceber que estava com problemas de saúde mental quando estava terminando o ensino médio, tinha 17 anos. Durante 10 anos teve depressão, síndrome do pânico, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno alimentar e automutilação, que a levaram a tentar contra a própria vida algumas vezes.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada em 2019, 5,2% dos estudantes brasileiros já se envolveram em eventos de autoagressão. Este índice, mostra como questões de saúde mental estão presentes na vida dos adolescentes e jovens. Em mais de 60% dos casos, estas ocorrências tinham relação com depressão, ansiedade e dificuldades de relacionamento com a família e a escola. Nas meninas, a auto percepção sobre a saúde mental negativa foi de 27%, mais do que o triplo dos casos relatados por meninos, que foi de 8%.
A psicanalista conta que conheceu a psicanálise durante o período de tratamento e recuperação na casa da irmã mais velha quando os problemas ficaram insustentáveis. Ela já havia feito várias terapias, tomava de 15 a 20 comprimidos por dia, mas os problemas continuavam, teve recaídas porque não fazia o tratamento da maneira correta. A jovem, que já havia passado por dois casamentos, conta que não conseguia manter um relacionamento.
Trabalhou por um tempo em um hospital de Vitória, mas precisou se afastar. “Fui para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), fiquei 6 anos pelo INSS e fui fazendo tratamento, trocava de médico direto até que um psicanalista me ofereceu ajuda”. O psicanalista ensinou algumas técnicas de PNL, Programação Neurolinguística, terapia trabalha a reprogramação mental, e foi o tratamento mais eficaz que encontrou para sua saúde. “Me ensinou algumas técnicas para sair daquilo ali, na época não via esperança, não via solução, nada. Já eram 10 anos e não 10 dias de sofrimento”, relatou.
Alessandra informa que o projeto Uma nova mulher não está com atendimentos no momento, porque encontrou dificuldades de conseguir mais patrocinadores. “Não estava conseguindo ajudar, até o aluguel de cadeiras estava ficando difícil, em muitos casos tirava do próprio bolso”.

Responsabilidade Social: diversidade e inclusão como estratégias para os negócios

A adoção de políticas de diversidade e inclusão pode ser uma estratégia para as empresas que desejam ampliar o impacto positivo na receita e crescer contribuindo para uma sociedade mais justa. Valores éticos pautados em inclusão beneficiam os negócios em várias frentes, em especial os consumidores. 

“A gente tá contribuindo para um mundo mais justo e necessário. Mas não é só isso, por outro lado, a diversidade e inclusão são diferenciais competitivos”, defendeu Gabriela Augusto. Em coletiva realizada nesta sexta-feira (15), a fundadora da Transcendemos Consultoria, empresa que trabalha o desenvolvimento profissional pautado na diversidade, falou com os residentes sobre diversidade e inclusão no mercado de trabalho.

A ideia de criar a Transcendemos surgiu quando Gabriela ainda estava na faculdade. Nessa época, a jovem empreendedora iniciou sua transição de gênero e passou a questionar as oportunidades que as pessoas trans teriam no mundo corporativo. “Esbarrei nesse paradoxo da falta de representatividade”, enfatizou. 

Pensando em ser agente transformadora para este cenário, Gabriela montou um pequeno guia para que as empresas percebessem como a diversidade deve ser priorizada para que todas as pessoas tenham oportunidades iguais nos negócios. “Criei um livrinho de bolso, que chamei de Manual da Empresa de Respeito. Coloquei os principais conceitos sobre combate à LGBTfobia, sobre a igualdade de gênero, sobre respeito à pessoa com deficiência”, contou.

Imprimiu vários exemplares em sua própria casa e distribuiu gratuitamente em empresas de São Paulo. O único pedido foi para os empresários se conscientizarem sobre a importância do respeito e não discriminação. Em pouco tempo, cresceu a demanda para treinamentos e mentoria relacionadas com o tema. “Comecei o trabalho por uma dor pessoal, de não me ver em uma grande empresa por conta do preconceito e da falta de inclusão. E sentindo a dor de colegas que também estão separados por barreiras no mundo corporativo”, concluiu. 

Gabriela reforçou o impacto positivo nos resultados de empresas que trabalham políticas inclusivas. Segundo ela, quando as instituições permitem que seus colaboradores sejam livres para manifestar seus anseios, eles trabalham com sorriso no rosto. A satisfação no ambiente corporativo contribui na execução de tarefas, os profissionais se doam para as atividades que estão exercendo. 

Cobertura Gabriela Augusto e Transcendemos.

Como é o trabalho da Transcendemos 

A empresa atua em três frentes. A primeira  voltada para as empresas que desejam se tornar mais inclusivas. A segunda focada nos talentos e desenvolvimento profissional de pessoas trans, negras, com deficiência, dentre outros. A terceira é uma ideia recente que será lançada como jornada digital de aprendizagem em diversidade e inclusão. Este serviço será voltado para aquelas pessoas que desejam obter um conhecimento mais aprofundado desses tópicos. “Não é só para as empresas, é para a sociedade em geral”, destacou Gabriela.

Com relação ao trabalho nas empresas, Gabriela reforçou o desafio de entender as prioridades das organizações antes de traçar os objetivos para alcançar os resultados. “Muitas empresas acham que um programa de diversidade e inclusão é sobre fazer palestras, o que não é verdade. Treinamento é algo importante, mas primeiro é preciso definir os indicadores que vamos acompanhar”. 

Inicialmente a Transcendemos realiza o Censo da Diversidade e da Inclusão. Nesta pesquisa, a empresa de consultoria procura identificar quais são os grupos representados. São extraídos dados demográficos, aqueles com relação ao gênero, raça, se tem pessoas com deficiência ou não. Outro indicador que a empresa procura tem relação com a inclusão, que corresponde às experiências que uma organização oferece para seus colaboradores.

“O primeiro passo é dar um diagnóstico por meio destes indicadores. Pode ser mapeado como as pessoas se sentem com relação à empresa, se elas estão felizes na empresa, se sentem igualdade de oportunidades”, relatou. Gabriela explica que a Transcendemos consegue cruzar os dados de demografia e qualidade para que a empresa possa entender o grau de contentamento entre os grupos e fazer comparações. As prioridades são estabelecidas somente após esta análise, assim podem traçar metas e ações que melhorem a reputação e resultados dessas instituições.

 

Os detalhes e pontos que mudaram a vida de Cleusa Corrêa

Foto/Reprodução: Freepik/prostooleh

 

No Brasil, atualmente, são 24 milhões de empreendedoras, segundo pesquisa do GEM (Monitoramento de Empreendedorismo Global) de 2019, que é o maior estudo unificado das atividades empreendedoras no mundo. Cleusa Oliveira Corrêa é uma delas. A química por formação cultiva uma relação antiga com o empreender e trouxe consigo, até hoje, a força de vontade de gerir o próprio negócio. Hoje, Cleusa é empreendedora, costureira e vende acessórios femininos e utilitários.

A garota nascida em Osasco, no estado de São Paulo, há 52 anos, sempre observava o pai empreendendo quando ainda era pequena. A companhia durante o trabalho do pai na farmácia da família fez efeito e plantou a sementinha do empreendimento no coração de Cleusa. Mas o caminho não foi tão direto assim.

Cleusa trabalha em casa em um quarto que virou ateliê Foto/Reprodução: Acervo pessoal

Entre ela e o empreender estavam anos de muito trabalho em indústrias químicas. Cleusa é formada em química, pós-graduada em Gestão de Qualidade e trabalhou por mais de 25 anos no mundo corporativo. A profissional poderia até estar focada em béqueres e tubos de ensaio, mas as mãos, nas horas vagas, estavam no artesanato.

O artesanato entrou na sua vida quando Cleusa ainda era criança e observava sua avó costurando na grande máquina de costura. O que antes era apenas uma distração de menina se transformou em diversos cursos concluídos, da pintura de pano de prato ao patchwork, até a empreendedora chegar nos amados tecidos e, é claro, em um negócio. .

Enquanto ainda trabalhava em empresas, a artesã sempre tinha um tempo sagrado para continuar a produção dos seus trabalhos para alguns amigos e clientes selecionados.

No entanto, em 2008 o amor pela arte falou mais alto e Cleusa decidiu deixar os mais de 25 anos de trabalho em empresas para lidar apenas com os tecidos. 

Da esquerda para direita: Cleusa, Rebeca (filha) e Felipe (marido). Foto/reprodução: Acervo Pessoal

Segundo ela mesma, aplicada e talentosa com artesanato ela sempre foi, mas o empreender surgiu após muito estudo, em 2017. Só depois de diversas mentorias e cursos sobre empreendedorismo e finanças, Cleusa, que atualmente vive em Vitória, capital capixaba, viu aflorar  novamente o instinto empreendedor que puxou do pai e se tornou dona do seu próprio empreendimento online.  A loja “Detalhes e Pontos” (@detalhesepontosbolsas) surgiu com a força e delicadeza de seu trabalho para que, assim, ela continuasse a aumentar a renda familiar com a venda de bolsas femininas e acessórios utilitários.

Tudo é feito por ela, com muito carinho e profissionalismo: “Eu costumo dizer que sou minha EUquipe”, disse, dando risada. As funções de uma empreendedora dentro de um negócio pequeno são inúmeras como marketing, finanças, produção, relacionamento com o cliente e entrega.

A FORÇA DO ARTESANATO

Assim como Cleusa, muitas mulheres trabalham com artesanato e costura. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor de artesanato movimenta cerca de R$ 50 bilhões por ano no Brasil e é fonte de renda para aproximadamente 10 milhões de famílias: “Pude perceber o boom maior ainda na pandemia, conheço muitas mulheres que já mantinham suas famílias com artesanato e aumentaram o lucro com a costura de máscaras”, conta a costureira.

Bolsas e utilitários: os carros-chefes de Cleusa. Foto/Reprodução: Acervo Pessoal

Cleusa comenta a evolução do artesanato na vida das mulheres: “Antigamente tinha-se que artesanato era ‘Ah, fulana tá com depressão. O médico mandou fazer”. Hoje o artesanato é renda para muitas famílias brasileiras. 

Além da força para a economia e para a transformação da mulher, o artesanato traz benefícios até para a saúde. Segundo um estudo publicado na revista Neurology, quem faz artesanato é 73% menos propenso a desenvolver problemas de memória na velhice e o risco de demência diminui 45% comparado aos que não fazem nada relacionado à arte. Cleusa confirma o bem-estar de trabalhar com tecidos. “Eu sempre fui muito ansiosa, hoje estou melhor porque mexer com arte melhorou minha vida”, completa a artesã.

DORES E DELÍCIAS DO EMPREENDER

Quando Cleusa percebeu que era hora de largar o corporativismo e viver 100% de costura, sofreu com os olhares tortos e opiniões dispensáveis: “Recebi muitos feedbacks negativos no início. Falavam que eu era louca, com pós-graduação e muita experiência estar deixando tudo para trás”. Mas grandes realizações vêm de grandes escolhas e isso Cleusa fez com muita coragem.

Cleusa é feliz com a decisão de largar o mundo corporativo para viver de artesanato. Foto/Reprodução: Acervo Pessoal

Além da coragem, o empreendedorismo exigiu  disciplina, organização, persistência e paciência, traços inerentes em Cleusa. “Tenho muito foco. Eu sou persistente, eu vou e faço. Quando eu não sei, eu estudo, entendo e faço”. A costureira ressalta que a empreendedora é multifacetada e até relembra com sorriso no ar e diz: “Menina, você acredita que às vezes até psicóloga eu sou?”.

Os desafios do empreendedorismo são reais e um pouco mais árduos para as mulheres, já que, além de trabalho, ainda são destinadas a cuidar da casa e da família. Apesar das dificuldades, as mulheres já alcançam 16,1 milhões dos 32 milhões de empreendedores iniciais na pesquisa GEM de 2019. Ou seja, as mulheres estão iniciando empreendimentos do mesmo modo que os homens. 

Mais do que isso, as empreendedoras também aproveitam as delícias de empreender. Cleusa comenta um pouco sobre uma das decisões que considera entre as mais certas da vida: “Não me arrependi em me tornar empreendedora. Sou feliz produzindo o que eu gosto e sendo cuidadosa com meus clientes”. A artesã, costureira, empreendedora e mãe tem um sonho que quer alcançar com o trabalho: “Ser reconhecida pelas minhas peças e que elas sejam de grande utilidade para os clientes”.

Com a disciplina que tem, os detalhes e pontos são pequenos perto do tamanho que Cleusa tem como mulher.

“Existem ações que não custam nada”, diz fundadora da Transcendemos sobre inclusão

Pilares da Transcendemos Foto/Reprodução: Internet/Transcendemos.com.br

Em coletiva exclusiva aos residentes do 24º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, Gabriela Augusto, fundadora da Transcendemos, empresa de consultoria sobre diversidade e inclusão, dissertou sobre estes pilares em empresas. Segundo ela, qualquer empresa pode ser mais inclusiva, desde as menores até as multinacionais e que o processo é simples. Para Gabriela, só um obstáculo dificulta o aumento da inclusão: a ignorância.

Gabriela Augusto criou a empresa em 2017 depois de sentir na pele, por muito tempo, o preconceito e a LGBTfobia no dia a dia. “Eu sou uma mulher trans e negra. Me deparei com muitos desafios na vida. Ir à padaria já é uma situação”, conta.  Gabriela conseguiu transformar a própria dor e a dor dos amigos que não conseguiam espaços em empresas numa solução, a Transcendemos.

Gabriela Augusto
Gabriela Augusto, fundadora da transcendemos. Foto/Reprodução Acervo pessoal (@gabriela.aug)

A empresa presta processos de consultoria a diversos negócios dos mais diferentes ramos e confirmou que o interesse pela temática está crescendo. No entanto, não são todas as empresas que conseguem pagar pelo serviço e isso não pode ser desculpa para a falta de inclusão. “Tem coisa que não custa, acessibilidade digital, por exemplo. Legendar um story no Instagram não custa”, completa.

Começar pequeno, pensar grande

A própria fundadora da Transcendemos começou fazendo de pouco em pouco. Gabriela Augusto organizou na cidade em que vivia, Taboão da Serra – SP, o “Manual da Empresa de Respeito”. Um pequeno guia, impresso por ela mesma, com diversos conceitos sobre combate a LGBTfobia, igualdade racial e de gênero e respeito à pessoa com deficiência. “O que poderia fazer para reverter toda a situação desigual? Aí, eu criei o Manual”, confirma a diretora.

Com as próprias mãos, Gabriela distribuiu os manuais para pequenos negócios na cidade dela, desde lojas de roupas, lanchonete, a co-workings e agências de publicidade. A partir daí, ela começou a receber convites de empresas para realizar consultorias e o caminho até a Transcendemos foi natural.

 

Veja como será a final do The Masked Singer Brasil

As investigações do “The Masked Singer Brasil” estão chegando ao fim! A grande final do reality show acontece nesta terça-feira (19) após a novela “Império”. No início do programa, eram 12 personagens participantes, mas agora restam apenas quatro na disputa: a Arara, o Unicórnio, o Monstro e a Gata Espelhada. 

Com apresentação de Ivete Sangalo e informações de bastidores de Camilla de Lucas, os jurados Taís Araújo, Rodrigo Lombardi, Simone e Eduardo Sterblitch tiveram a missão de descobrir quem estava por trás da máscara. O grupo se emocionou a cada apresentação. “As revelações foram momentos importantes. A gente ficava com uma mistura de sentimentos, com pena de tirar a máscara e querendo saber quem era ao mesmo tempo. Muitos personagens me emocionaram, era bonito ver a revelação das pessoas e a emoção que elas sentiam no palco”, conta Taís Araújo em entrevista.

Para abrir a finalíssima, os jurados se apresentarão juntos, pela primeira vez, com Ivete Sangalo. E, para definir o grande vencedor, serão dois combates – Gata Espelhada contra Unicórnio e Arara contra Monstro. Os dois menos votados pela plateia serão desmascarados e os dois mais votados se enfrentam em um combate final, cujo vencedor será escolhido pelos jurados. “Não é fácil adivinhar quem está por trás da máscara, principalmente quando é um artista do segmento diferente da música, fica difícil de reconhecer a voz”, explica Simone. 

O programa conta com personalidades que são cobertas da cabeça aos pés com fantasias de tirar o fôlego e que se apresentam para que cada um dos jurados tentem adivinhar, junto ao público, quem é o artista mascarado. A cada semana, apenas o eliminado revela sua identidade. ‘The Masked Singer Brasil’ também é exibido no canal Multishow, às quartas-feiras.

Cariacica promove feira de cultura, arte e gastronomia em novembro

Com o objetivo de valorizar as produções capixabas do campo, especialmente as cariaciquenses, acontece a feira “Cariacica: cultura, arte e sabores” entre os dias 4 e 7 de novembro. O evento será realizado no Trevo de Alto Lage, em frente à Prefeitura Municipal de Cariacica.

Todos os produtos e as atrações da feira são de origem capixaba e ficarão distribuídos em espaços específicos. Quem quiser curtir a parte gastronômica do evento poderá aproveitar as delícias da região na praça de alimentação que será montada no local. No mesmo setor também terá um palco onde serão realizadas apresentações culturais.

Já quem se interessar por flores e plantas terá o Espaço Garden, que reunirá enfeites, arranjos, orquídeas, plantas, flores e afins. Além de apreciar, os visitantes poderão comprar diversas plantas e flores.

Por conta da pandemia de coronavírus, a entrada no evento será permitida somente com uso adequado de máscara e depois da aferição de temperatura. Estarão disponíveis também, entre os espaços da feira, estações para lavagem das mãos e álcool em gel. Além disso, o número de visitantes será controlado para a manutenção do distanciamento social.

Ex-residentes compartilham experiências com focas do 24º Curso de Residência da Rede Gazeta

Na manhã desta sexta-feira (24) os estudantes do 24º Curso de Residência em Jornalismo tiveram uma conversa descontraída com os ex-residentes e colaboradores da Rede Gazeta, Ana Elisa Bassi, produtora da TV Gazeta, e Adalberto Cordeiro, produtor da Rádio CBN Vitória. Os jornalistas compartilharam experiências na redação e a trajetória como residentes. Juntos, falaram sobre as mudanças no cotidiano dos jornais em meio à pandemia da Covid-19 e como o novo normal transformou a forma de produzir conteúdo.

Ana Elisa Bassi, foi residente em 2012 e já atuou na transmissão do Carnaval de Vitória. A produtora falou sobre a rotina do jornal ES 1 e a função exercida pela jornalista que ainda é desconhecida por muitos telespectadores, “tem que explicar que a matéria começa com o produtor”, disse. No jornalismo, a responsabilidade de transformar um fato relevante em notícia, é da produção. Este setor tem o trabalho de apurar as primeiras informações para que a mensagem seja transmitida de forma clara e objetiva.

A produtora falou sobre as mudanças que aconteceram no jornalismo da Rede Gazeta por causa da pandemia da Covid-19, principalmente com relação ao uso da tecnologia digital no cotidiano de jornalistas e repórteres. Bassi acredita que as entrevistas realizadas através de vídeo chamada vão continuar acontecendo. “Às vezes a gente falava com uma fonte há muito tempo, mas nunca tinha visto ela. Agora tem contato com a fonte, para deixar o material já pronto”, pontuou.

Adalberto Cordeiro foi residente na turma de 2015 e comentou sobre a importância do trabalho em equipe no jornalismo online e ao vivo. “É um esforço coletivo, todo mundo se ajuda”, enfatizou. O produtor comentou que as redes sociais e grupos de WhatsApp são aliados no dia a dia da rádio. No trabalho de produção, muitos personagens surgem através da rede de contatos do próprio jornalista, em seu repertório cotidiano e até mesmo em conversas com amigos e familiares.

Os produtores falaram que as práticas vivenciadas no Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta foram essenciais para o profissionalismo na função que exercem, e o quanto é fundamental para os atuais residentes conhecer as diversas áreas que o jornalismo propõe. “Se deem o direito de experimentar”, enfatizou Cordeiro.

Após quase 3 horas de conversa, os ex-residentes se despediram dos estudantes do Curso de Residência da Rede Gazeta, destacando os benefícios desta jornada para as carreiras dos focas.

Questões sociais relacionadas ao esporte tem tido maior espaço no jornalismo, diz João Abel

O jornalista João Abel conversou com os dez participantes do Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta na quinta-feira (30). Autor do livro “Bicha: Homofobia Estrutural no Futebol”, Abel chamou atenção para a forma como as questões sociais ligadas ao esporte tem sido cada vez mais presentes dentro do jornalismo.

“Certamente questões sociais relacionadas ao esporte tem cada vez mais visibilidade. Alguns jornais e sites já têm abordado e outros também já contam com colunistas que se prestam a falar sobre esse tipo de assunto. Então, é uma vertente cada vez maior dentro do jornalismo”, comenta.

De acordo com ele, o aumento da visibilidade sobre esse tipo de tema é tão considerável, que sua coluna no Estadão é um exemplo disso.

“Durante os Jogos Olímpicos de 2020, o Estadão me pediu para escrever duas colunas sobre diversidade dentro da competição. Essa coluna acabou se tornando fixa para falar de diversidade e de política no esporte”, diz o jornalista, que publica textos todas as quartas-feiras.

Sexualidade dentro do futebol

O jornalista conta que passou a se interessar pela discussão de sexualidade dentro do futebol ainda em 2017. Ele fez uma reportagem sobre o primeiro time de homens transexuais do Brasil, que atuava em São Paulo. Essa matéria foi produzida durante sua graduação em jornalismo na PUC-SP.

“A partir desta reportagem, eu passei a me interessar pela questão da sexualidade dentro do futebol e decidi produzir o livro “Bicha: Homofobia Estrutural no Futebol”. É uma obra mais ampla, que fala sobre todo o contexto de homofobia, bifobia e transfobia dentro desse esporte”, comenta.

“Bicha: Homofobia Estrutural no Futebol”

O livro, que foi feito como trabalho de conclusão de curso, fez sucesso e foi publicado pela “Editora Primeiro Lugar”. Segundo o autor, ele procurou uma editora que tratasse sobre temáticas progressistas e LGBTs ou sobre literatura esportiva. Nesse sentido, a “Primeiro Lugar” topou publicar a obra após o envio do manuscrito por parte de João.

Ao falar de um complexo tema em sua produção, João Abel frisou a necessidade da diferenciação entre humanização e romantização.

“Humanização é diferente de romantização. Humanizar é fundamental, faça você um livro-reportagem ou uma reportagem para a TV. É inegavelmente importante você dar voz para as pessoas que sofrem algum tipo de preconceito. Romantizar já é uma coisa completamente diferente. É quase perpetuar aquilo que já está acontecendo e achar que está tudo maravilhoso, quando na verdade não está”, afirma.

“Bicha: Homofobia Estrutural no Futebol” teve sua versão impressa em 2019 e no ano seguinte chegou a sua segunda tiragem. A segunda edição do livro contou com dados atualizados e novos capítulos, financiados por uma campanha de financiamento coletivo.

Falta de investimentos em ciência e tecnologia compromete a produção de vacinas no Brasil

“Condições técnicas nós temos, o que nos falta é investimento”. Ethel aponta a carência de políticas públicas na produção de vacinas no país. O posicionamento foi sustentado pela doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Ethel Maciel, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (22) no 24º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta.

A demora no desenvolvimento de novos medicamentos e vacinas durante a pandemia de Covid-19 evidenciou como a falta de investimento em determinadas áreas pode ser maléfico para o país, “Esses investimentos para produção de novas de tecnologias, de vacinas, não é um investimento de um governo, é uma política de Estado”, disse Ethel.

Mesmo com capacidade técnica e infraestrutura, o desempenho de estudo voltados para a área da saúde no país ainda está muito longe do ideal. Segundo a professora, esse tipo de pesquisa demanda insumos farmacêuticos e químicos que são muito caros e precisam ser importados. Diferentemente do que acontece em outros países, que lideram a produção de vacinas, o Brasil reproduz as tecnologias que estão sendo descobertas em outros lugares.

“A gente precisa ter no Brasil linhas de investimento que vão desde a pesquisa básica até a pesquisa operacional, que está ali na Unidade de Saúde, nos serviços. A gente precisa de linhas específicas, infelizmente a gente não tem”, enfatizou.

Coletiva de Imprensa dos Residentes da Rede Gazeta com Ethel Maciel (Foto: Reprodução)

O futuro das vacinas

Durante a coletiva, Ethel destacou a tecnologia empregada nas vacinas de RNA, citando a imunização da Pfizer, que foi eleita a mais eficiente para as doses de reforço pela sua capacidade de estimular os grupos de pessoas que têm menor resposta imunológica. Esta vacina também é aplicada em adolescentes e gestantes. “Eu acredito que as vacinas de RNA serão o futuro”, afirmou.

Vacinas de RNA têm maior resposta imunológica pela maneira como são produzidas. “É como se ela levasse uma receita dentro da nossa célula, no código genético, para o nosso organismo fabricar a defesa para o vírus”, explicou.

Ethel pontua que, em momentos de crise, como no atual contexto da pandemia, o desenvolvimento científico pode mudar os rumos da História, principalmente com relação à produção de novos remédios e vacinas. “Eu acredito que a gente vai ter vacinas para doenças que nós nunca pensamos que pudéssemos ter, por exemplo o HIV”.

Estratégias da vacinação no Brasil

Sobre a demora na imunização, Ethel explica que a falta de vacinas no Brasil, principalmente Astrazeneca, ocorreu por falta de planejamento e orientação do Governo Federal. De acordo com ela, esse impasse foi causado pela lentidão na compra das vacinas, negação da Ciência e investimento em medicamentos sem eficácia comprovada. “O governo fez, usando infelizmente nosso dinheiro, um investimento que não levou em consideração a Ciência”, afirmou.

Essa ineficiência nas estratégias de enfrentamento do vírus revelou que a campanha de vacinação brasileira sofreu com muitas paralisações por falta de doses e imprecisão nas orientações oficiais. “Não tivemos a comunicação dos canais oficiais, das autoridades do país. A gente está sempre atrasado, o cronograma nunca está completo”, disse Ethel.

Neste cenário de escassez global de vacinas, o planejamento com definição de prioridades, é fundamental para a diminuição do contágio. Nestas circunstâncias, não adianta apenas um país estar com a população vacinada, a mutação do vírus pode comprometer todo o planeta, é uma estratégia coletiva.

Sobre a ordem para a vacinação, Ethel explica que primeiro é preciso vacinar quem não tomou nenhuma dose. Em segundo, deve-se completar o esquema vacinal com a segunda dose. Em terceiro, vacinar os idosos com a terceira dose. Por último, os adolescentes, fazendo uma subdivisão, com comorbidade primeiro e sem comorbidade por último. “Num momento de escassez é assim que eu deveria agir, nada disso está sendo feito”, afirma.

A pandemia não acabou

A professora destacou que, apesar dos avanços nos estudos e distribuição de vacinas, a pandemia ainda não acabou. “O que a gente está vendo agora é que não basta só a vacina, a gente precisa combinar as medidas não farmacológicas”, destacou.

Usar máscara, manter o distanciamento social, higienizar as mãos e evitar aglomeração, continua sendo o protocolo. “Enquanto estamos na pandemia, a gente precisa ampliar essa conscientização. Precisamos ainda seguir com os cuidados, mesmo vacinados”.

O trabalho colaborativo no combate à desinformação

“O propósito é mais motivador que a concorrência”. É assim que o jornalista Sérgio Lüdtke define o trabalho coletivo realizado pelo projeto Comprova no enfrentamento de notícias falsas propagadas pelas plataformas sociais. O empreendimento tem o propósito de investigar informações falsas divulgadas na internet. Este tipo de organização estimula a participação de jornalistas e veículos de comunicação comprometidos com a informação verdadeira e de qualidade.

A conversa sobre desinformação aconteceu no 24º Curso de Residência da Rede Gazeta, na manhã desta quinta-feira (16). Os residentes receberam o jornalista e editor-chefe do Projeto Comprova Sérgio Lüdtke na palestra “Checagem de Fatos: um Guia para Novos Jornalistas”.

Palestra - Sérgio Lüdtke
Palestra “Checagem de Fatos: um Guia para Novos Jornalistas” de Sérgio Lüdtke para os residentes da Rede Gazeta (Foto: Reprodução)

O Projeto Comprova é uma iniciativa independente que reúne aproximadamente 30 veículos de comunicação brasileiros na investigação de informações propositadamente falsas e duvidosas. O projeto prioriza os conteúdos compartilhados em sites e redes sociais pelo poder de alcance que a desinformação possui nessas plataformas.

A finalidade do Comprova é detectar e amenizar o impacto deste sistema de disseminação e manipulação de informações. Para o jornalista, a desinformação é um processo pautado por debates públicos e muitas vezes parte de um conteúdo verdadeiro. “Nem sempre a desinformação parte de uma mentira, ela constrói narrativas através de fatos verdadeiros”.

A metodologia adotada neste processo é por consenso e se diferencia das redações jornalísticas tradicionais e agências de checagem com hierarquia mais rígida. Desta maneira, os profissionais têm maiores condições de descortinar temas e situações complexas, como determinar a origem de conteúdos sugeridos pela audiência.

Respeitando os princípios do jornalismo e do projeto Comprova, as verificações são respaldadas por orientações que definem a tomada de decisões, principalmente as redações que se responsabilizam umas pelas outras.

Segundo o jornalista “toda verificação do Comprova passa por mais pessoas antes de ser publicada. É um trabalho colaborativo entre os profissionais e veículos. Precisa ter consenso entre eles”.

Quais conteúdos são investigados?

Embora o projeto defina seu escopo de monitoramento através da agenda pública, as informações produzidas por veículos jornalísticos não são investigadas. Também não são verificados os conteúdos disseminados por figuras do cenário político definidos pelo voto popular, com exceção de materiais que discursam sobre a pandemia do Covid-19. “Verificar autoridades poderia colocar o Comprova em posição de dependência”, diz Sérgio.

A escolha do conteúdo monitorado é embasada em questões éticas que, muitas vezes, podem ser encontradas em comentários nas redes sociais e dão pistas de como as pessoas estão interpretando uma determinada informação, o Comprova “investiga conteúdos de fontes desconhecidas”, esclarece.

O melhor dos mundos

Na internet, a velocidade de propagação de notícias falsas é muito maior que o alcance das verdadeiras. Sobre isso, o jornalista explica que “a desinformação e a opinião têm chegado antes da informação, a velocidade é muito grande nisso”. Todos os recursos utilizados pelos veículos jornalísticos são usados por grupos de desinformação. Ao replicar termos como “Fake News”, o jornalismo está colaborando com a amplitude desses conteúdos. “Podemos dar voz para pessoas que duvidam do trabalho de verificação”.

Para Lüdtke, o melhor dos mundos seria aquele em que “se tivesse a possibilidade de chegar com a verificação em todo mundo que teve acesso ao conteúdo com a desinformação”.